sexta-feira, 28 de junho de 2013

SÓ PARA RECORDAR - NEGRINHA DO PAJEÚ

Por: José Mendes Pereira

Quem nasceu nos anos sessenta e setenta, do século passado, com certeza lembra muito bem do Óleo de cozinha que era patenteado por "Pajeú", e na lata tinha uma negrinha.


Este nome "Pajeú" irritou muitos pais de famílias, principalmente quando as suas filhas eram negras, e até causou alguns desentendimentos com outras famílias, que apelidavam suas filhas de "Nêga do Pajeú".

Nas escolas não adiantava uma moreninha querer ser a tal, logo era chamada de "Nêga do Pajeú". Se a lei contra o racismo tivesse surgido naquelas décadas, todas as moreninhas teriam se livrado do apelido "Nêga do Pajeú".

Certa vez um senhor que sofria com o desrespeito que as pessoas tinham com sua filha, por irritá-la com o apelido de "Nêga do Pajeú", entendendo que não havia mais jeito dela se livrar deste pseudônimo, resolveu incentivá-la, não mais dar valor ao apelido, dizendo-lhe:

entretenimento.uol.com.br

- Filha, quando uma ou duas pessoas nos nomeiam com palavras desagradáveis, haverá jeito da gente se livrar disto. Mas quando todos ou quase todos nos chamam disto ou daquilo, o melhor mesmo é não dá ouvido. Eu olhando para você, notei filha, que você muito se parece com a "Nêga do Pajeú".

- Papai!!!

A partir daquele dia ela não ligou mais, e passou a ser chamada pelo seu nome verdadeiro.

UM POUCO SOBRE OTÁVIO BONFIM E O ÓLEO PAJEÚ - Wikipédia

Otávio Bonfim é um bairro da cidade brasileira de Fortaleza, no Ceará, localizado ao oeste do centro histórico da cidade. 
Oficialmente chama-se Farias Brito.

Surgiu de uma povoação ao lado da antiga Estrada para o Soure (atual Caucaia). Na época do Ciclo do Charque existiu: 
a Capela de São Sebastião, que mais tarde deu o nome ao mercado erguido neste bairro, o Mercado São Sebastião; um abatedouro de gado, que ficou conhecido como Matadouro.

No local da capela, a antiga Estrada do Gado (atual Rua Dr. Justiano de Serpa), os frades Franciscanos oriundos da Alemanha, construíram a Igreja de Nossa Senhora das Dores.

Com a expansão da Estrada de Ferro de Baturité em 1922 foi construído uma estação de trem com o nome: Quilometro 3, depois Matadouro e finalmente Otávio Bomfim.

A Igreja de Nossa Senhora das Dores, inaugurada em 1932, foi uma parte do investimento dos frades Franciscanos, que além desta construíram ainda o Convento de São Francisco e o Cine Familiar. O Convento de São Francisco chegou a ser invadido por um dia durante a Segunda Guerra Mundial, pois os frades eram alemães. Neste período propriedades de famílias alemãs (família Lundgren), famílias italianas (família de Francesco) e famílias japonesas (família Fugita) ligadas a este local sofreram represálias da população de Fortaleza.

O Cine Familiar funcionou até a década de 60 como opção de lazer para os moradores das adjacências.

Local com atração econômica, chegou a sediar a Siqueira Gurgel S/A. Fábrica que fabricava produtos que marcaram história no Ceará: Sabonete Sigel, o óleo Pajeú, a gordura de coco Cariri e o famoso sabão Pavão. Um dos personagens fictícios destes produtos foi a Neguinha do Pajeú. Nos dias de hoje fica um supermercado.

Devido a suas tradições agrícolas funcionou até a década de 70 jardins que produziam flores. Onde nos dias de atuais situa-se um supermercado.
No mesmo bairro existe a comunidade do Morro do Ouro. Uma comunidade de pessoas menos abastadas.

Em 2010, a estação de trem do Otávio Bonfim foi desativada devido ao novo traçado do Metrofor.

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JOSÉ MARIA MADRID - RADIALISTA DE MOSSORÓ

Por: José Mendes Pereira
 
Dom Gentil Diniz Barreto -  bispo de Mossoró, Alcides Belo ex-prefeito de Mossoró e o radialista José Maria Madrid - aparece de bigode - todos já falecidos. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Foi um dos melhores e mais competentes radialistas de Mossoró. Tinha uma voz assustadora, mas na verdade, só a sua voz. José Maria Madrid era uma verdadeira criança. Educadíssimo, amigo dos amigos.

Conheci o Zé Maria Madrid nos anos 70, quando ele veio trabalhar na Rádio Difusora de Mossoró. Enquanto ele era empregado na Rádio Difusora, eu trabalhava na Editora Comercial S/A, numa sociedade: Cine Caiçara, Cine Jandaia e Cine Miramar de Areia Branca, mais a Rádio Difusora e a Editora Comercial S/A, cujos sócios eram:
  
Renato Costa é o nº. (1). O nº. (2) é Bibil Gurgel - proprietário do Banco S. Gurgel em Mossoró - ambos já falecidos -Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Os verdadeiros proprietários desta sociedade era José Renato Costa, Dr. Paulo Gutemberg de Noronha Costa, irmão do primeiro, Milton Nogueira do Monte e José Genildo de Miranda; quatro homens que muito souberam respeitar os seus empregados.

Carlos Augusto Rosado - esposo da governadora do Rn e José Genildo de Miranda, já falecido.
Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Nenhum de nós que teve a oportunidade de trabalhar com estes homens, tem a audácia de falar mau de um deles ou de todos, e se falar, é porque gosta mesmo de denegrir a imagem de qualquer ser humano.

Dr. Paulo Gutemberg era um homenzarrão, de andar apressado, de olhos azuis, alto, de cor clara, aparentando o fundador de Brasília, o ex-presidente do Brasil Juscelino Kubitischek. Era advogado e chegou a ser promotor de justiça.

José Renato, filho de Renato Costa e sobrinho de Paulo Gutemberg - suicidou-se - Nilo Santos e Paulo Gutemberg - ambos faleceram de enfarto. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Renato Costa, Dr. Paulo Gutemberg e Genildo Miranda tinham um respeito enorme pela pessoa de Milton Nogueira do Monte, igualmente nós, operários. A paciência que tinha seu Milton, a maneira que ele falava com qualquer ser humano, por mais ignorante que fosse o sujeito, ele evitaria ter qualquer desentendimento com Seu Milton Monte. 

Zé Maria Madrid como era chamado pelos seus amigos, tinha uma facilidade para decorar os textos que seriam lidos na Rádio, no horário do jornal, ao meio dia. Bastava ele ler uma vez, já sabia tudo sobre o assunto, e nem precisava mais das laudas para ler as notícias.

Zé Maria gostava da diversão nos bares, e tive oportunidade várias vezes de participar da sua mesa, lá no bar da Dona Neci, na Rua Frei Miguelinho, com o cruzamento da Rua Tiradentes, vizinho a antiga SAMBRA, esta sendo uma algodoeira, onde hoje funciona um Chopp.

A SAMBRA funcionava neste prédio. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Nesse tempo eu ainda era solteiro, e como havia saído da instituição escolar, a qual eu vivi oito anos, mas já estava vivendo de favores, por já ter passado dos dezoito anos, fui morar no Sindicato da Lavoura de Mossoró.
Geralmente nós nos encontrávamos no bar citado. Eu já era freguês de meses, e Zé Maria Madrid, antes de começar o seu trabalho do meio dia, sempre estava no bar para ingerir algumas pingas, e vez por outra nosso patrão, Dr. Paulo Gutemberg nos visitava, fazendo parte do nosso almoço.

Paulo Gutemberg está ao centro - Foto do acervo da Florina Escóssia

Nesse dia era um sábado. Como Dr. Paulo Gutemberg era muito farrista, não gostava de deixar quieto o que as meretrizes do seu tempo guardavam debaixo das saias, ele vivia mais no vermelho do que no verde.

Zé Maria e eu já estávamos no bar aguardando o almoço. Minutos depois, Dr. Paulo Gutemberg chegou e fez parte da nossa mesa com almoço, cervejas, bebidas mais fortes etc. 

Lá pras tantas, devido ter passado a sexta-feira em altas farras, Dr. Paulo Gutemberg já estava pra lá de bêbado, e enquanto Zé Maria e eu fomos acertar a conta das nossas despesas no balcão, Dr. Paulo Gutemberg saiu de mansinho e vou embora. 

Naquele momento tivemos que dividir a despesa entre nós dois, já que ele havia desaparecido do pedaço.

www.xtimeline.com -

Mas na segunda-feira assim que ele chegou à Editora Comercial, foi até à linotipo, máquina a qual eu trabalhava, e me pediu o valor que ele deveria compartilhar. Repassei o total que nós havíamos pagado, e ele me entregou uma parte do valor pago no bar da dona Neci. Recebido, divide-a com o Zé Maria Madrid.

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Imbeci não sô eu, amigo! imbeci é Dr. Van! - (Vingt-um Rosado)

Por: José Mendes Pereira

Em uma campanha eleitoral à administração Municipal de Mossoró os dois partidos políticos mais poderosos da cidade: um dirigido pelo homem que sempre teve interesse para ver Mossoró crescendo, Dr. Vingt Rosado, que foi prefeito desta cidade e Deputado Federal por vários anos.

Deputado Vingt Rosado, a sua direita Antonio Rodrigues de Carvalho

O outro pelo maior político do Rio Grande do Norte de todos os tempos, Aluízio Alves que fora Vereador, Deputado Federal, senador, ministro e governador do Rio Grande do Norte.

 Aluízio Alves

Os dirigentes sabendo que se não registrassem o maior número de candidatos para disputar uma vaga na Câmara Municipal, no intuito de angariarem votos, eles correriam o risco de serem derrotados. Temendo isso, aceitaram todos os tipos de candidatos, inclusive pessoas totalmente analfabetas, que não tinham a menor ideia o que é ser vereador.

Um dos candidatos que nunca havia passado nem por perto da Câmara Municipal, mas  se candidatou  para concorrer uma vaga a vereador, e este foi programado para falar em um dos comícios que iria acontecer na Praça Bento Praxedes  (Praça do Codó), e no momento expor seus projetos e suas ideias se eleito fosse.

- Mossoroense, conterrâno meu, istô aqui para ispricá a vocêis qual é o meu projeto quando eu for eleito para viriadô da noça quirida Moçoró.

Não gostando das suas palavras analfabéticas do meio da multidão um engraçado gritou:

- Valeu imbecil!!

O futuro vereador que não tinha a mínima ideia o que significa imbecil, agradeceu-lhe dizendo:

- Munto obrigado, meu amigo! Munto obrigado! Eu quiria munto ser imbeci. Mas o maior imbeci do Rio Grande do Norte é o Dr. Vingt Rosado. Este grande pulituco do Rio Grande do Norte..., ninguém é mais imbeci do que ele.

Vingt Rosado foi um dos que fez Mossoró se desenvolver assustadoramente. Devemos deixar as paixões políticas e valorizarmos na hora certa quem merece.

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