sexta-feira, 30 de maio de 2014

Não demorarei retornar- se Deus quiser.


"Estarei de volta assim que eu me recuperar da cirurgia. Se Deus quiser!".

Seu Raimundo Januário era comerciante no Mercado Público Central de Mossoró

Por José Mendes Pereira

Não tenho muito que falar sobre seu Raimundo Januário, isto é, se era mossoroense, ou se chegara aqui e aqui ficou, mas o conheci muito, e sei que durante muitos anos foi comerciante no Mercado Público Central de Mossoró, vendendo cereais, enlatados e outras mercadorias. Era esposo da capacitada professora "Laís", que era professora na "Casa de Menores Mário Negócio".

Seu Raimundo Januário tinha uma cor clara, de estatura média, meio grosso, mas não tanto, e nesse período, suponho que ele já passava dos 50 anos. Residia no centro da cidade, à Rua Melo Franco, em frente à "Estação Ferroviária de Mossoró" que nos dias de hoje, funciona a "Estação das Artes Eliseu Ventania".

www.mossoroemfoco.com

Seu Raimundo Januário era um dos que fornecia mercadorias à "Casa de Menores Mário Negócio" mantida pelo o Governo Estadual com parceria do Governo Federal, administrada pelo -"SAM - Serviço de Assistência ao Menor", hoje é a "FEBEM".

Lembro-me que quando a vice-diretora me incumbia para fazer algumas comprinhas de mercadorias na sua mercearia, geralmente ele me perguntava: "- E como anda com as princesinhas?"

Princesinhas que ele se referia eram as mocinhas novinhas, porque eu ainda estava com pouco mais de 16 anos. Mas eu o respondia que os seus pais eram bravos.

http://telescope.blog.uol.com.br

Ele sorria e me dizia que, no seu tempo, para se namorar, era  muito difícil, porque as mães não arredavam os pés um só instante das filhas quando elas estavam com namorados. Ficavam ali grudadas ao casal. Não rolavam beijos, só uma pegadinha de mãos e mais nada. E ai daquele que tentasse dar um abraço na namorada! O jovem já era considerado um canalha, e o pai da donzela já o rejeitava como futuro genro. E alguns deles chegaram até ser expulsos da casa da namorada.

Seu Raimundo Januário era uma excelente pessoa, gostava de prosear, de contar histórias sobre mocinhas novas no seu tempo, mas que nunca se aproveitou de nenhuma. Mantinha o respeito para não passar por gaiato, ou elemento desprestigiado pelos pais das suas namoradas. A sua esposa, dona Laís, que ainda está viva, também é uma grande figura humana.

Apenas quero registrar neste blog a passagem do comerciante Raimundo Januário em nosso planeta, já que o conheci na batalha pela vida. Mas ele não era desarranjado. Apesar da simplicidade que lhe acompanhava, era dono de muitos panos para as mangas.


Minhas simples histórias

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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Os blogs administrados por José Mendes Pereira irão parar as suas postagens

Por José Mendes Pereira

Amigos leitores e colaboradores destes blogs:

http://sednemmendes.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com
http://mendespereira.blogspot.com

Como todos nós às vezes precisamos de alguns reparos no que se refere à saúde, infelizmente, tenho que me afastar uns dias dos nossos trabalhos, pois sábado (31 deste), irei fazer uma cirurgia em um  dos olhos. Lamento muito ter que me distanciar uns dias dos amigos, mas não há outro jeito. O problema é que eu terei que evitar luz, principalmente de tela de computadores. Até amanhã à noite eu ainda estarei aqui com os amigos.

Muito obrigado!

