Por José Mendes Pereira
Esse
cangaceiro foi um dos que pagou caro pelas perversidades que praticou contra
seres humanos. É claro que não devemos elogiar pessoas que vivem das maldades.
Mas também não podemos aceitar que esses cruéis assassinos sejam maltratados de
forma desumana. É o caso do Juriti, um assecla cheio de delinquências. Ninguém
sabe o porquê de seu pensamento adverso em fazer somente o mal, coisa que só o
pai celestial é quem sabe explicar.
O perverso não
veio ao mundo marginal. Dedicou-se à marginalidade por falta de opção: escolas
musicais, escolas de teatro, atletismo, cursos profissionalizantes, incentivo à
leitura etc. Se isso um dia tiver franco, o jovem que não tem o que fazer irá
procurar participar da sociedade, juntando-se aos demais que pretendem ser alguém
na vida.
Alcino Alves Costa
O escritor
Alcindo Alves afirma em seu livro: "Lampião Além da Versão - Mentiras e
Mistérios de Angico", que o primeiro cangaceiro conhecido por Juriti foi o
João Soares, um assecla do bando dos Marinheiros, agregado mais ou menos na
década de vinte. Mas posteriormente, através de fazendeiro amigo, Lampião
incorporou em seu respeitado bando o Manoel Pereira de Azevedo, cujo apelido
ganhara "Juriti".
Na madrugada
do dia 28 de julho de 1938, no momento da chacina lá na Grota de Angico, no
Estado de Sergipe, Juriti e a sua companheira Maria tiveram a sorte de se
livrarem dos estilhaços de balas, e conseguiram ludibriar o cerco.
E sem
condições de reagirem contra os policiais, embrenharam-se às matas, para ver se
conseguiam uma distância e não serem pegos pelas volantes. Onze cangaceiros
foram abatidos, inclusive o rei Lampião e a sua rainha Maria Bonita.
Lampião e Maria Bonita
Após três meses do combate de Angico, o cangaço quase todo fora enterrado juntamente com o rei Lampião, ficando apenas o bando de Corisco e de Moreno.
E cada um tomou o seu destino, e a maioria foi para Jeremoabo, na Bahia, para se entregar às autoridades.
O capitão Aníbal Vicente Ferreira comandante geral das forças de combate ao banditismo, resolveu o problema dos remanescentes de Lampião com o coração, enterrando a razão juntamente com uma parte do cangaço.
Ofereceu uma nova vida aos cangaceiros, assinou todos os documentos necessários à soltura, dando-lhes garantia de liberdade, encaminhando-os para se incorporarem novamente à sociedade.
Juriti foi um deles que juntamente com Maria e o cangaceiro Borboleta (este sendo irmão do assecla Sabonete), entregaram-se as autoridades, sendo liberado. Mas o Juriti não sabia que alguém o procurava.
E cada um tomou o seu destino, e a maioria foi para Jeremoabo, na Bahia, para se entregar às autoridades.
O capitão Aníbal Vicente Ferreira comandante geral das forças de combate ao banditismo, resolveu o problema dos remanescentes de Lampião com o coração, enterrando a razão juntamente com uma parte do cangaço.
Ofereceu uma nova vida aos cangaceiros, assinou todos os documentos necessários à soltura, dando-lhes garantia de liberdade, encaminhando-os para se incorporarem novamente à sociedade.
Juriti foi um deles que juntamente com Maria e o cangaceiro Borboleta (este sendo irmão do assecla Sabonete), entregaram-se as autoridades, sendo liberado. Mas o Juriti não sabia que alguém o procurava.
Sargento Deluz
Na década de
quarenta por má sorte de Juriti, o delegado de Canindé era o Amâncio Ferreira
da Silva, um militar mais famoso daquela região, o sargento Deluz. Mesmo ele
sabendo que o movimento social de cangaceiros havia se acabado, procurava com
prazer os remanescentes de Lampião, só para exterminá-los.
Em 1941, Deluz
era proprietário de uma fazenda denominada Araticum. E nessa madrugada, Juriti
estava em Pedra Dágua de rede armada e cachimbo aceso, na casa de um amigo, o
Rosalbo Marinho. Assim que tomou conhecimento da presença de Juriti em Pedra
Dágua, Deluz resolveu ir aprisionar o pássaro humano.
Juriti lhe
disse que era um homem já liberado pela justiça, e não podia ser preso, uma vez
que o capitão Aníbal havia lhe dado documento de soltura. Mas o delegado Deluz
não quis saber disso. Prendeu-o e juntamente com os seus capangas, levaram o
assecla com destino a Canindé, nas terras do Estado de Sergipe, arrastando o
pássaro humano que logo iria morrer.
Juriti sabia
que não havia milagre, e não se cansava de chamá-lo de: "Covardee!...
Ao chegarem a
uma fazenda denominada Cuiabá, Deluz deixou a estrada e entrou na caatinga. Em
uma capoeira, chamada Roça da Velhinha, fizeram uma fogueira.
Fogo pronto,
os perversos jogaram o ex-bandido dentro do língua de fogo. As chamas famintas
principiaram pelas vestes. Juriti sentindo as labaredas assando o seu corpo
gritava de dor e ódio:
"Covardee!...
Covarde!... Covard...! Cov...!" A sua voz foi sumindo como um eco bem
distante, e em pouco tempo, o fogo assou o Juriti humano consumindo as suas
carnes vivas.
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