Por: José Mendes Pereira
AI, DODÔRA!!!
Todos os
lugares existem pessoas que mesmo não sendo famosas, findam caindo no mundo da
admiração pela população.
De tantos
outros que se destacaram como tipos populares, nos anos 60 e no início dos anos
70, todos os dias, a população de Mossoró via uma senhora morena, magrinha, baixa,
dentes estragados, com poucos cabelos, e além do mais desarrumados, roupas sujas
e sobre o ombro, uma mochila para guardar o que ela adquiria durante o dia nos
bares, nas lojas comerciais, nas residências, no mercado público, nas feiras
etc.
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Seu apelido
era “Aí, Dodora!”, criado por ela mesma, que ao ver uma pessoa, principalmente homem
dirigindo-se ao seu encontro, ela dizia: “Ai, Dodôra!”.
Pela
semelhança do seu próprio apelido, é possível que o seu nome de batismo fosse
Maria das Dores, Maria Auxiliadora...
Naquela época, período em que as meretrizes eram poucas, e muitas vezes não davam valor aos jovens, por eles não terem dinheiro, muitos deles se aproveitaram sexualmente daquela pobre e sofrida mendiga.
Andava sempre acompanhada de uma outra
senhora, sendo que esta não aparentava tão pobre (mas era paupérrima), de cabelos sempre penteados,
vestida com roupas velhas, mas limpas. Mas ninguém dava a mínima atenção à sua
companheira, porque a admiração de cada um, estava voltada para a “Ai, Dodôra!”.
E com aquele
jeito engraçado de dizer: “Ai, Dodôra!” ela se tornou uma senhora conhecida no
centro da cidade, e em diversos bairros de Mossoró, fazendo com que a população
usasse “Aí, Dodôra!” quando sofria uma pancada, recebia notícia ruim sobre parentes, mas em todos os lugares de Mossoró, "Ai, Dodôra!" tornara-se um bordão.
Estas duas palavras estavam em qualquer parte de Mossoró, nas
lojas, nas farmácias, no mercado central, nos postos de gasolina, nos pontos de ônibus, enfim, este
slogan que criou Dodôra, fez com que ela ficasse conhecida em toda região de
Mossoró.
Como todas as mulheres que levam a vida de pedir nas avenidas, nos bares..., que se viciam no álcool bravo, Dodôra não era diferente, sempre havia tomado a mais uns golinhos de cachaça.
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Eu não tenho
ideia de onde ela veio, onde nasceu, onde morava, e se ainda está viva, ou se
já faleceu. Se ainda está viva, lógico que deixou a vida de mendiga, porque nunca mais apareceu pelas ruas de Mossoró, talvez
para cuidar de netos ou até mesmo de bisnetos.
Quem a
conheceu sabe que ela não era uma senhora bonita, mas também não era tão feia,
e se tomou algum banho de loja, com certeza chegou a casar e
formou uma excelente família.
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Fonte:
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Autor:
José Mendes Pereira
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