José Mendes Pereira
Mossoró, terra de Santa Luzia
Rio Grande do Norte

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Professora Sergina Leão

Por José Mendes Pereira

Durante o período em que frequentei escolas, como aluno, eu tive vários tipos de professores com personalidades diferentes uns dos outros como: alguns amigos dos alunos, outros nem valorizam a sua classe, no sentido de ter uma melhor aproximação com as turmas, outros um tanto quanto rígidos, ignorantes, e cobravam até o que pouco havia explorado em sala de aula, outros com sorrisos francos, mas que na verdade eram uns verdadeiros inimigos dos alunos. Mesmo com suas manias presentes, todos eram bons professores, com bagagens para todos os níveis escolares, muito embora alguns tinham as suas dificuldades, talvez por não terem as assistências necessárias para explanar uma melhor aula aos seus discípulos.

Dr. José Araújo, ex-diretor da "União Caixeiral, Aluízio Alves, ex-governador do Rio Grande do Norte, Maysa Almeida Costa, Elza Senna, Irmã Socorro, Sueli Freire e a professora Sergina Leão. 1966 -  http://www.azougue.org/conteudo/dobumba235.htm

Mas como a professora Sergina Leão que lecionava geografia na "Escola Técnica de Comércio União Caixeiral", desconheço alguém, que na mesma época, tinha uma bagagem de conhecimentos sobre a matéria que ensinava. Sergina Leão dominava a matéria como ninguém, e usava seus planos de aulas apenas para mostrar que era organizada. Mas, no momento que ela iniciava escrever na lousa o conteúdo, não necessitava deles. Após o conteúdo escrito na lousa, ela iniciava a explicação, que muitas vezes, alunos de outras classes, ficavam por fora das janelas,  ouvindo as suas explanações sobre o conteúdo. 
 Escola Técnica de Comercio União Caixeiral - blogdetelescope.blogspot.com

Sergina Leão era irmã de um dos melhores médicos cardiologistas de Mossoró, Doutor José Leão, e do empresário Pedro Leão, sendo que este último, o leitor já tem lido neste mesmo blog as suas façanhas como: "Seu Pedro Leão e o alicate", e ainda: "Seu Pedro Leão e as tampas de garrafas". ambas escritas por mim. Clique nos links abaixo:

http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com.br/2013/01/seu-pedro-leao-e-o-alicate.html http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com.br/2013/02/pedro-leao.html

Sergina Leão foi uma professora que nunca deu mole aos alunos. Sempre mantinha a rigidez de cobrar na prova tudo que ela havia passado em sala de aula. De forma alguma, não perdoava, se por ventura, visse algum aluno tentando se beneficiar com colas. De imediato, o aluno colador, tinha que se retirar da sala de aula, e aguardar uma nova oportunidade, e desta vez, faria a prova sozinho, observado por ela. Dona Sergina não admitia que secretárias da escola observassem alunos no momento da sua prova, ou posteriormente. Quem aplicava seus testes e provas aos seus alunos, nada mais do que ela.


http://marylins.eev.com.br

Certa feita, quando eu era seu aluno. Ela passou um trabalho para minha turma, mas este era individualmente, isto é, cada aluno teria que fazer o seu, e em aulas seguintes, cada um era obrigado apresentar o que aprendera para toda a turma. E como neste período eu havia saído do orfanato que eu morava, e estava passando por grandes dificuldades financeiras, morando sozinho no Sindicato da Lavoura em Mossoró, e tentando me adaptar a nova vida que ganhara, e não estava com condições de apresentar o trabalho, tentei enganá-la, dizendo-lhe que eu estava cirurgiado e não tinha condições para fazer a apresentação na lousa. Ela aceitou as minhas desculpas, mas na seguinte condição: Eu teria que fazer a prova oral, já que na lousa eu não tinha condições de escrever, e depois explanar o conteúdo.

Enganei-me por completo. Eu esperava que as perguntas fossem fáceis. Dona Sergina Leão fez perguntas tão difíceis e não atingi a média. Fui reprovado direto. Malvada! Mas a professora Sergina Leão foi uma grande professora de Mossoró.

