Todos os dias
o mendigo estava na parada do semáforo, no cruzamento da Presidente Dutra
com a Rua Francisco Mota, angariando uma moedinha, ou até mesmo uma cédula com
maior valor monetário.
Algum passava
e com um olhar orgulhoso, não lhe dava o mínimo valor. Outro chegava e antes
que o sinal liberasse, abria o vidro da porta do seu carro e repassava para ele
uma moedinha. Satisfeito, agradecia-lhe dizendo: "-Deus é quem vai lhe pagar".
Certa vez, já
bem próximo ao natal do Senhor Jesus Cristo, o mendigo lá estava, bem vestido,
sapatos novos, barba feita, cabelos cortados, unhas limpas e aparadas e cheio
de esperanças. Dirigiu-se ao primeiro condutor daquele carro, e com educação
pôs-se a bater no vidro da porta.
O condutor que
já sabia da sua mania de sempre, indicou com o dedo que não tinha moedas para
lhe dar naquele momento. O mendigo insistiu. Até que o condutor já quase
irritado, resolveu abrir o vidro da porta para melhor explicar-lhe:
- Com o meu
dedo, eu já expliquei que não tenho moeda para lhe dar, rapaz!
O mendigo com
paciência e educadamente disse-lhe:
- Eu pedi para
o senhor abrir o vidro do seu carro não para lhe pedir esmola. Hoje o que eu
quero do senhor e de todos condutores de automóveis, é que me prestem um
pouquinho de atenção: Eu quero desejar ao senhor e a todos condutores de
automóveis, seus familiares, amigos e a todos aqueles que fazem parte das suas
amizades: "UM FELIZ NATAL, UM FELIZ ANO NOVO".
O pai que nos deu a vida e nos dá o pão nosso de cada dia também é o pai do mendigo.
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José
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Anathália
Cristina Queiroga iria concluir o curso de Direito este ano de 2012
O que é
que pensa uma pessoa prestes a se formar em Direito e exterminar a
sua própria vida? Nós, pecadores não sabemos. Dizem que a pior vida do mundo é
melhor do que morrer. Mas será que é mesmo? Eu acho que sim. Ou
apenas imaginamos que a pior vida do mundo é melhor do que morrer? Quando isto
acontece uma coisa não natural está acontecendo com a vítima.
Anathália
Cristina Queiroga (22 anos), tinha tudo para ser feliz. Natural de Pau dos
Ferros. Iria receber o seu canudo de papel (Advogada), este ano de 2012; filha
única e nascida também, no meio de um único irmão, o Jefferson Queiroga, de 27
anos, Engenheiro, formado recentemente em Natal, pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte.
Anathália
tinha um namorado que muito a amava, e além do mais, carinhoso e cuidadoso com
os seus pais, amigo de todos que lhe rodeavam.
Na sexta-feira (25 de Maio), deste ano de 2012, em Pau dos Ferros, à tarde,
Anathália Cristina Queiroga fez bolo, comprou refrigerantes, ornamentou a casa,
dizendo a
Edilza, sua mãe, que iria lhe fazer uma surpresa. Cuidou de se
arrumar para ficar mais linda ainda; fez unhas, cuidou dos longos cabelos, e
elegantemente se vestiu. Agora, sim, Anathália se era bela, mais bela ficou.
Edilza esperava que a Anathália Queiroga iria lhe fazer uma homenagem, como de
mãe, de mãe que muito soube criá-la com carinho... Mas se enganara. Anathália
estava com outros planos, planos que ninguém soube explicar o porquê.
Mais ou menos
às 8;15, (25) da sexta-feira, Anathália Cristina ligou para o namorado,
dizendo-lhe que naquele momento iria se despedir do mundo, pois não queria mais
viver.
O namorado
apavorou-se, dizendo-lhe que não fizesse aquilo, o esperasse, pois estava
chegando em casa e muito a amava, não o deixasse sozinho, e que muito
precisava da sua companhia.
Mas Anathália
Cristina estava decidida. O mundo que talvez para ela não representasse mais
nada, tinha chegado o fim.
O namorado
sabia que se encontrava um pouco distante da residência e seria muito difícil
encontrá-la ainda com vida. Ligou para Edilza, mãe da Anathália, que também se
encontrava distante de casa, apressasse os passos, Anathália Cristina Queiroga,
pelo o que havia ouvido dela, através da ligação, tinha planejado um
suicídio.
Se o namorado
estava apavorado, muito mais estava Edilza. Chegaram em casa ao mesmo tempo,
mas quando arrombaram a porta da cozinha, Edilza e o namorado viram a linda
Anathália dependurada por uns fracos punhos de rede. Anathália Queiroga que
antes Deus estava em sua companhia, aqui na terra, agora Anathália está no céu
em companhia de Deus.
Adeus,
Anathália! Você se foi para junto de Deus, mas aqui na terra, nós que
somos seus familiares e continuamos vivos, jamais esqueceremos os bons
momentos que passamos juntinhos de você.
