Por: José Mendes Pereira
Padre
Cícero (à dir.) e um colega no seminário - fonte: http://estadao.com.br
O Padre Cícero foi um dos maiores religiosos do nordeste, e gostava de abraçar para si os problemas dos outros, no intuito dele mesmo resolvê-los. Foi e continua sendo adorado pelos nordestinos, que o consideram como um santo do nordeste.
Alguns afirmam que o Padre Cícero não era tão religioso assim, por ter armado e dado patente de capitão ao maior bandido do nosso sofrido chão, Virgulino Ferreira da Silva, conhecido no mundo inteiro por Lampião.
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Mas é preciso que se entenda. O Padre Cícero não era o grande manda chuva do Nordeste, apenas cumpria ordens como qualquer outro religioso ou político que é subordinado aos poderosos.
Alguns autores e pesquisadores afirmam que quando Lampião esteve em Juazeiro, antes da sua chegada à cidade, Padre Cícero teria dito: "- Agora vem este homem para cá". A expressão que foi usada pelo Padre Cícero, entende-se que foi dita em forma de protesto, de repúdio, insatisfação pela sua presença à cidade que tanto ele zelava, Juazeiro do Norte, e protegia os mais necessitados.
Diz que certa vez um senhor estava passando fome juntamente com sua família. Já havia batido em tudo que era de portas, para ver se conseguia pelo menos um pequeno trabalho. Mas infelizmente não arranjara.
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Sabendo que o Padre Cícero gostava de ajudar a quem lhe procurava, resolveu ir à sua presença, achando que ele faria algo que pudesse solucionar àquela sua dificuldade. Ao chegar, encontrou o Padre Cícero aguando algumas plantas, e ao vê-lo, perguntou-lhe:
- O que o senhor deseja?
- Padre, eu estou passando por grande dificuldade. - Dizia o homem - meus filhos já choram com fome. A sua mãe, chora com eles. E eu nada tenho para lhes dá. Se for possível, gostaria que o senhor orasse a Deus, pedindo-lhe que eu possa adquirir um trabalho. Eu sei que prestando o meu serviço a alguém, dará para comprar pelo menos o alimento de hoje, matar a fome dos meus filhos que em casa ficaram em choro.
O Padre Cícero baixou a cabeça, e ali ficou imaginando como ele poderia ajudar aquele senhor que no momento pedia ajuda. Depois de alguns segundos meditando, perguntou-lhe:
- O que o senhor sabe fazer?
- De todos os serviços grosseiros eu sei fazer um pouco. Mas o que eu mais faço, são: bacias, bules de café, baldes para carregar água, chocalhos, lamparinas...
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- Pois bem - dizia Padre Cícero - será realizada uma procissão neste mês, aqui em Juazeiro, e o senhor comece fabricar lamparinas. Muitas! O maior número de lamparinas será bem-vindo. Em todas as missas que eu as celebrar, anunciarei que o senhor tem lamparinas suficientes para vender aos participantes da procissão.
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O homem deu início à fabricação de lamparinas. Fez uma porção, e devido a propaganda que fazia Padre Cícero em todas as missas que ele celebrava na igreja, sobre as suas lamparinas, nunca mais o homem passou necessidade, e chegou a até possuir uma loja com santos, velas, lamparinas...
Tudo que o Padre Cícero dizia aos seus fieis eles obedeciam, como se ele fosse um grande santo daquela região nordestina.
Se é mentira eu não sei.
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José Mendes Pereira
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