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segunda-feira, 26 de maio de 2014

O Restaurante "Umuarama"

Por José Mendes Pereira

No final da década de 60 do século XX,  estendendo até o  início da década de 70, um dos restaurantes que mais brilhou em Mossoró foi o "Restaurante Umuarama", de propriedade do senhor Cristóvão Frota, um dos empresários de Mossoró. O Restaurante "Umuarama" funcionava no centro da cidade, em uma das esquinas da Rua Coronel Vicente Saboia,  com o cruzamento da Rua Alfredo Fernandes.

 Casamento de Noguchi Rosado/Neide - Amélia, Cristóvão Frota, a garotinha Roberta Cláudia, Padre Huberto Brueing - 17/12/1970 - http://www.azougue.org/conteudo/dobumba34.htm

Lá era onde estava a "nata" mossoroense, e o sujeito poderia encontrar bebendo, almoçando, uma boa parte dos ricaços da cidade como: Jorge Pinto, proprietário do Cine Pax, José Morais, da Casa Morais, Vilmar Pereira - representante da VASP, Renato Costa - proprietário da Rádio Difusora de Mossoró, Paulo Gutemberg de Noronha Costa - proprietário dos cinemas: Caiçara, Jandaia e Miramar de Areia Branca, José Genildo de Miranda - diretor artístico da Rádio Difusora, Hugo Pinto - proprietário da Casa Pinto, Antonio Simão - proprietário da Super Loja Mossoró, Paulo Costa - proprietário da "Loja Comodoro" e outros tantos, além dos políticos e autoridades mossoroenses que frequentavam o restaurante.  

Restaurante Umuarama - 1966 - http://www.azougue.org/conteudo/dobumba34.htm

Este restaurante durou por muitos anos, só deixando de funcionar no final dos anos 70, quando o proprietário Cristóvão Frota resolveu mudar de ramo, e juntamente com o seu filho, o engenheiro Cristóvão Frota Júnior,  criaram a empresa "Sequip" e passaram a prestar serviços à Petrobras.

O Restaurante "Umuarama" foi um dos maiores restaurantes de Mossoró, e muito colaborou com o desenvolvimento da cidade, dando empregos para garçons, garçonetes, e outros mais...

Quem viveu  estas décadas em Mossoró sabe muito bem aonde o "Restaurante Umuarama" funcionava, e que o movimento de pessoas importantes no ambiente era diariamente, entendendo-se até altas horas da noite.

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O professor João Maleável prepara-se para passar férias na Escócia

Por José Mendes Pereira

Que férias hein João Maleável?! Tanta gente louca para passar umas férias pelo menos fora do seu Estado e não pode. E você agora está arrumando as malas para ir conhecer um outro país, hein! A Escócia!  

Por último ele estava arrumando as suas malas para viajar. Sim Senhor! Adquiriu um passeio dos bons, através do Padre José do Vale. (Esse Padre ajudou muito a jovens que pretendiam fazer cursos em outras universidades fora do Brasil.

www.panoramio.com

Ele era vigário da Igreja do São João Batista e que infelizmente o ano de dois mil e oito, a morte interrompeu os seus planos e trabalhos aqui na terra. Ele fazia parte de um órgão não governamental, e que fez muito pelos jovens de Mossoró, levando-os às universidades de outros países).  

Padre José do Vale, José do Patrocínio Neto - 1970 
 http://www.azougue.org/conteudo/dobumba34.htm

Vamos voltar ao João Maleável?

Antes de ser professor tinha trabalhado cinco anos na igreja do São João Batista, prestando serviços na função de carpinteiro, e por último, ganhara um presentão desses.

E tudo já estava prontinho, passagem reservada, passaporte, dinheiro na conta e outros. No momento em que reservou a passagem, exigiu logo: "Quero poltrona ao lado da janela, para eu ver o globo terrestre lá de cima".


A Magali sua esposa, ficaria em casa com as crianças, enquanto o João Maleável se divertia na Escócia.
  
Há anos que um dos seus grandes amigos o Antônio Jerônimo residia por lá, e tinha ido ainda jovem em companhia do pai, que fora transferido da empresa em que trabalhava para prestar serviços na Escócia, a uma multinacional, e com ele embarcou toda família.

