terça-feira, 25 de junho de 2013

Seu Mané Alves - um veterano e excelente locutor

Por: José Mendes Pereira

 EQUÍVOCOS DE SEU MANÉ DA COALHADA
       
Um dos mais antigos e conhecidos locutores de Mossoró, era seu Mané, ou nome verdadeiro, Manoel Alves de Oliveira, um homem que quase nasceu no meio da comunicação. Era excelente apresentador de programas sertanejos, educado, engraçado, honesto e de grande audiência nessa região do Rio Grande do Norte.
           
Um dos programas mais conhecido era "A Hora da Coalhada", que ele apresentava na Rádio Rural, sendo ouvido por quase todo sertão potiguar. 

Um outro, era "Seu Mané Toca Tudo", onde dentro da programação ele intercalava o quadro muito conhecido que era "Notas e Avisos".
           
Certo dia, um homem veio de Umarizal para vender a sua carroça completa aqui em Mossoró. Só que o homem conseguiu vender a carroça e não vendeu o jumento.

O homem escreveu um recado para seu Mané ler na hora dos avisos, avisando a sua esposa que não viajaria naquele dia porque tinha vendido a carroça, e ainda estava negociando o jumento. 

O problema foi que seu Mané não entendeu a escrita e leu da seguinte maneira:

"Atenção dona Maria de Umarizal! Seu marido informa que não vai voltar hoje para casa, porque vendeu a carroça, mas ficou enganchado no negócio do jumento.”

Uma mulher ligava para a Rádio Rural e pedia uma música dos Beatles. Na hora de anunciar ele disse: 

"Agora vai uma música  dos beatlous."

Outra vez quando uma ouvinte pedia a música "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Holins Stones." Como ele não sabia dizer, falou da seguinte maneira: 

"Era um garoto que como eu amava os... o resto vocês já sabem como é.!"

Outra vez uma senhora solicitava de quem soubesse o paradeiro do seu filho, que havia saído de casa e não havia retornado. No momento de ler o aviso, seu Mané leu da seguinte maneira: 

"Procura-se um garrote trajando  camisa quadriculada... Ô!!! É um garoto, gente!!!."

Um outro aviso: Toinho pede que sua mãe guarde o carnê dentro do guarda roupa... Então ele disse: 

"Toinho pede que sua mãe guarde o carneiro dentro do guarda roupa...!"

Quando o cantor João Gonçalves gravou a música "Pescaria em Boqueirão", seu Mané Alves ficou encarregado de sair pelas ruas de Mossoró anunciando que o cantor iria se apresentar em um dos clubes de nossa cidade. O seu anúncio era o seguinte: 

"Atenção juventude mossoroense! Vai chegar em nossa cidade o homem da lapa de minhoca!!!"

Certa noite, em frente à Rádio Rural de Mossoró, estava acontecendo o "Festival da Mais Bela Voz Potiguar", sendo seu Mané Alves o locutor que o apresentava. 

Uma criança, talvez de oito ou dez anos, subiu ao palco. Ele não gostando da presença dela em cima do palco, disse: 

"Desce popoquinha, desce popoquinha!".

Como não devemos estar discutindo com criança, que na verdade ela não gosta de ser repreendida por ninguém, ela foi curta e grossa respondendo-lhe o seguinte: 

"Não desço, não desço, não desço!!!"

Seu Mané que não gostava de estar discutindo com pessoas adultas,   e principalmente com criança, e achando que não tinha forças para descê-la do palco, respondeu-lhe: 

"Pois fica popoquinha! Você tem razão! E como tem!!!"

Quando Seu Mané notava o seu erro  corrigia sem nenhum escrúpulo. Mas mesmo com toda essa displicência, isso eu considero como falta de atenção "e não por ter sido péssimo profissional", Seu Mané Alves era muito querido pelo povo Mossoroense e demais regiões adjacentes.

Parabém a Seu Mané Alves, que como comunicador, muito  prestou os seus serviços à Mossoró.

Seu Mané Alves faleceu recentemente.

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Os João Maleáveis

Por: José Mendes Pereira

Quantos João Maleáveis existem por aí neste Brasil a fora?      
              
Em todas as profissões sempre tem aquele trabalhador que se esconde por detrás das cortinas. Manso, malandro, vivo, maleável, brando e bastante escorão. É um grande João Maleável! Mata os encarregados no cansaço, distribuindo uma porção de seriedade no trabalho, e na verdade não faz de acordo com a doutrina que ele reza.
            
Os João Maleáveis não observam a nada e nem tão pouco a tudo, porque não são espiões. Os João Maleáveis não têm o hábito de entregarem ninguém. E cada um profissional que se encarregue de sua responsabilidade ou de sua malandragem. Eles são empregados que não ocupam funções com seriedades. Mas também não ligam para quem não exerce a sua.
            
Os João Maleáveis não são arrogantes, pois a humildade reina nos seus corações. Fazem perfeitos quando gostam de uma profissão. Mas odeiam as que não gostam. E se for preciso, cavam até valetas para se livrarem delas. Concordam com tudo que lhes mandam fazer, mas fazem pela metade. Na verdade, são esses os verdadeiros João Maleáveis. 
             
Por isso não vamos derrotá-los! Eles estão ocupando funções que realmente não são as suas praias. Muitas vezes os chamamos de desleixados, burros, bambos, reincidentes, mas a gente sabe o quanto é difícil se ocupar função quando não se nasceu para ela. É pior do que pirão de doente. Quanto mais ele come, mais ele ver o pirão aumentar no seu prato.

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O TREM DA ALEGRIA

Por: José Mendes Pereira

Que tempos bons foram os anos oitenta! Anos de felicidades para todos aqueles que tiveram a sorte de viajar no trem da alegria com destino certo. Que lembranças eu guardo do dia vinte e três de maio de mil novecentos e oitenta e três, quando eu peguei o trem da alegria pela primeira vez, não só eu, mas tantos outros da minha época, com o mesmo objetivo e o sorriso estampado no rosto.


Era um trem que não tinha rodas, mas corria numa velocidade assustadora, deixando os seus usuários em cada ponto de trabalho. Trem que não tinha máquina, mas simbolicamente era dono de uma força enorme para puxar os vagões encarrilhados. Trem que não tinha maquinista, mas passava nas estações entregando os seus passageiros. Trem que não usava poltrona, mas cada usuário tinha um lugar garantido. Trem que não gastava lenha, mas tinha um vapor forte e era fortíssimo. Trem que não se pagava para viajar, mas todos tinham direito à passagem. Trem que não tinha trilhos para se locomover, mas caminhava sobre a força de grupos políticos, que deixava os seus viajantes em cada terminal para ocuparem as suas funções nas repartições públicas. 

Era um trem que deu tantas alegrias e esperanças a muitos que confiavam em mudar de vida para melhor, onde cada um carregava em sua bagagem, sabe o quê? Um monte de conhecimentos para distribuí-lo entre outros que também eram sonhadores.

Infelizmente o animado trem da alegria que tanto rodou, foi desativado para retirarem as ferrugens da ilegalidade constitucional. Que trem da alegria!

“Trem da alegria eram funcionários que entravam nas repartições públicas sem concurso. Eu também viajei nesse trem".

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