Por: José Mendes Pereira
ATENÇÃO
MOSSORÓ!
"Um dos
mais famosos cantores da juventude estará se apresentando no Cine Pax, na noite
de sábado, dia..."
Este era o
anúncio feito pelas publicidades volantes e pelas três emissoras de rádio:
Difusora, Tapuyo e Rural de Mossoró.
Foi na década
de 70, não me recordo o ano, Mossoró ainda era como uma mocinha que aos 13, 14
anos começa a sua formação, e aos poucos seu corpo vai tomando forma..., puberdade
e..., assim, Mossoró dava um passo de desenvolvimento.
Era uma noite
de sábado. Os comentários sobre o artista estavam na boca da população. A
juventude agitada, não agitada, agitadíssima, e já se encontrava dentro
do cinema, esperando o jovem artista Moacir Franco. As horas foram se
passando e o cantor nada de aparecer no palco. Mas de momento a momento, o
empresário do artista nos dava satisfação, informando que Moacir já se
encontrava em Mossoró, e logo chegaria ao cinema.
Lá pras
tantas, não mais apareceu o empresário e nem tão pouco o artista subiu
ao palco. A juventude perdeu a paciência e pôs-se a exigir que o artista
subisse ao palco do cinema. Mas o mais engraçado e irritante, foi
que depois que o cinema lotou, o suposto empresário, apoderou-se do monte
de dinheiro que rendera na bilheteria e deu no pé.
Agora era
necessário que os organizadores dessem explicações ao público, já que não teria
outra solução. E, de imediato, alguns encarregados do show resolveram enfrentar
os pagantes, informando-lhes que o empresário do artista havia se mandado com o
dinheiro da bilheteria.
A juventude
aumentou o vandalismo, e a partir daí, ao esvaziar o cinema, cadeiras voaram ao
ar, e poucas restaram intactas.
telescope.blog.uol.com.br
Esquina com
o Cine Pax, existe até hoje, um posto de táxi, e a comissão do espetáculo
foi informada que um senhor com pinta de artista, pasta "007",
havia apanhado um táxi, e o destino teria sido São Sebastião, nos dias de
hoje, Governador Dix-Sept Rosado, cidade próxima à Mossoró, cuja,
fora invadida pelo bando de Lampião no dia 12 de junho de 1927.
Polícia
acionada, Honda feita. Mas não foi tão difícil. O jovem trambiqueiro se perdeu
em procurar uma cidade tão pequena quanto era São Sebastião. Em uma das
pensões, como eram chamadas nos tempos de outrora, encontraram o suposto
empresário do cantor Moacir Franco. No momento fazia o seu jantar, acompanhado
de bebidas, e mais outros ingredientes necessários a um inexperiente ladrão.
Feita a
prisão, dissera que era paulista, e estava no Rio Grande do Norte a mais de
seis meses. Como não tinha condições para retornar a sua terra natal, havia
adquirido uns cartazes do cantor, e a solução foi tentar ludibriar Mossoró, com
uma possível apresentação do artista. Preso e condenado, foi transferido
para a Colônia Penal em Natal.
Minhas Simples Histórias
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Fonte:
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