sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Raimundo Confeiteiro

Por: José Mendes Pereira

As minhas palavras sobre Raimundo confeiteiro serão poucas, por eu não saber qual era o seu nome completo, a sua família, onde morava etc. Apenas quero deixar registrado neste blog a sua permanência durante muitos anos na calçada do Cine Caiçara, vendendo confeitos, cigarros e outros mais.

Raimundo confeiteiro era magro, não tão alto, moreno, e com um jeito bastante humilde; e todos os dias, de segunda a segunda, ele estava com o seu carrinho de confeito na Rua Alfredo Fernandes, vendendo os seus produtos.

Ver-se na foto o carrinho do Raimundo - Fonte da foto: telescope.blog.uol.com.br

Não tenho certeza se o homem que aparece lá na porta do cinema era ele. Mas tudo indica que sim, já que o carrinho está como se estivesse pronto para ele ir embora. E pelo jeito que ele está, é como se o cinema já havia fechado as suas portas de ferro, dando a entender que ele está segurando os varões da porta. O seu carrinho era colocado sobre a calçada, no final do prédio, ao lado esquerdo da foto. 

Lembro-me o dia que ele chegou à Editora Comercial S/A e pediu ao Dr. Paulo Gutemberg de Noronha Costa, um dos sócios do cinema, que o deixasse colocar o seu carrinho sobre à calçada do Caiçara, pois não tinha emprego, e estava necessitando de ganhar uns trocadinhos para o sustento de sua família. Pelo seu jeito tímido, parecia que estava esperando um não do proprietário. 

 Dr. Paulo Gutemberg de Noronha Costa

Mas o Dr. Paulo Gutemberg disse-lhe que podia expor as suas mercadorias ali mesmo, pois o seu carrinho jamais iria atrapalhar o funcionamento do cinema. E por muito tempo Raimundo adquiria o que era necessário para manter a sua estimada família.

Como ninguém sabe como será o dia do amanhã, certo noite, assim que o cinema fechou as portas, Raimundo cuidou de guardar todas as suas mercadorias, e deu partida para casa. Mas infelizmente Raimundo foi brutalmente arremessado por um carro, deixando-o desacordado. Levado ao antigo Hospital de Caridade de Mossoró, não resistindo aos ferimentos, Raimundo faleceu.

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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

João Tubiba

Por: José Mendes Pereira

João Tubiba era mossoroense, mas a sua casa era o seu chapéu. Vivia exclusivamente à custa dos seus familiares e de alguns amigos. Nunca fora homem do trabalho, apenas levara a vida fazendo pequenos mandados, levando dos outros alguns recados e objetos daqui para ali. Uma de suas manias era acompanhar defuntos até ao Cemitério São Sebastião em Mossoró. E muitas vezes, nem conhecia a família do morto. O seu desejo era acompanhá-lo até à cova, e lá, fazer o que ele mais gostava. A primeira jogada de barro sobre o morto, tinha que ser feita por ele. Isso era o seu maior desejo.

Geralmente, no velório, João Tubiba servia para pernoitar ali diante do morto, enquanto os familiares procuravam descansar um pouco. Várias vezes ele fora solicitado para esta finalidade. 

Mas alguns afirmavam que aquele desejo do João Tubiba permanecer em velórios, era interesse, talvez para ganhar um trocadinho da família. Se era ou se não era, o João Tubiba estava em todos os velórios e enterros. 

Certa noite, enquanto permanecia pastorando um defunto, e já que naquele momento estava só, João Tubiba aproximou-se do caixão, levantou um pano que cobria o sem vida, e lá viu, que em matéria de sapatos, o defunto estava muito bem obrigado.

Vendo que era um desperdício, e dos maiores, já que aquele par de sapatos iria ser enterrado juntamente com o falecido, e rapidamente fez a troca que ora imaginava. 

Como ninguém ali jamais imaginaria que alguém teria coragem de carregar os sapatos do morto, ele permaneceu a noite toda no velório, com sapatos novos e luxuosos em seus pés.

No dia seguinte, no momento de colocar o caixão dentro da cova, a viúva que desesperadamente chorava ao lado do caixão, pediu que queria ver o seu ente querido pela última vez, abrissem o caixão para as suas últimas despedidas, e de imediato, ela percebeu que o seu ex-marido estava com sapatos velhos. Mas como era um momento triste, ela só levou a conversa adiante, depois de alguns dias.

A partir deste dia, o João Tubiba deixou de participar de velórios, já que o seu interesse era furtar os defuntos. João Tubiba era ladrão de defuntos.

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Seu Luiz Felipe

Por: José Mendes Pereira

Eu não tenho muito o que falar sobre seu Luiz Felipe, já que o conheci através das suas vendas, e não sei quem era a sua família, apenas estou registrando a sua passagem aqui na cidade de Mossoró, e não sei se era mossoroense, e  se havia chegado aqui e se estabeleceu como fabricante de bolos. 

Seu Luiz Felipe residia na Avenida Cunha da Mora, mas já bem próximo aos alagados do bairro Pereiros. Era um senhor de pouca estatura, mas corpulento, e que atendia a todos sorridentemente. Se seu Luiz deixou filhos, eu não tenho conhecimento.

Seu Luiz Felipe foi um dos primeiros mossoroenses a fabricar bolos para vendas. Ninguém sabia fabricar bolos fofos e de leite mais do que ele. Se precisassem de bolos para festas, aniversários, etc, seu Luiz Felipe estava no rol dos mais indicados como um dos melhores fabricantes de bolos. 

Como fabricava bolos com ingredientes na medida certa, por muitos anos, na década de sessenta e setenta, o bolo de leite como é conhecido, foi apelidado de bolo Felipe.

A moda pegou devido o seu nome. Quando uma pessoa pedia que fosse até a fábrica de bolos do seu Luiz Felipe para fazer compras, dizia: "Vá lá em seu Luiz Felipe e me traga um bolo de leite". Mas com o passar dos tempos, muitos não mais o chamavam "bolo de seu Luiz Felipe", e sim, bolo Felipe. -Vá lá e me compre um bolo Felipe"

Mas seu Luiz Felipe era um simples trabalhador, e jamais passou de uma camisa.

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domingo, 17 de novembro de 2013

Meus dois avôs eram abusadíssimos

Por José Mendes Pereira
 


Os meus dois avôs eram (Manoel), sendo que o pai do meu pai era Manoel Francisco Pereira, ou simplesmente Néo. E todos os netos o chamavam de Papai Néo.

Foto: MANOEL MENDES DA CÂMARA, MEU AVÔ, PAI DA MINHA MÃE

Aí está Madalena e Marizan, o nosso avô
Manoel Mendes da Câmara - pai da minha mãe

O pai da minha mãe era Manoel Mendes da Câmara, ou "Mané Mendes", mas a maioria dos netos o chamava de Papai daqui, Pai daqui. Já os outros netos que não foram criados ao seu redor, o chamavam de Papai do banco, por ele viver sempre sentado em um banco. 

As minhas duas avós eram "Maria da Conceição". A mãe do meu pai era Herculana Maria da Conceição, dona de vários nomes carinhosos como: Tia Culana, Madrinha Culana, Mãe Nanana, Mamãe Nana, Mananana e outros mais, e não era parente do seu esposo. 

A mãe da minha mãe era Apolinária Maria da Conceição, de cor negra, mas com cabelos bons e lisos..., alguns netos a chamavam de Mãe daqui, mais os outros que não foram criados ao seu redor, chamavam-na de Mãe do chão, por ela gostar muito de sentar-se sobre o chão. Apesar de não ter nenhum parentesco com o esposo, exceto esposa, também era muito estressada.

Os meus dois avôs eram primos legítimos, e ambos tinham as mesmas manias. Eram super exigentes, ignorantes, mas eram bastante honestos.

O meu avô paterno mantinha respeito ao seu visitante. Como em todas as reuniões familiares acontecem risos, causados por acontecimentos engraçados, de "A" ou de "B", no momento em que alguém vinha caminhando em direção a sua casa, isto é, um visitante ou até mesmo pessoas que iriam passando para um lugar qualquer, e sob o alpendre de sua casa acontecia uma conversa que necessariamente riam, todos teriam que mudar o assunto, justamente para que o visitante não chegasse em sua casa pensando que os risos eram dirigidos a si.

Certa feita, duas de suas filhas Nízia e Francisca  encontravam-se dentro de um dos quartos conversando. E elas  não sabiam que lá sob o alpendre, o pai conversava com um dos seus amigos. No meio da conversa elas caíram em debochados risos.

Ao ouvi aqueles risos incontrolados, já que não iria até ao quarto para repreendê-las sobre isto, resolveu chamar a minha avô que se encontrava lá pela cozinha. E assim que a minha avó chegou, ele ordenou que enchesse uma bacia com milhos, pois estava precisando naquele momento.

Herculana Maria da Conceição - minha avó

Minha avó foi até ao armazém, colocou milho na bacia e veio para entregar ao marido. Mas ela não tinha a mínima ideia para que seria aquele milho, já que não tinha nenhum animal amarrado sob o alpendre. 

Sentindo-se passado de vergonha diante do visitante, pelos risos que as filhas provocavam lá dentro de casa, e sem muito se demorar, chamou-as até ao alpendre. Em seguida ordenou que elas comessem todo o milho que estava na bacia, pois ele esperava que tinha duas moças dentro de casa, mas descobrira que estava criando duas jumentas. E como elas não comiam milho, caíram em choro, pedindo-lhe que não as castigassem dessa maneira, vez que elas não sabiam que ele estava com uma visita sob o alpendre. 

Outra vez, querendo saber qual dos filhos tinha mais coragem, reuniu-os em fila, e exigiu que um deles cortasse o seu dedo indicador. Trouxe um tronco de aroeira, cujo iria fazer um pilão, colocou-o sob o alpendre, entregou o machado ao filho mais velho, Manoel de Néo, como era chamado, que era o mais velho e oprimeiro da fila, colocou o dedo em cima do tronco, e ordenou-o que decepasse o seu dedo.

Foto: MANOEL NÉO PEREIRA 

Era o irmão mais velho do meu pai Pedro Néo Pereira

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Manoel de Néo

Mas a ordem era a seguinte: Se cortasse o seu dedo, apanhava, e muito, e se não obedecesse a cotada, apanhava, e muito mais. 

Manoel caiu em choro, dizendo-lhe que não tinha coragem de cortar o dedo do seu próprio pai. 

- Mas você já sabe que vai apanhar, não é?

- Sei, sim senhor. Mas eu prefiro apanhar sem cortar o seu dedo. Dizia Manoel em choro. 

Papai Néo ordenou que Manoel ficasse ao lado, Quando terminasse esta tarefa, iria surrá-lo.

E veio Antonio Néo, depois o terceiro, o quarto... Nenhum teve coragem para decepar o dedo do pai.

Foto: ANTONIO NÉO PEREIRA

Antonio Néo Pereira era irmão do meu pai: Pedro Nél Pereira Ele faleceu solteirão, aos 83 anos. Geralmente quando os seus conhecidos lhe perguntavam porque não havia se casado, ele respondia: "-Não me casei porque nunca tive tempo para isto".

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Antonio Néo Pereira

Agora era vez do José Néo, filho que não temia nada. De nada ele tinha medo. Ninguém duvidasse dele. Não era maldoso, mas não aceitava provocações de  jeito nenhum de ninguém.

