segunda-feira, 15 de julho de 2013

Genézio Xavier - um comerciante que está esquecido pela Prefeitura Municipal de Mossoró

Por: José Mendes Pereira

Como em todas as cidades brasileiras têm pessoas que foram e alguns continuam sendo engraçados, conhecidos por toda população de uma cidade, em Mossoró não é diferente, também tem seus tipos populares, uns se destacando mais do que outros. 

Em Mossoró tinha um senhor chamado Genésio Xavier (faleceu nos anos noventa com quase 100 anos), que era um dos grandes proprietários de terras no bairro Belo Horizonte. Mas infelizmente ele caiu no esquecimento, e a Prefeitura Municipal de Mossoró até agora, nada fez para homenageá-lo com uma praça, escola ou outra coisa parecida.

Muito bem conceituado no meio de todos mossoroenses, mas levava uma vida como o Manoel do Brejinho (segundo Alcindo Alves em: 


Lampião Além da Versão - Mentiras e mistérios de Angico), com uma simplicidade fora do comum. Meio seguro, mas sempre estava para resolver alguns problemas de quem dele solicitava. Dono de um barracão onde vendia cereais, bebidas... aos moradores do bairro Belo Horizonte.
            
Certo dia, ao chegar ao seu amado barracão notou que alguém havia lhe roubado. E como ele era um senhor que não gostava de está acusando "A ou "B" ficou na sua, sem comentar a ninguém que havia sido roubado.
            
Em um momento subiu ao teto e lá fez a cobertura, colocando as telhas por onde o ladrão havia passado. Não comunicou nem a sua própria esposa que havia sido roubado, porque ele temia que ela poderia repassar o ocorrido para uma amiga, a amiga repassaria para outra, e assim o boato se espalharia desenfreado nas bocas dos fofoqueiros de calçadas, ficando difícil ele descobrir que alguém havia lhe roubado.

Dias depois um dos seus fregueses de grande confiança (o próprio Genézio o tinha como homem de muita responsabilidade), chegou ao seu barracão, e lá sentou-se em um velho banco, que permanecia fora do barracão. Era do costume sempre o freguês está ali para dar um dedinho de conversa com o seu fornecedor. Conversou, conversou, conversou, e minutos depois, olhando para o comerciante perguntou-lhe:
           
- Seu Genésio, é verdade que um ladrão entrou no seu barracão e lhe roubou?
            
Seu Genézio não querendo espantar o que se acusava ocultamente ter lhe roubado, respondeu-lhe:

- Até o momento, graças a Deus, não! - Dizia seu Genézio de mãos póstumas direcionadas para o céu.

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Assim que lhe deu a resposta Genézio saiu do lugar em direção a um quarto, onde era instalado o antigo telefone dos tempos coloniais. E lá se ocultou por um momento, ligou para a polícia. Meia hora  depois o infeliz foi levado para a delegacia. Realmente tinha sido ele. 

Genésio Xavier não tinha contado nem para sua esposa. Como foi que o acusado tomou conhecimento do roubo?

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Autor:
José Mendes Pereira

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