E logo o nosso professor enviou carta ao grande amigo, comunicando-lhe que pretendia passar as suas férias na Escócia, e se possível ele arranjasse uma boa casa, alugasse-a que acertaria depois, pois já estava com o passaporte em mãos e passagem comprada. “- Envie-me fotos de toda residência. - Exigiu ele através da carta”.


Não demorou. A resposta chegou às suas mãos acompanhada de fotos e de toda residência, sala, cozinha, quarto, área de serviços, mais os outros cômodos, a fachada da frente, as plantas frutíferas...

Assim que ele olhou as fotos, notou que não tinha chegado as do banheiro sanitário, e às pressas enviou um telegrama para o amigo, comunicando-lhe que tinha interesses de saber aonde ficava localizado o WC da casa alugada, já que a carta não detalhava o local do banheiro.  


No Brasil é claro, todos nós sabemos que WC significa banheiro sanitário, ou simplesmente banheiro. Mas na Escócia significa capela. 

Dias depois, chegou a resposta escrita à mão. 

Caro amigo João Maleável:

O WC  fica distante da cidade seis quilômetros, e todos daqui só o frequentam aos domingos, feriados e dias santos. A população caminha em mutirão para lá, e a estrada que nos leva até ele, fica aparentando formigueiros e causando admirações com os movimentos dos carros e das pessoas, uns indo e outros voltando.

Na entrada cada pessoa recebe um papel, mas depois de usá-lo é obrigatória a devolução para servir em outros eventos. No momento do evento, uma jovem mocinha, entra, e em sua mãe, conduz um baldinho, e nele, surge uma fumaça cheirosa, a qual fica esfumaçando o local.  As crianças tiram fotos de todas as posições. Os jovens  animam o evento, e os idosos são bem acolhidos no meio da juventude, os quais se responsabilizam pelas palavras amém!, para enfatizarem a ação. 

Sem mais nada para o momento.

Antonio Jerônimo.

Assim que ele leu a carta, desistiu por total, e respondeu às pressas ao grande amigo.
  

Amigo Antônio Jerônimo:

Tenho o prazer de lhe agradecer pela a consideração e a atenção, as quais você me prestou por ter feito esforços em querer me acolher perto da sua casa, mas por outro lado, depois dessa sua informação, tenho o desprazer de lhe dizer que a Escócia jamais me verá, e como você sabe muito bem, aqui, não só em Mossoró, mas em todo o Brasil, nós ainda não viciamos os nossos intestinos a passarem muitos e muitos dias maltratados. Continuamos com aquela velha moda de sempre, ocultamo-nos na hora das nossas necessidades fisiológicas, e as fazemos mais ou menos num espaço de vinte e quatro horas, e entre quatro paredes. Pois bem, se a sua Escócia está na era do modernismo e do desenvolvimento, provavelmente já chegou ao século vinte e dois, e nós daqui de Mossoró e do Brasil, ainda estamos vivendo o século vinte e um. Por isso continuamos atrasadíssimos, e até hoje nós não conseguimos adquirir o hábito de fazermos as nossas necessidades fisiológicas diante de todo mundo, e também não aceitamos que sejam feitas fotos na hora do ato.

Confiando em sua boa compreensão, sem mais, antecipando os meus sinceros agradecimentos.

Sinceramente, João Maleável.

Water Closet - em inglês significa banheiro. Mas como o brasileiro tem mania de  usar estrangeirismo  nas suas escritas, apenas usa WC para significar banheiro.