Jeferson Queiroga - Engenheiro
Não tive a
honra de ser teu padrinho, como sou do Jefferson, teu irmão, mas eu, meus
filhos e esposa, sempre a recebemos com carinho, e que a primeira casa que você
e seus pais passavam quando vinham de Pau dos Ferros para Mossoró, com certeza
era a nossa.
Diz a canção
feita pelo poeta Roberto Carlos, que: “morrer não é o fim”. E se não é o fim,
você, com certeza, está bem juntinho de Deus.
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assisti-lo
Recebi a triste notícia no sábado, (26), bem cedinho, e ainda dormia, quando
Rita, minha esposa me chamou, chorando e sem poder me explicar o que havia
acontecido com você. Isto para mim foi tão triste, em saber que você resolveu
dar fim a sua estimada vida.
Adeus,
Anathália Queiroga! Um dia, todos nós, parentes e amigos, estaremos
juntinhos de você. Poderá demorar, mas não teremos outro caminho. A estrada
poderá ser outra, mas o caminho será o mesmo que você seguiu para se encontrar
com Deus.
No momento do
sepultamento, Cemitério Novo de Pau dos Ferros, bem próximo à cidade de
Encanto-RN uma jovem, sua amiga e da família, relatou o caso de outra amiga que
há poucos meses morrera, lá na UnP de Natal. As três colegas formavam uma
trempe que onde uma estava, com certeza, ao seu redor, as outras duas
ali se encontravam.
Adeus,
Anathália Cristina Queiroga! Adeus! Até o dia em que Deus nos chamarmos para
participarmos da sua casa.
Se você está com pensamentos negativos não lhe custa nada imprimir coisas boas
na sua mente. Ajoelhe-se diante de Deus, ele te encaminhará para
viver feliz. Não faça jamais o que fez a minha linda e estimada prima,
Anathália Cristina Queiroga.
José Mendes
Pereira
Mossoró-RN - Brasil
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Aluno ―
Professor João Maleável, se o senhor fosse escolhido para definir sala de aula,
qual o conceito que o senhor daria?
João Maleável ―
Eu diria que sala de aula é: um pequeno circo, coberto e edificado com barros,
abstraindo a lona, com vários profissionais, uns bons, outros bem melhores
ainda, outros apenas acomodados, mas são bons, os quais apresentam os seus
espetáculos com toda simpatia dentro dele, e
oferecem a uma plateia que não exige absolutamente nada dos
apresentadores.
Aluno ― O
senhor gosta de sala de aula?
João Maleável ―
Até hoje eu não sei se... Deixa pra lá... Isso é coisa...
Aluno ― O
senhor fez concurso para se empregar na educação?
João Maleável ―
Não. Quando eu comecei a trabalhar na rede pública o nome da Constituição do
Brasil ainda era escrito com letras minúsculas, e era uma verdadeira bagunça.
Para se adquirir um emprego na rede pública era preciso apenas que o sujeito
tivesse um QI.
Aluno ― E
o que significa QI, professor?
João Maleável ―
Essas duas letras Q e I significam “Quem Indique.” Se alguém tivesse uma pessoa
forte e envolvida com os políticos, já estava empregado em uma repartição
pública.
Aluno ― O
senhor pretende viver sempre em sala de aula?
João
Maleável ― Que pergunta, hein!
Aluno ― O
senhor acha que o governo do Estado paga bem aos professores?
João Maleável ―
Bem mal.
Aluno ─ O
que o senhor diz sobre os governos, são bons?
João Maleável –
São bons, mas de peia. Ora!
Aluno ― O
senhor é contra ou é a favor de greve?
João Maleável ―
Se nós não brigarmos pelos nossos direitos, jamais aumentaremos os nossos
salários.
Aluno ―
Quando o senhor está gozando férias, sente saudades das aulas?
João Maleável —
O quê? Que saudades? De quem, finalmente? Ora! – Responde ele com
ignorância.
Aluno —
Qual é o período que o senhor lembra mais de uma sala de aulas?
João Maleável —
Eu me lembro, mas o contrário. É quando se aproxima o carnaval. Se chegar o
carnaval, as aulas também chegam. Nesse período me dá dores de todas
as maneiras. Dor de barriga, dor de dente, dor de ouvido, dores nas costas,
enfim... Deixa pra lá...
Aluno —
O senhor já pensou em algum dia ser diretor de uma escola?
João
Maleável — Eu acredito que o meu período de ser menino de recados já
passou.
Aluno — O
senhor se relaciona bem com a supervisão, orientação e a coordenação?
João Maleável —
Bem demais! Mas tem umas chatinhas e entregam os professores aos diretores nas
surdinas... Não são todas... Mas é isso aí... Eu as respeito...
(Tenha paciência, João Maleável!). As coisas não são como você pensa.
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