quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O professor João Maleável goza licença especial

Por: José Mendes Pereira

Nos últimos anos o João Maleável se sentia meio cansado e precisava com urgência de férias. E para isso, ele tinha direito. Sim senhor!  Quase quinze anos de serviços. Podia se afastar de suas atividades pelo menos por um período de seis meses. E se quisesse, ausentar-se-ia por nove meses.  Isso era uma opção dele.
              
E às pressas ele procurou um substituto.  Carlos Maia. Um primo carnal e de grande confiança. "- É meu primo carnal. Filho de um irmão do meu pai, e filho de uma irmã da minha mãe". 
            
O Carlos Maia, um jovem que ainda não tinha experiências em sala de aula. Mas sempre fora de muita responsabilidade em tudo que tomava de conta. E por sinal, acadêmico de letras em uma das universidades do Rio Grande do Norte. Um grande homem letrado, como dizia o mestre.
             
Quando o nosso professor entregou o material ao novo mestre, isto é, ao substituto, ele se pôs a observar os quadrinhos da presença, e notou que o veterano fazia a chamada da seguinte maneira: Um (P) e um (O). Sem entender aquela desastrosa chamada, o futuro dono da sabedoria resolveu pedir uma explicação ao grande professor polivalente.
             
- Professor, eu estava observando a maneira que o senhor usa para fazer a chamada, e achei muito interessante e engraçada! Quando o aluno estava presente, acredito-me, o senhor colocava um (P). Tudo bem! Até aí eu entendi direitinho. Mas quando o aluno não estava presente, o senhor colocava um (O). Professor, dê-me uma explicação para o significado do diabo deste (O)! 
            
O João Maleável cheio de orgulho, metido a inteligente, não só inteligente, mas inteligentíssimo, e com a confiança de que nada estava errado, que sempre fez aquele trabalho certíssimo, e que se dedicava por total e com responsabilidade, olhou bem no fundo do olhar do primo, balançou um pouco a cabeça, dando a entender que o parente talvez não fosse ser feliz na nova profissão, repuxou o colarinho da camisa, e com um sorriso largo e aberto, respondeu-lhe.
             
- Ó meu grande Deus todo poderoso! Primo, não me decepcione diante dos meus amigos professores, primo!  Não é ozente, primo!
             
-Sim!..., Sim!..., Sim!..., Sim! Entendi, primo! - Confirmou o marinheiro de primeira viagem com um sorriso sarcástico e fantasioso.

             (O que é que é isso, João Maleável? Não estudou!).

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Fonte:
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Autor:
José Mendes Pereira

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