Por: José Mendes Pereira
Tancredo de
Almeida Neves foi eleito a deputado quando ainda não era tão famoso, mas já
havia ganhado certo respeito da população de Minas Gerais. Antes havia sido
promotor de justiça.
Naquela época
não era necessário um político andar acompanhado com guarda-costas, porque o
brasileiro ainda era humano.
Precisando
cortar o cabelo Tancredo Neves parou em uma barbearia, como era chamada em
outros tempos.
Sentou-se e
ali o barbeiro deu início ao trabalho, fazendo barba e cabelo, no meio de
conversas sobre políticas, futebol, secas...
Tancredo, Andrea e Aécio - 1984 Claudio-MG.
Após cabelo cortado,
o barbeiro cuidou da barba do deputado, e com a sua navalha bem afiada, ele lhe
perguntou:
- Dr. Tancredo
de Almeida Neves, o senhor ainda se lembra de mim?
- Pra lhe
falar a verdade eu não tenho lembrança quem é, acredito que você foi um dos
meus eleitores, mas me lembrar quem é você eu não me recordo. – Disse ele se
virando para o barbeiro e o observando dos pés à cabeça.
O barbeiro
lentamente fazia a navalha deslizar sobre sua barba, e em seguida disse:
- Dr. Tancredo
neves, eu sou João Caetano Morais, aquele que o senhor me acusou naquela
audiência quando eu fui réu. O senhor como promotor de acusação fez o juiz decretar para mim uma cadeia de
dez anos. Mas não se preocupe, aqui sou barbeiro, mas para ganhar o pão de cada
dia. Cadeia nunca mais!
Tancredo de
Almeida Neves ficou branco, temendo ser degolado pelo barbeiro.
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Autor:
José Mendes Pereira
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