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domingo, 25 de maio de 2014

25 de Maio de 2014 - Dois anos sem Anathália Cristina Queiroga Pereira






Clique nos links abaixo:

http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com.br/2013/09/direito-que-anathalia-cristina-queiroga.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2012/11/ultimo-dia-da-semana-dedicada-anathalia.html

http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

sábado, 24 de maio de 2014

Café. O ouro negro em grãos

Por José Mendes Pereira

Nas décadas de 50 e 60, e estendendo-se até o início da década de 70, café era considerado o "ouro negro em grãos", devido o seu alto custo, talvez pela redução da colheita. Como o preço era altíssimo, muitos proprietários de caminhões enganavam o governo trazendo o produto para o Nordeste sem o pagamento dos impostos, a chamada venda contrabanda. 

www.revistaplantar.com.br

Na década de 60, mais ou menos no início desta, o meu pai ainda morava em terras alheias, mas não era vaqueiro do fazendeiro, apenas plantava, criava seus animais sem nenhum compromisso com o proprietário. Naquela época transportar café sem o pagamento de impostos, para muitos era um bom negócio, e assim traziam café pelas rotas que não passavam pelas alfândegas.

agricultura.ruralbr.com.br

Um senhor que não tinha nenhum vínculo com a propriedade, mesmo assim ludibriou o fazendeiro para guardar feijão, milho, arroz, farinha... em um dos seus armazéns, lugar onde era batida as palhas das carnaubeiras para a extração do pó, e neste período, o armazém estava vazio, ainda não havia iniciado o corte de palhas das carnaubeiras.

http://ovalesustentavel.blogspot.com

Ciente de que seria mesmo legumes o proprietário aceitou a solicitação, enviando ao meu pai a autorização da entrega da chave do armazém ao homem, para que ele armazenasse seus legumes. Mas o certo é que o homem não guardava legumes, e sim, trazia café contrabandeado, e o guardava no armazém, que geralmente chegava altas horas da noite, com o seu caminhão carregado com o produto ilegal, acompanhado de alguns ajudantes para a descarga.

Assim que o meu pai descobriu que não se tratava de feijão, milho..., e sim de sacas e mais sacas de café, não gostando daquela arrumação,  e não querendo contar ao proprietário o que o homem estava escondendo em seu armazém, e temendo ser preso por estar escondendo a mercadoria ilegal, apavorou-se, resolveu sair da propriedade. Alguns vizinhos até o alertaram que ele estava correndo o risco de ser chamado à justiça, para prestar depoimento de quem era aquele produto.

O meu pai estava preocupado, e de imediato conversou com minha mãe, sobre uma possível compra de uma propriedade, só assim se livraria daquilo que o  incomodava no momento, já que ele não era homem de se aproveitar do que não era dele. E de imediato, dirigiu-se a minha mãe dizendo-lhe:

http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

- Dona Antonia (como o meu a chamava), não podemos mais viver aqui. Descobri que o homem não está guardando no armazém cereais, e sim café. E eu não vou ficar escondendo roubos de ninguém. A solução será nós procurarmos outra propriedade para morarmos, ou desfazermos dos nossos animais para comprarmos nem que seja uma linguinha de terra.

Se o meu pai estava preocupado, igualmente minha mãe, que muito o incentivou a negociação da terra dizendo-lhe: 

- Pedro, nós precisamos sair daqui o quanto antes. Não é justo que você venha pagar um preço caro por ilegalidade dos outros.

O meu pai respondeu-lhe que concordava. E a partir daí,  ficou desesperado. Precisava sair o quanto antes dali. Nunca fora preso, nunca fora chamado em posta de delegacias, e agora estava sujeito a visitar um delegado, uma  casa que prende...


 Manoel Duarte - irmão de Lili Duarte

Mas para tudo há um jeito. Por sorte, Luiz Duarte, irmão de Manoel Duarte, o matador do cangaceiro Colchete, tinha duas propriedades. A primeira herdada quando a  sua mãe Inácia Vicência Duarte falecera.

 Inácia Vicência Duarte

E a segunda recebera de herança do seu pai Francisco Duarte Ferreira, um dos maiores latifundiários de terras ao lado leste da cidade de Mossoró. E como o Lili Duarte não precisava de duas terras na mesma localidade (Barrinha), ele resolveu por uma delas à venda.

