Por José Mendes Pereira
O cangaceiro
Volta Seca disse ao repórter do Jornal “O Pasquim”, Nº. 221 –
Setembro/Outubro de 1973, que Lampião não era só um homem vingativo e
perverso. Também fazia caridade para a maioria dos necessitados.
Durante o
período em que Volta Seca conviveu no bando, viu muitas vezes Lampião tirar do
bornal, dinheiro e doar às pessoas necessitadas. Se alguém lhe fizesse um
pedido, ele tentava ajudar, desde que não fosse por exploração, seria
imediatamente resolvido. Apesar de ter sido um homem aparentemente
trancado, mas era bastante generoso, atencioso e além de educado.
Lampião - Foto
extraída do Cariri Cangaço
Qualquer
pessoa que fizesse algo de bom para ele, já estava protegida. O que ele não
gostava mesmo, era desses como se diz, caguetas; aqueles que espalhavam coisas
sobre as suas vinganças. E para essas pessoas, ele tinha um apelidozinho:
Chamava-as de “Linguarudos”.
O que Volta
Seca disse aos repórteres foi confirmado pelo o escritor Rostand Medeiros, do
jornal "A Notícia", que circulou no dia 8 de março de 1931, que um
ex-cangaceiro de Lampião, chamado Otaviano Pereira de Carvalho, afirmou-lhe em
entrevista o seguinte: “-Lampião era um bom homem, que vivia na
espingarda, mas era educado. Possuía gestos de generosidade. Distribuía
dinheiro com os pobres, os cegos e falava muito pouco, isto é, só falava o
necessário”.
Balão na
sociedade
A entrevista
que Balão cedeu em 1973, à Revista Realidade, afirmou também quase isso. Na
íntegra: “Até Hoje o povo pensa que LAMPIÃO matava por qualquer coisa. Mas
nunca o vi mandar matar alguém a sangue frio. E as fazendas por ele destruídas
eram dele mesmo. Lampião havia comprado as terras em sociedade com um tal de
Petro de Alcântara Reis: Tronqueira, Cachoeirinha, Formosa. Mas Petro as
registrou apenas em seu próprio nome. LAMPIÃO zangou-se. Eu mesmo ajudei a
matar muito gado a tiro, na Cachoeirinha. Petro fugiu para Alagoas".
O coiteiro
Mané Félix
O coiteiro
Manoel Félix disse ao ´jornalista Juarez Conrado (faleceu em 2010), que não
tinha nada a dizer contra o afamado Lampião, como a grande maioria dos
moradores de Poço Redondo, que nunca chegaram a ver o bandido praticar qualquer
crueldade na região contra os que ali
viviam.
Mas se Lampião
nunca fez crueldades naquele lugar, as volantes de policiais eram temidas e
odiadas pela população, devido às barbaridades que elas praticavam, no intuito
de serem os maiorais combatentes aos asseclas, onde muitas vezes,
impiedosamente maltratavam os que elas achavam que eram coiteiros de
Lampião.
O coiteiro
Manoel Félix ainda afirmou, que era amigo particular de Lampião, e disse
que não estava exagerando, mas com toda sinceridade, Lampião era um
homem fino e bastante educado.
Todo
brasileiro tem na mente que Lampião era um sanguinário em todos os
momentos. Mas os seus remanescentes afirmaram a vários repórteres, escritores
e pesquisadores, que Lampião só era suçuarana para aquelas pessoas que
não o respeitavam, principalmente quando solicitava quantia em
dinheiro e não era atendido.
Mas
existe o ditado: O certeiro que faz um cesto faz um cento. Por
essa razão, ele foi condenado diante de muitos que não o entenderam.
Fontes
de Pesquisas:
Jornal
"O Pasquim" - Número: 221 - 1973.
Revista
Ralidade - 1973.
Jornal
"A Notícia" - 8 de março de 1931 - Rostand Medeiros.
Pérolas:
Delírios literários - Juarez Conrado.
Fotos:
Cariri Cangaço e
Dr.
Sérgio Augusto de Souza Dantas
Postado por Adryanna Karlla Paiva Pereira Freitas
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