Por: José Mendes Pereira
Em todas as cidades brasileiras, anualmente são construídas milhares e milhares de casas populares, programa do Governo Federal, para solucionar muitos problemas de pessoas que são inteiramente pobres, sem condições de possuírem um teto, e não dispõem de empregos para sustentarem as suas famílias.
Logo que as residências são entregues aos inscritos do programa, de imediato o conjunto habitacional é nomeado com um apelido ou vários, como: Inferno colorido, Favela do Veio, Rochedo, Onde o cão perdeu as esporas, Malvinas, Iraque, Tranquilim..., e um deles, será escolhido pelos moradores, como identificação onde moram.
www.riograndedonorte.net
Mas estes apelidos são dados ao conjunto sem nenhuma maldade, e geralmente são originados das constantes brigas que acontecem entre os moradores, principalmente criadas por algumas mulheres (entre aspas), que constantemente ficam fazendo fuxicos entre a vizinhança.
Aluízio Alves discursando - blogcarlossantos.com.br
Na
década de 60, o governo do Estado do Rio Grande do Norte, o afamado cigano feiticeiro,
Aluízio Alves, construiu o primeiro conjunto residencial em Mossoró, denominado “COHAB”, no chamado
grande alto de “São Manoel”.
onordeste.com
Posteriormente, assumiu o governo deste Estado, o monsenhor Walfredo Gurgel, este também
colaborou com mais residências, e em seguida, outros e outros fizeram casas
populares para os sem tetos de Mossoró.
Com o falecimento do monsenhor Walfredo Gurgel, que havia sido governador do Rio Grande do Norte, apoiado pelo ex-governador Aluízio Alves, este conjunto habitacional deixou de ser (COHAB), recebendo o nome do governador falecido, e passou a ser (Conjunto Habitacional Walfredo Gurgel).
Logo que este conjunto (COHAB) foi entregue aos moradores inscritos, foi apelidado de CORNAP (Corneado Às Pressas), nomeado pelos próprios moradores, daquela época, que afirmavam que casa sim, casa não, tinha um corno, e ao retornar pela mesma rua, todas as casas tinha um corno. Mas isso a gente sabe que era apenas uma simples brincadeira, criada por pessoas engraçadas, porque ali viviam e ainda vivem mulheres honradas, e que jamais imaginaram tal coisa. Sendo eu um memorialista, tenho que registrar o que aconteceu e acontece em Mossoró, principalmente este fato.
oreidosorriso.blogspot.com
Mas o mais interessante é que, neste conjunto habitacional moravam dois senhores da alta sociedade de Mossoró (não coloquei os seus verdadeiros nomes porque já faleceram, e preservar a identidade de quem já partiu, é uma obrigação nossa).
Um deles era o Dr. Paulo, na época, já beirava os 50 anos de idade. Médico, formado em odontologia, e que havia sido traído pela sua primeira esposa. Após a traição, foi morar na COHAB, maritalmente com uma jovem, aparentemente formosa.
Um deles era o Dr. Paulo, na época, já beirava os 50 anos de idade. Médico, formado em odontologia, e que havia sido traído pela sua primeira esposa. Após a traição, foi morar na COHAB, maritalmente com uma jovem, aparentemente formosa.
Mas a dona Candinha, que tem uma família numerosa, com 21 filhos, que enquanto 7 dormem, 7 estão ouvindo e os outros 7 estão falando, já comentava que a nova esposa do dentista andava o corneando.
amznoticias.zip.net
O outro era o militar Pedro, que na época já se aproximava dos 60 anos. Este havia sido delegado de um dos bairros de Mossoró, e durante à sua administração como xerife, foi um dos mais cruéis delegados da nossa cidade, usando todos os tipos de torturas com as suas vítimas.
Jamais havia sido corneado pela sua esposa, porque ela era uma senhora honrada eque conservava as tradições familiares, e ainda achava que o adulterismo é coisa do diabo.
Mas como o nosso delegado não gostava de deixar quieto o que as mulheres do seu tempo guardavam debaixo das saias, fora traído por várias delas, quando resolvia colocá-las em uma casa, para serem suas mulheres.
Os dois moravam na COHAB, apenas um muro dividia as suas residências, e certa noite, sentados sobre à calçada, ali, eles conversavam sobre isto ou sobre aquilo, e de imediato o Pedro disse para o Paulo.
- Paulo, nesta COHAB só tem duas casas que não tem corno.
- Eu já sei, Pedro.- É a minha e a sua. - disse Paulo querendo fugir da cornagem.
Pedro olhou para um lado e para o outro, e em seguida, virando-se para o Paulo, disse:
- Não Paulo. Você está totalmente enganado. Aqui na COHAB, as casas que não tem cornos, são aquelas duas que estão fechadas. Mas só não tem cornos porque elas não tem moradores.
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Autor:
José Mendes Pereira
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