Francisco Duarte - o fazendeiro Chico Duarte

Assim que o meu pai tomou conhecimento da futura venda da propriedade, abalou-se até Mossoró para saber o preço, e posteriormente venderia os seus estimados e bem zelados animais para a compra. Negociado a terra, meu pai vendeu todo gado, e um monte de cabras e bodes, só no intuito de sair o mais rápido possível daquele armadilha. 

O certo é que ele conseguiu comprar 1 légua de terra na década de 60. No dia 10 de Maio de 2011 o meu pai despediu-se do nosso planeta, e a pequena propriedade que deixou, ainda continua em nosso poder, sem que nenhum de nós tenha pensado vendê-la.


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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Meu aniversário


Como todo ser humano aniversaria eu não sou diferente. Estou completando mais um ano vivido. Alguns reclamam da vida. Outros dizem que é melhor morrer novo do que velho. Outros querem viver, viver mais e mais. Eu sou um desses que quer viver. Viver é bom, mesmo com dificuldade, com decepções, odiado por uns e amado por outros. 

Agradeço ao grande Deus por aceitar que eu ainda continuo sobre o solo do seu planeta. O Michael Jackson, o Elvis Presley, John Lennon, e outros famosos não chegaram a minha idade. Tenho é que agradecer a Deus por aceitar que eu continuo ocupando um lugar no espaço. 

23 de Maio de 2007, era o dia do meu aniversário, e às 4:00 horas da manhã, acordei quando alguém me chamava e me comunicou que meu segundo irmão Francisco Mendes Pereira (Chico Mendes), havia falecido em um Posto de Saúde.

Elizabeth minha irmã, já falecida, Toinha minha cunhada e Chico Mendes meu irmão, falecido no dia do meu aniversário de 2007.

Sentiu-se mal, foi ao "PAM" andando, e meia hora depois veio a óbito. Não deu tempo para ser socorrido pelo Samu, que já estava a caminho do "PAM" para levá-lo até ao Hospital Regional Tarcísio Maia. A causa: Insuficiência respiratória.

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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Raimundo Sacristão

Por: José Mendes Pereira

Durante muitos anos Mossoró acolheu Raimundo Sacristão, um velho  e competente ajudante  de missas que eram realizadas na Matriz de Santa Luzia em Mossoró, todas, celebradas pelo Monsenhor Huberto Bruening, que durante 48 anos foi sacerdote em Mossoró, nascido em 30 de Março de 1914, em São Ludgero, Santa Catarina, com  descendência alemã, e faleceu em 29 de Agosto de 1995.

Raimundo Sacristão, primeiro à esquerda, Sila, Titico Maia, Padre Huberto, Bibiu Gurgel e Daniela Maia http://www.azougue.org/conteudo/dobumba192.htm

Nesta foto acima o Raimundo Sacristão aparece ao lado esquerdo do casal Sila e Titico Maia, ajudando ao batismo realizado pelo Monsenhor Huberto Bruening, e possivelmente os padrinhos de batismo são  Bibiu Gurgel e sua esposa Daniela Naia, que eram proprietários da casa bancária S. Gurgel em Mossoró. 

Raimundo Sacristão nome recebido pela população de Mossoró, e também pela sua vocação religiosa (católica), morava no centro da cidade à Rua 13 de Maio. Era solteiro, de estatura média, moreno, calvo e  vivia sobre os cuidados da mãe.  

Costumeiramente, no mês de Maio de cada ano, realizava em frente à sua casa 9 noites de  novenas, todas assistidas pela população de Mossoró. 

Raimundo Sacristão foi um dos mais competentes e conhecidos no que se refere à sacristia. Cumpriu sua vocação religiosa, zelando sempre pela Matriz de Santa Luzia em nossa querida Mossoró.

