Por: José Mendes Pereira
Muitas pessoas
gostam de zombar de quem já pegou o seu paletó de madeira, relatando o que
aquele morto fez aqui na terra, o que deixou de fazer, se era ruim, malandro,
rico, pobre, desastrado, feio, mui amigo... Falam, falam, falam, mas nunca se lembram
do que ele fez aqui de bom para alguém. Elogiá-lo, mesmo morto, é provável que
irá fazê-lo de um defunto bom. Então o melhor para muitos é denegrir mais ainda
o seu nome. Os seus defeitos são jogados sobre a mesa para quem quiser levar a
conversa mais adiante. Mas isso poderá surgir uma guerra em favor do morto.
No dia 2 de
Novembro de 2006 eu acompanhava o meu pai nas visitas às covas dos nossos
falecidos, no Cemitério São Sebastião em Mossoró. O lugar estava completamente
lotado pelos visitantes, que por uma razão qualquer visitavam àquelas covas,
túmulos etc.
Túmulo do ex-prefeito de Mossoró Rodolfo Fernandes
Paralelo a nós, seguiam dois senhores; um era do nosso conhecimento, mas apenas de vista e chapéu, o outro, jamais havíamos o visto em lugar nenhum.
Ao passarem
por um túmulo pararam e ficaram zombando do morto que ali estava guardado na
sua última residência. O túmulo havia sido limpado, e estava rodeado de flores, mais uma
enorme coroa com os seguintes dizerem: “Que saudades nós sentimos da sua falta
em nosso lar”.
O homem que
nós o conhecíamos isto é, sem termos amizades, querendo fazer graças diante dos
visitantes que no momento caminhavam sobre a passarela, disse:
- Veja a frase
Zé, que está escrita oferecida a este nojento! Só sendo louca a pessoa que
oferece uma frase desta a esta porqueira.
- É mesmo! - concordou o outro em tom de zombaria.
- É mesmo! - concordou o outro em tom de zombaria.
Mas não
demorou muito para que o nosso conhecido fosse castigado.
E sem menos esperarmos, um homem moreno, forte, de braços avantajados, de andar de pernas abertas, sentou o grosso braço no tronco da orelha do exaltado, fazendo-o cair. E ao cair ficou ciscando sobre o chão como se estivesse morrendo. Mas estava totalmente desacordado.
E sem menos esperarmos, um homem moreno, forte, de braços avantajados, de andar de pernas abertas, sentou o grosso braço no tronco da orelha do exaltado, fazendo-o cair. E ao cair ficou ciscando sobre o chão como se estivesse morrendo. Mas estava totalmente desacordado.
E ao terminar
o castigo o castigador saiu se enfiando no meio da multidão, que com certeza
achava que aquele homem não havia resistido ao seu perverso murro, e ali mesmo iria ficar prontinho para se fazer o enterro.
Logo ao vê-lo no chão uma porção de pessoas tentou reanimá-lo; uns o abanavam, outros lamentavam a perversidade do agressor, e aos pouco ele foi recuperando a memória, ali, de cabisbaixa, um pouco suado, mas sem olhar para ninguém.
O mais
interessante!
No momento em que ele se recuperava da mãozada que havia levado chegou um enterro, e ao ver o caixão sendo empurrado por algumas pessoas, saiu correndo numa gritaria assustadora.
Entendemos que o agredido não estava lembrado do que havia acontecido, e imaginou que quem vinha dentro daquele caixão era ele.
O agressor, sem dúvida, era um dos familiares do defunto criticado.
Minhas
Simples Histórias
Se
você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.
Todos
os direitos reservados
É
permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.
Fonte:
http://minhasimpleshistorias.blogspot.com
Autor:
José
Mendes Pereira
Se
você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Se
você achar que vale a pena e quiser perder um tempinho clique nos links abaixo:
http://sednemmendes.blogspot.com
http://mendespereira.blogspot.com
São
trabalhos feitos com especial carinho para você, leitor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário