quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Pai e filho entram em conflitos

Por José Mendes Pereira

O uso da droga de modo geral vem se alastrando por todo território nacional, entrando pelas fronteiras, vindo de outros países. O governo federal diz que o Brasil tem milhares de quilômetros nos seus litorais, e por isso, não tem como fazer vigilância a todas as fronteiras. E é aí que os traficantes usam e desrespeitam a legislação brasileira.


Antonio Mariano mora na periferia de Mossoró, e é mecânico de primeira linha, mas nunca se estabeleceu, apenas presta os seus serviços a quem lhe chama para uma possível revisão em seu automóvel e além desta profissão, é um excelente ferreiro;  e tinha como ajudante, o seu filho mais novo, O Arnaldo, que por via do destino, desde muito cedo que usava drogas. 

A pesar de pai e filho trabalharem juntos, viviam em guerra, devido o comportamento agressivo do filho,  o pai apenas imaginava que ele era dependente de drogas.

 
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Certo dia, ao chegar em casa, Antonio Mariano fora agredido pelo o filho, alegando-lhe que a divisão do que eles ganhavam nos seus serviços, não estava sendo repartida ao pé da letra, e que o pai estava usando sabotagem, tentando ficar com a maior parte do dinheiro ganho. 

Mas o pai tentava explicar que entendesse o porquê de não dividir o dinheiro ganho em partes iguais, pois o que ele ficava além, era para pagar os materiais que  usavam na mecânica, já que tudo quem comprava era ele. 

O que aconteceu é que o Arnaldo estava com efeito de drogas, e sem o pai esperar, ele o desafiou, retirando da cintura uma faca peixeira.

O pai que gozava de certo respeito no meio da vizinhança, e não queria entrar em conflito com o filho, fez de tudo para que ele guardasse a sua arma branca. Mas foi inútil.

Sabendo que não tinha solução, já que o filho estava com uma afiadíssima faca, o pai resolveu entregar os pontos ao filho dizendo-lhe:

- Meu filho, de todos os filhos que tenho, para mim és o que eu tenho mais cuidado, porque os outros já são bons comigo. Nunca me agrediram e me respeitam como pai, como amigo, não preciso me preocupar com eles. Você que sempre cria problemas comigo, e que deveria ser meu amigo, já que trabalhamos juntos, estou entregue a você. Faça o que bem pensar de mim. Mate-me, faça a sua vontade, mas saiba que eu te amo tanto quanto os outros meus filhos, que são seus irmãos. 

O Arnaldo encostou a sua faca peixeira na barriga do pai. O pai nada fez contra o filho, estava entregue as suas vontades, apenas esperava o filho cravar em sua barriga a maldita faca.

Com a faca encostada à barriga do pai Arnaldo ficou meditando o que poderia acontecer contra ele. A rixa criada pelos irmãos, mãe, tios primos, avós, vizinhança e todos que lhe conheciam virariam as costas para si. Passar anos engaiolado, humilhado pelos policiais...

Depois de meditar tudo isso, recolheu a faca, enfiou-a na bainha e a jogou bem longe, e logo caiu em choro dizendo ao pai:

- Eu também te amo papai, e muito! Eu estou precisando da sua ajuda. - Dizia Arnaldo em pranto. -  Desde muito jovem que me viciei na droga. Hoje sou dependente, e já tentei tanto para deixar este vício miserável, mas não consigo. Ajude-me por favor. O senhor sabe que antes dos desesseis anos, eu era um filho igual aos teus filhos. Sempre te respeitava, e assim que conheci droga, comecei a mudar de comportamento, causando desgosto ao senhor e a minha mãe, envergonhando os meus irmãos, decepcionando os meus amigos e parentes. Imploro uma ajuda para que eu me livre deste maldito vício. Perdoe-me a minha maneira agressiva.

- Perdoo-lhe, meu filho. O pai que não perdoa os erros de um filho, não conhece o Deus todo poderoso. Farei o que for possível meu filho, para te recuperar. Venderei tudo quanto adquiri, mas com os poderes de Deus, a partir de hoje, andarei sempre ao seu lado, e tenho plena certeza que o Deus Todo Poderoso te afastará deste maldito vício. E assim fez seu Antonio Mariano. Para todos os lugares que o filho queria ir, o pai o acompanhava. E não precisou interná-lo em casa de recuperação, apenas aos domingos, em qualquer lugar de Mossoró, os dois estavam (e ainda continuam) assistindo missas e cultos.

Hoje, pais, irmãos e o Arnaldo,  vivem harmoniosamente bem. Deus tomou de conta dos seus lares e do Arnaldo. Nunca mais o Arnaldo usou droga. E até casou-se e já é pai de duas lindas criancinhas.

Minhas Simples Histórias  

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Fonte: 
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