quarta-feira, 9 de outubro de 2013

João Quinane

Por: José Mendes Pereira
José Mendes Pereira

João Quinane era da família dos Quinanes, sendo parente do Ecidésio Quinane, Isídio Quinane, Manoel Quinane (ou Manél do leite - o evangélico), e que consta que ele havia nascido lá pras bandas do Sítio Trapiá, localidade encravada entre Mossoró e Assu, no Rio Grande do Norte.

Não posso dizer que eu tinha conhecimento com ele, apenas o vi algumas vezes, mas meu pai, avós e meus tios, todos o conheceram muito, devido ser um homem que, apesar de morar naquela localidade, andava bastante pela região, visitando os seus conhecidos.

João Quinane era um homem afamado na pegada de bois bravos, e que muitas vezes, fora convidado pelos criadores da região Barrinha, Angicos, Curral de Baixo, Santana, Melancias, Alto Moura..., para pegar animais desses pequenos fazendeiros que haviam desaparecido das suas vistas.
Foto: ALDEMAR DUARTE LEITE

Era sobrinho de Manoel Duarte Ferreira, o homem que no dia 13 de Junho de 1927, na tentativa da invasão à Mossoró, feita por Virgulino Ferreira da Silva - - o  Lampião, assassinou o cangaceiro Colchete e baleou o pernambucano José Leite de Santana - o Jararaca.

Teve como irmãos: Armando, Artur, Arisser, Albaniza e Adalta, todos já falecidos.

Aldemar Duarte era proprietário de terras e ex-combatente da Guerra da Alenmana nos anos 40, do século passado.

Era pai  do escritor David de Medeiros Leite. Além deste, Artur, Aldemar, Mailda, Valdete, Ilka entre outros.

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Foto gentilmente cedida pelo seu filho Artur Leite
Aldemar Duarte Leite

Certo dia João Quinane fora convidado pelo fazendeiro Aldemar Duarte Leite, que necessitava recuperar um dos seus touros que fizera morada nas caatingas, e nunca mais havia voltado ao seu pasto.

Assim que João Quinane recebeu o convite, pôs a cangalha em um dos seus jumentos,  e abalou-se até a fazenda,  no intuito de atender a convocação, feita pelo Aldemar Duarte,  sendo que a sua fazenda é localizada bem próximo à antiga fazenda Barrinha, de propriedade do senhor Chico Duarte, e que este  era avô do seu Aldemar Duarte.

Chico Duarte
 Francisco Duarte Ferreira - Chico Duarte

O fazendeiro já havia mandado um dos seus vaqueiros dá um banho no seu melhor cavalo,  arreá-lo com os melhores arreios, e que este, seria entregue ao pegador de gado, o João Quinane.

Ao chegar à fazenda, João Quinane encontrou seu Aldemar Duarte sentado em uma das cocheiras do estábulo, alimentando alguns bichos miúdos. E assim que o fazendeiro o viu, ordenou que se sentasse em algum lugar naquele curral, para que ele tomasse as devidas explicações, onde poderia encontrar o seu bravo touro, a cor, o seu porte...

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Depois das explicações, seu Aldemar disse-lhe que já havia mandado o vaqueiro selar o seu melhor cavalo, ainda novo, mas bastante esperto e ligeiro na corrida atrás de touros bravos.

Mas João Quinane tinha outras maneiras de pegar touros bravos nos tabuleiros, dizendo-lhe que nunca tinha precisado de cavalo para segurar gado. O que ele precisava para pegar animais bravos, era apenas saúde e mais nada.

- Mais o senhor  está querendo me dizer que costuma pegar gado montado neste seu jumento? 

- Não senhor! Eu pego touro bravo a pé, isto é, na carreira, dentro da mata.

Seu Aldemar quis duvidar, e em seguida disse-lhe que, se ele pegasse o touro a pé, pagaria-lhe o dobro do valor que ele havia pedido. Negócio feito e concordado por ambas as partes.

E mandou-se o homem à procura do touro. E lá para às 4 horas da tarde, o João Quinane chegara à fazenda conduzindo o touro do fazendeiro.

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Quem conheceu o João Quinane sabe bem que ele era um verdadeiro pegador de touros bravos pelas regiões de Mossoró, mas nunca precisou de cavalos para este fim. Se ele fosse atrás de qualquer animal nas matas, só retornava com ele na sua frete.
 
Minhas Simples Histórias

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Fonte:
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