Por: José
Mendes Pereira
Sou
um humilde estudante do cangaço e
até hoje não me canso de viver pesquisando o que aconteceu nas caatingas do nordeste brasileiro, feito por estes malucos e sanguinários cangaceiros.
Tenho acompanhado os diversos escritores e pesquisadores do cangaço,
e em 2008 fiz alguns trabalhos por curiosidade, e logo tomei
gosto sobre o tema, encontrando em meu caminho o amigo Francisco das Chagas do
Nascimento, sendo este membro da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço,
aqui em Mossoró, o qual me fez ficar iludido pelas boas histórias sobre os cangaceiros.
Francisco das
Chagas do Nascimento
Não
sei o porquê de não ter escolhido o curso de “História” quando fiz faculdade, e
que na verdade, nunca gostei do curso de Letras, passando trinta anos em sala
de aula, fazendo o que realmente eu nunca gostei. Lecionar Português.
Tudo
sobre história é além de fantástico, e principalmente quando se tem tempo
suficiente para acompanhar esses cangaceiros pelas caatingas do Nordeste,
observando os seus coitos, as suas invasões, os constantes tiroteios; jogar cartas ao
anoitecer nas bancadas improvisadas; vez por outra bebericar uma bela pinga;
rezar juntamente com eles o ofício de Nossa Senhora, assistir de perto as
covardias de alguns cangaceiros e cangaceiras. Fofocar sobre as traições das
mulheres. Fugir do acampamento quando Zé Baiano se preparou para assassinar a
sua linda Lídia.
Presenciar uma bronca de Lampião com um dos seus comandados. Acompanhar o mensageiro até a fazenda de um latifundiário, com um bilhete solicitando valores. Participar dos bailes perfumados que os cangaceiros e cangaceiras faziam nas caatingas. Fugir com eles quando a polícia não dava trégua.
Testemunhar a grande discursão que aconteceu nas caatingas de Lampião com o seu
comandado, causada pela desobediência do subordinado Antonio dos
Santos, o cangaceiro Volta Seca.
O cangaceiro
Volta Seca - csngsconabahia.blogspot.com
Ficar ouvindo os conselhos de Virgínio Fortunado da Silva, ex-cunhado de
Lampião, dirigido ao cangaceiro Volta Seca, que bem melhor seria ficar calado e
obedecer ao seu grande chefe.
Lampião, número (!), Virgínio é o número (2)
Fechar os olhos para não
ver Lampião decepando cabeças de
policiais, pegos pelos cangaceiros. Participar de acampamentos lá no
Raso da Catarina. De metido, participar dos treinos de guerra do bando. Sair
correndo para não ser pego pelas volantes como se fosse marginal. Tudo
isso para se estudar é fascinante.
Ver de perto e escondido entre as pedras que repousam lá pelo Raso da Catarina,
a linda Maria Bonita se banhando, mas com um olho para frente e o outro em
direção ao coito, temendo a suçuarana humana perceber.
Alcindo Alves da Costa - Faleceu em Novembro de 2012
Todos nós, loucos, como nos chamou o saudoso escritor Alcino Alves Costa,
apesar de várias décadas passadas, para nós estudantes, escritores e
pesquisadores, é como se tudo isso estivesse acontecendo nos dias atuais.
A
literatura lampiônica mudou a minha maneira de viver, pois se me tirarem das
pesquisas sobre o cangaço, é como se estivessem me enterrando vivo.
Nota: Senhor leitor: Não confundir estudar com maldades. Nós que gostamos do tema cangaço, jamais queremos que isso volte a acontecer.
Minhas Simples Histórias
Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.
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Fonte:
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Autor:
José Mendes Pereira
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São trabalhos feitos com especial carinho para você, leitor!
Um comentário:
Boa-noite professor MENDES
É exatamente o que você afirmou: Pesquisar a História do Cangaço é fascinante. Tão fascinante que, há dois anos venho pesquisando e a cada momento fico mais fascinado. Diga vocês das terras onde os fatos aconteceram!
Além disso os nordestinos quando abraçam uma causa não soltam nem com "reza de padre velho". É algo que venho observando em você, Rangel, Dr. Arquimedes, o saudoso Alcino e tantos outros como João Sousa, Kiko Monteiro etc, etc.
Parabéns por toda essa dedicação numa História que não pode se perder.
Antonio José de Oliveira - Serrinha-Ba.
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