Por: José Mendes Pereira
Tudo
que foi criado pelo homem tem a sua origem. Algumas invenções são de
origens europeia, outras surgiram nas Américas, outras foram
criadas pelos africanos, japoneses... Mas o medo ninguém inventou e nem surgiu em
lugar nenhum, todos os animais já nascem com ele. Por pequeno que seja o animal
ele ao ver outro, já faz carreira, em busca de um lugar seguro, para que não
seja devorado pelo o outro.
Um dos
medos que até hoje permanece na minha mente foi quando certa noite eu saí de
casa para ingerir algumas doses de álcool, distanciando-me um pouco da
periferia da cidade, e fui parar na residência de Francisco Rodrigues de
Carvalho, conhecido por Fransquim de Aurélia, onde lá ele vendia uma cachaça filtrada
e misturada com raízes de plantas supersticiosamente medicinais.
Roberto Rodrigues de Carvalho - http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com
Lá, fui atendido pelo seu filho, o Roberto Rodrigues de Carvalho, que neste período ele era o Roberto, estava de férias da sua outra personalidade, Robertão.
O aparelho
que fazia este processo era uma engenhoca inventada pelo velho, e se a
bebida era realmente medicinal eu não tenho certeza, o certo é que não faltavam
pessoas naquela residência, querendo beber a cachaça milagrosa do velho
Fransquim de Aurélia.
Já meio
embriagado, eu já havia tomado umas quatro ou dez, resolvi ir para casa, porque no dia seguinte, logo cedo, eu tinha que resolver alguns problemas
pessoais.
Vai, seu Madruga - José Mendes Pereira - http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com
Já se passavam das 12 horas. Montei-me na minha velha e antiquada lambreta, e dei partida, pegando uma estrada carroçável, que no momento eu não estava a reconhecendo, e nem tinha ideia qual estrada eu estava seguindo.
Ao
passar por um riacho de água corrente, mas com fácil acesso, vi uma senhora
baixinha, gordinha, cabelos arrepiados, aparentemente feiosa, de rosto estragado, usando um vestido de cor branca abaixo do joelho, com aparências da esposa de Shuek. E em uma das suas mãos, um facão longo,
conhecido como facão rabo-de-galo.
aprenderbrincando.no.sapo.pt
Meio
desorientado, porque eu não tinha certeza se estava caminhando em busca da
cidade, perguntei a ela para onde aquela estrada seguia.
meiradopt.blogspot.com
Com o
facão em punho ela apontava a direção, sem responder o que eu havia lhe perguntado. Mas finalmente resolveu abrir a boca. E com uma voz que me fez medo, com palavras emboladas, e nada entendi, todos os
meus cabelos foram ao ar, arrepiando-os de uma só vez.
O meu
medo foi tão grande que não esperei mais por nada, acelerando a lambreta e tentei
partir. Mas antes de seguir viagem fui jogado ao chão, por não ter calculado a aceleração na lambreta. Eu estava apoderado
de medo, provocado pela horrível e assombrosa voz da velha.
Ao me
levantar, olhei para trás e não vi mais a velha, e nem tão pouco os objetos que antes estavam ao seu redor. O medo multiplicou-se, e eu me
montei na lambreta e saí às pressas daquele lugar, sem eu mais olhar para trás.
Entre uma estrada e outra, em alta velocidade, até hoje, não tenho a miníma ideia como eu consegui chegar em minha casa. Eu estava bêbado, trêmulo e com a mente arrasada.
Minhas Simples Histórias
Entre uma estrada e outra, em alta velocidade, até hoje, não tenho a miníma ideia como eu consegui chegar em minha casa. Eu estava bêbado, trêmulo e com a mente arrasada.
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Autor:
José Mendes Pereira
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