Por: José Mendes Pereira
Além das
exageradas mentiras sobre onças, que o seu Galdino gostava de contar ao seu
vizinho e compadre Leodoro, também usava de suas gabolices, que na juventude
fora um rapaz perseguido pelas garotas, e todas aquelas que caíram na sua rede,
não as deixou seladas. Não fora bonito, mas tinha molho e muito molho para
esquentar os corações da moçarada.
Em noites de
festas, na ACDP, e na Boate Snob, lá na primeira boate particular de Mossoró, do
jornalista
Jornalista Tomislav Femenick
Tomislav Femenick, dizia seu Galdino que a mulherada não o deixava
em paz, e era um verdadeiro tremendão, derrubando até os próprios cantores das
bandas, cada um mais famoso do que o outro, mas todas as garotas estavam de
olhos nele, para disputarem o seu coração.
Uma vez,
frequentara um parque de diversão nas imediações do bairro Bom Jardim, e lá,
devido a sua presença, algumas moças se desentenderam, causando brigas
acirradas entre elas.
Outra vez, no
Clube Barra Limpa, lá no Bom Jardim, ficou encurralado por uma porção de
garotas, todas apaixonadas por ele, e algumas chegaram a desmaiar.
Todas as
histórias que seu Galdino contava eram duvidosas, segundo alguns dos seus
conhecidos, porque ele vivera a sua juventude no campo, cuidando de roças, tangendo animais, juntamente com tantos outros.
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Mas mesmo que
tenha sido um camponês, em se tratando de rabo de saia, seu Galdino não dava
chance, e até tinha um caso às escondidas com a Gertrudes, esposa do seu
vizinho, amigo e compadre Leodoro.
Há dias que
não mantinha relações sexuais com a Gertrudes, devido à presença constante do
marido Leodoro, que nos últimos dias não arredara o pé da sua fazenda.
A Dionísia, sua
esposa, havia viajado para visitar os familiares nas Areias Brancas, e seu Galdino ficara só,
cuidando do gado, das ovelhas, da pocilga, carregando água para o rebanho, em
fim, fazendo todas as obrigações sozinho.
Não tendo
outro jeito de se livrar do seu Leodoro, isto é para usar e abusar da Gertrudes
simulou uma doença, acamando-se em sua casa, no intuito de preocupá-lo, e com
isto ele iria se dispor a ajudá-lo, talvez nas condições de ir comprar alguns medicamentos..., na cidade e seria uma das oportunidades para pegar a Gertrudes.
E lá na sua fazenda seu
Galdino se acamou, alegando que parecia que tinha chegado a sua hora de
embarque à outra vida além. E nesse dia ainda não tinha comido nada, apenas vez por outra tomava
um golinho de café, para queimar um belo cigarro de fumo bravo.
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Seu Leodoro
assim que tomou conhecimento que o seu compadre andava meio adoentado,
abalou-se até a sua casa, para saber o que ele estava precisando naquele
momento.
- Uma dor insuportável
compadre Leodoro, pegando acima do peito e se manda até o dedão do pé. Não sei
se escaparei desta, porque a idade que eu tenho, talvez não haverá mais recuperação.
- E o senhor
quer que eu faça o quê, compadre Galdino? – perguntou-lhe seu Leodoro com uma
aparência de preocupado.
- Compadre, se
for possível – explicava seu Galdino, falando baixo e rasteiro -
eu quero que o senhor vá à Mossoró,
procure um médico para consultá-lo sobre a minha doença, a qual o senhor já tem
conhecimento. Na gaveta da mesa, lá eu tenho dinheiro, apanhe-o suficiente para
a compra dos medicamentos. Se o senhor levar dinheiro franco, não será
necessário voltar novamente à cidade por falta de dinheiro.
Seu Galdino
estava lá como se estivesse muito doente, ali, mofinho, sem coragem para seguir
o dia nos seus trabalhos. E permanecia todo enrolado numa coberta grossa e
calorenta.
E sem se
demorar mais, seu Leodoro seguiu rumo à cidade, açoutando seu animal de vez em
quando. Era necessário. O compadre Galdino poderia passar por um vexame de
saúde.
Mas seu
Galdino não sentia nada, apenas arquitetara a doença, no intuído de ir até a
casa da Gertrudes para se acariciarem, pois já fazia mais de mês que o seu
gavião não pegara mais nada. E assim que seu Leodoro partiu, seu Galdino se
levantou da cama e fez carreira em direção à casa da comadre.
Dona Chiquinha Duarte - a primeira motorista de Mossoró
- Galdino, o leiteiro da viúva dona Chiquinha Duarte, falava Gertrudes, disse bem cedo aqui que você estava doente, e já está aqui?
- Gertrudes, eu
não estava doente, e para consegui um bom momento com você, tive que arquitetar
a doença, porque eu estava com saudades dos nossos aconchegos.
E
aproximando-se dela, foi a acariciando lentamente, primeiro beijou-a, em seguida foi passando as mãos nas suas nádegas, e na sequência, saiu a levando em direção ao
quarto do compadre Leodoro. Lá, o mundo tremeu por mais de duas horas.
Terminado o aconchego seu Galdino resolveu voltar para casa. Mas quando caminhava em direção à sua residência, viu um cavaleiro que vinha em disparada carreira. Era o seu Leodoro que já vinha de volta da cidade, trazendo consigo os medicamentos para seu Galdino, que mesmo sem a sua presença, o Dr. Duarte Filho fez receita para a compra destes.
Dr. Duarte Filho - Foi prefeito de Mossoró
Vendo que era seu Leodoro que já vinha de volta da cidade, seu Galdino atirou-se entre os pastos ralos em direção à sua casa. E antes que o socorrista chegasse, ele emburacou dentro de casa, deitando-se sobre a cama, e repetira as mesmas macacadas de antes. Todo enrolado e gemendo, como se estivesse sentindo enormes dores.
Ao chegar, seu Leodoro desenrolou os três medicamentos, e ali estava tudo anotadinho, quantas vezes por dia, horas certas para a medicação, muito repouso, e que maneirasse as comidas...
O vaqueiro do fazendeiro Lili Duarte também já sabia que seu Galdino havia amanhecido doente, e como tinham muitas amizades, assim que seu Leodoro chegou com os medicamentos, este também colocou os pés no batente da casa, para visitar o seu vizinho.
Mais o mais interessante, foi que, quando seu Leodoro abriu um dos medicamentos para medicar o enfermo, este se recusou a ser medicado. E ficou seu Leodoro dizendo-lhe que ele não era mais criança, para recusar de engolir o que iria lhe deixar tratado.
Não teve jeito. A recusa de não tomar o medicamento foi mantida por seu Galdino, pois ele sabia muito bem que não estava doente. Mas os dois, isto é seu Leodoro e o vaqueiro do fazendeiro Lili Duarte pegaram-no à força e obrigaram a tomar os remédios, primeiro um, depois outro e assim sucessivamente. Meio revoltado, seu Galdino levantou-se da cama e tentou violentar os seus amigos, principalmente o seu compadre Leodoro.
Quando o seu Leodoro foi comprar os medicamentos para seu Galdino, aproveitou a viagem e comprou na farmácia veterinária "sal amargo", para medicar uma das suas vacas que andava meio doente. O vaqueiro que estava presente, foi quem preparou o coquetel para seu Galdino, e no momento da preparação, por engano, misturou o "sal amargo" ao coquetel.
Quando o seu Leodoro foi comprar os medicamentos para seu Galdino, aproveitou a viagem e comprou na farmácia veterinária "sal amargo", para medicar uma das suas vacas que andava meio doente. O vaqueiro que estava presente, foi quem preparou o coquetel para seu Galdino, e no momento da preparação, por engano, misturou o "sal amargo" ao coquetel.
À tarde, seu Galdino estava doente de verdade, porque os medicamentos e a mistura do "sal amargo" haviam provocado-lhe uma enorme dor de barriga.
Merecido, seu Galdino! O senhor simulou a doença, só para ter a Gertrudes do seu compadre Leodoro em seus braços.
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Autor:
José Mendes Pereira
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