Por: José Mendes Pereira
Quem não gosta de tomar
umas e outras, principalmente a mais pesada de todas “a cachaça”, a Pitú,
que esquenta as ideias do sujeito em menos de segundos. E ela tem uma vantagem
excepcional. O sujeito vai a ingerindo, mas ela está sempre o avisando:
"-Se continuar me tomando, cuidado, eu vou te derrubar!". Mas
se prestarmos bem a atenção veremos que é uma das maiores tolices
que o homem faz.
Geralmente aos sábados,
o sujeito se banha, veste a melhor roupa que tem, calça os sapatos, cuida do
cabelo, penteando-o, alisa a barba, põe dinheiro no bolso, ou mesmo intencionalmente
vai fazer vales nos bares, e lá se senta ao redor de uma mesa acompanhado de alguns mui
amigos, só ingerindo bebidas quentes, pensando ele que está abafando, mas na
verdade não abafa em lugar nenhum.
Daí a pouco está bêbado, amparado ao ombro de outro, vomitando, falando alto, diz ser rico, é homem mais do que ou outros, e se um
bêbado fala baixo para outro, ele diz que o sujeito está falando mal dele.
Nesse momento sua roupa já
está toda suja de restos de tira-gostos, o cabelo todo arrepiado; o
proprietário do bar diz-lhe que já está na hora de fechar as portas do seu bar, porque precisa ir embora, aí ele se revolta, dizendo que ainda está cedo para fechar.
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Eu também já fiz isso. Bebi muito, mas repreendido pelo meu pai, fui obrigado a abandonar a bebida de uma vez por toda. Já se passaram 25 anos que eu não bebo nenhuma bebida alcoólica.
Nos anos 80 eu ainda era
dependente da bebida, e certo dia eu saí de casa para receber o meu décimo
quarto salário, “PASEP”. Como eu estava com intensões de gastar aquela quantia
com bebidas, fiquei na minha, não contei nem a minha mulher que precisava ir ao banco
para recebê-la. E se de pressa eu me arrumei, mais rápido eu cheguei à casa bancária, acompanhado de um cunhado meu, que também iria receber o seu.
Assim que nós recebemos os valores na casa bancária entramos em uma casa de ferragens, pois eu precisava comprar uma grosa (ferramenta que desbasta madeira), para serviços meus nas minhas astúcias.
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Em seguida entramos em um mercadinho. Comprei um galeto grande e bastante congelado, mais outras mercadorias que eu não me recordo mais. A minha intensão de comprar estas coisas era no intuito de ludibriar a mulher, pois eu chegando em casa com algumas novidades, ela não iria me chamar a atenção, por ter chegado altas horas da noite.
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Compras feitas, entramos de bares adentro, que somente eu os frequentava, e inclusive liquidar uma pequena despesa que eu tinha ficado
devendo em um dos bares.
Chegou à noite, e nós ainda permanecíamos nos bares, mas já estávamos muito embriagados. Lá pras 11 horas, nós caminhamos para casa, e em minhas mãos, a grosa, o galeto e as outras compras. Meu cunhado e eu nos despedimos em frente à antiga Renovadora de Pneus, pois eu ainda tinha que enfrentar uma boa caminhada.
Assim que eu cheguei em casa fiz questão de entregar as compras à minha esposa, e caminhei em busca do quintal, na intensão de encontrar um
lugar para guardar o resto do dinheiro, sendo que este eu iria gastá-lo
gradativamente, isto é nos finais de semanas. Não encontrando aonde guardar a
quantia enterrei-a em cova rasa, justamente para que no dia seguinte eu encontrasse um lugar adequado. O meu medo era que a mulher vice o valor e ficasse com
ele. Enterrado o restante voltei para dentro de casa. Tomei banho, fiz de conta
que jantei, e em seguida fui dormir, mas bastante bêbado.
O dia seguinte eu me
levantei e fui desenterrar a botija, cuja, enterrada por mim mesmo, e como ela foi mau enterrada, não a
encontrei, porque a mulher ao se levantar, viu o chão banhado de cédulas.
O que eu
havia recebido da casa bancária era um total de um salário mínimo, mas como o cruzeiro estava
desvalorizado, eram muitas cédulas em cruzeiros.
O galeto foi perdido, porque já estava cheirando mal, devido o tempo que eu passei com ele em minha companhia, deixando-o descongelado. Perdi toda grana, pois eu não fiz questão de resgatá-la, nas mãos dela estava mais guardada.
O galeto foi perdido, porque já estava cheirando mal, devido o tempo que eu passei com ele em minha companhia, deixando-o descongelado. Perdi toda grana, pois eu não fiz questão de resgatá-la, nas mãos dela estava mais guardada.
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Autor:
José Mendes Pereira
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