Matriz de Santa Luzia em Mossoró - freiosmardasilva.blogspot.com

Não tenho maiores informações sobre o Raimundo Sacristão, data de nascimento e da sua  morte, apenas quero registrar neste blog a sua passagem pela terra, e principalmente por Mossoró, cidade que o amparou por toda sua vida, pelas suas prestações de  serviços ao mundo religioso.

Minhas Simples Histórias

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sábado, 17 de maio de 2014

MUSEU DO SERTÃO

Por José Mendes Pereira
Proprietário do Museu - Professor Benedito Mendes Vasconcelos

Terça-feira, desta semana, fui convidado pelo pesquisador do cangaço, Professor Pereira, lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba, para marcar presença, ontem (16) às 4:00hs da tarde, no "Museu do Sertão", criado pelo professor Benedito Mendes Vasconcelos.

 
Professor Pereira e sua esposa dona Fátima
jaldesmar-costa.blogspot.com

Mesmo sendo mossoroense eu apenas ouvia falar sobre este "Museu Histórico" (particular), e algumas vezes, fui convidado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueana, o Kydelmir Dantas, mas nunca eu estava pronto para tal visita.


Cheguei lá um pouquinho antes da chegada do Professor Pereira e sua esposa, ambos chegaram acompanhados do proprietário do "Museu" Professor Benedito Mendes Vasconcelos. 


Museu do Sertão conta a história do homem no semiárido com seus instrumentos de trabalho - desimbloglio.blogspot.com

oestenews-cultura.blogspot.com

O Museu fica localizado distante da cidade de Mossoró 5km, na estrada que segue para Alagoinha, município de Mossoró, e em companhia do Professor Pereira, sua esposa dona Fátima, meu cunhado Manoel Pereira (Nezinho), mais o proprietário professor Benedito Vasconcelos passamos o resto da tarde percorrendo os grandes galpões, os quais guardam as peças históricas adquiridas com os recursos próprios  do fundador. E veja que outros galpões, nós não os visitamos, por falta de tempo. 

 
professor-alanmartins.blogspot.com
 
noticiasdevenhavereregiao.blogspot.com

Você que sempre visita esta cidade, um dia, procura conhecer o "Museu do Sertão" do professor Benedito Mendes Vasconcelos, que com certeza, você verá peças antigas que nunca seus olhos viram em lugar nenhum.

 
genildomiranda.blogspot.com
desimbloglio.blogspot.com

Tem peças que foram usadas pelos índios da região, como urupemas, esteiras, flechas, enormes parafusos feitos de madeira, máquinas gráficas, fósseis de animais, carroças antigas, alambiques, peças que fabricavam rapadura, bulandeiras, máquinas de costura secular, balanças, máquinas de escrever (antigas), ancoretas, roladeiras (que segundo o professor Benedito de Vasconcelos, uma criação mossoroense), serrotes com dois cabos, prensas, enormes tachos para a fabricação de queijo, canoas construídas pelos índios... Seus olhos irão ver o que ainda não viram. 

 
professor-alanmartins.blogspot.com
icapuidetradicoes.blogspot.com

Você que nasceu em Mossoró também precisa visitar este enorme e valioso acervo para a cultura. O acervo ocupa uma área de 14 hectares de terra. 

 
www.caldeiraodochico.com.br
www.ricardobanana.com

Você será bem recebido, e o professor Benedito Vasconcelos lhe acompanhará durante toda visita ao Museu, explicando a finalidade de cada peça, e pense numa pessoa popular.

 
desimbloglio.blogspot.com
www.matraqueando.com.br

O "Museu do Sertão" também tem enormes estátuas das nossas personalidades: O Beato Lourenço, Padre Cícero, Patativa do Assaré, Zumbi dos Palmares, Frei Damião, Lampião e outras e outras personalidades do nosso Nordeste Brasileiro. O Museu é fantástico.

desimbloglio.blogspot.com
blogdeluizrocha.blogspot.com

Ao visitá-lo, você não se arrependerá de jeito nenhum. Ao contrário. Voltará outras vezes e será acompanhado de amigos e amigas. 

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com