sexta-feira, 21 de junho de 2013

O navio de mentira

Por: José Mendes Pereira
http://blogdobg.com.br

Areia Branca é uma cidade localizada no Estado do Rio Grande do Norte, e está distante da capital Natal - 330 km. A cidade tem suas belas praias de areias brancas, dunas e falésias, apresentando uma das mais ricas e variáveis formações geográficas do Estado. O município é  um dos maiores produtores de sal do Brasil, e que é conhecido por "Terra do Sal".

Em 2007 sua população era estimada em 25.124 habitantes, e o município tem uma área territorial de 358 km2. Foi emancipado de Mossoró através da Lei nº 10, de 16 de fevereiro de 1892. Limita-se com os municípios de Grossos (Oeste), Mossoró e Serra do Mel (Sul) e Porto do Mangue (Leste), e ao Norte é banhado pelo Oceano Atlântico.

Porto Ilha - Rn - ttibunadonorte.com.br

Areia Branca tem Porto, (denominado Porto Ilha), uma das maiores obras do então presidente Emílio Garrastazu Médici, mas é distante da cidade e  é construído em alto-mar.

Cais em Areia Branca - Rn -www.flickr.com -

Apesar de ter seu Cais são poucos areia-branquenses que conhecem de perto navios. Com este total de habitantes, talvez, apenas mil pessoas já chegaram a ver de pertinho um navio.

 
Navio - www.hansgrohe.com.br

Certa vez, um senhor que  urgentemente precisava viajar de Areia Branca para Mossoró, no mesmo Estado, dirigiu-se à estação de ônibus, que funcionava nas imediações da matriz, próximo ao Cais.

Ao chegar, tentou ocupar um lugarzinho no automóvel. Mas foi impedido, pois o ônibus já estava totalmente lotado de passageiros.

Querendo um lugarzinho, e se não fizesse algo diferente para ludibriar os passageiros, não chegaria a Mossoró naquele dia, logo saiu com uma invenção:

- Pessoal, eu vi agora uma coisa que eu nunca tinha visto em toda minha vida. Chegou agora a pouco no Cais, um enorme navio. Pelo que eu calculei ele tem pra mais de 200 metros.

O primeiro a descer do automóvel foi o motorista, que de imediato o abandonou. Em seguida os passageiros enlouquecidos foram saindo quase atropelando uns aos outros, na intenção de verem aquele navio. Nunca tinham visto tal coisa. Desceram e saíram em correrias em direção ao Cais, para verem o grande navio.

O sujeito que dera a notícia, entrou no ônibus, colocou a sua mala no bagageiro e ficou aguardando aquela gente. E sabendo que talvez pudesse levar umas boas lapadas dos viajantes, assim que eles retornassem ao ônibus, abriu a mala, tirou calça e camisa, vestindo-se rapidamente, para que os passageiros não o reconhecessem. E ali tornou a se sentar novamente em uma das poltronas, aguardando o retorno dos enganados.

Depois de quinze minutos, já chateado com tanta espera, disse consigo mesmo: “- Será que chegou mesmo um navio no Cais?”.

Indeciso, achou que a sua mentira tornara-se verdade, e foi até lá, para ter certeza se o que ele dissera era verdade.

No meio do percurso, encontrou todos os passageiros de volta, que por sorte, não o reconheceram, devido ele estar com roupas diferentes.

Foi até ao Cais, observou, mas nada viu. Apenas alguns pequenos barcos flutuavam nas esverdinhadas águas marítimas

Logo retornou ao ônibus, e ao chegar, novamente o automóvel estava totalmente lotado com os mesmos passageiros. Apenas sua mala estava jogada no piso do automóvel.

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Autor:
José Mendes Pereira

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