Papai Néo entregou-lhe o machado, preparou o dedo sobre o tronco, e ordenou que o decepasse.

José Néo mirou bem,  sorriu um pouco dizendo: 

- Este já era - arriando o machado com toda sua força sobre o dedo do pai.

Se papai Néo não tira o dedo de cima do tronco, teria ficado sem ele. Exceto o José, todos ali estavam chorando e esperando a surra que o pai lhes prometera.

Mas na verdade, ninguém apanhou. Papai Néo queria apenas saber qual dos filhos era o mais corajoso. 

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sábado, 16 de novembro de 2013

Um casal de jovens feio

Por José Mendes Pereira
Foto: Um casal de jovens feio estava apaixonado. O jovem bem mais ainda. De repente ele resolveu  fazer uma simples homenagem à namorada:

- Olha minha querida, você é tão linda que eu tenho até medo de um dia te perder.

Mas ela foi sincera dizendo-lhe:

- Eu sinto muito não poder lhe dizer o mesmo, porque você é horrível, e ponha horrível nisso.

Ele não querendo ficar para traz, respondeu-lhe o seguinte:

- Eu sei que não sou bonito, mas faça como eu fiz.

- Como assim? – Perguntou ela bastante interessada na sua resposta.

- Já que eu não sou bonito, invente uma mentira assim como eu inventei para você.

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Um casal de jovens feio estava apaixonado. O jovem bem mais ainda. De repente ele resolveu  fazer uma simples homenagem à namorada, já que fazia muito tempo que se amavam, e nunca tinha oferecido algo que a agradasse:

- Olha minha querida, você é tão linda que eu tenho até medo de um dia te perder. Sei que se eu perder este teu sorriso, teu olhar, esta tua beleza, talvez eu nem permanecerei vivo.

Mas ela foi sincera e breve com a sua afirmação dizendo-lhe:

- Eu sinto muito não poder lhe dizer o mesmo. Já tive outros namorados, mas de todos, eu analisando,  você é o mais horrível de todos os outros, e ponha horrível nisso.

Ele não querendo ficar para traz, já que ela fora muito positiva com a sua sinceridade, respondeu-lhe dizendo:

- Eu sei que não sou bonito, mas faça como eu fiz.

- Como assim? – Perguntou ela bastante interessada no que iria dizer o seu futuro esposo.

- Já que eu não sou bonito, invente uma mentira assim como eu inventei para você, linda!. 

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terça-feira, 12 de novembro de 2013

A Rainha do Cangaço

Por: José Mendes Pereira
 Maria Gomes de Oliveira - Maria Bonita 

Este artigo foi publicado no http://blogdomendesemendes.blogspot.com, no dia 4 de Junho de 2013, mas a postagem neste blog é só para efeito de arquivo, já que foi escrito por mim. 

Maria Bonita como já é do conhecimento de todos nasceu no dia 8 de março de 1911, no município de Paulo Afonso, no Estado   da Bahia. Viveu sua infância e adolescência no sítio dos pais. Aos quinze anos casou-se com o sapateiro José de Neném, e não estando satisfeita com o matrimônio, abandonou o seu cônjuge de uma vez por toda, e decidiu  acompanhar o homem mais temido do Brasil, o rei Lampião, para  fazer parte de seu respeitado bando de cangaceiros, onde permaneceu até a sua morte, na madrugada de 28 de julho de 1938, lá na Grota de Angico, no Estado de Sergipe.

Antonio dos Santos - O cangaceiro Volta Seca
  
Em 1973, o Jornal “O Pasquim”, Nº. 221, referente aos meses Setembro e Outubro publicou uma entrevista que havia feito com Antonio dos Santos, o cangaceiro Volta Seca, afirmando ele que quando Maria Bonita incorporou-se ao bando de cangaceiros, já fazia mais de dois anos que ele estava em companhia dos asseclas.

O encontro da futura cangaceira com Lampião se deu quando certo dia o bando havia se hospedado na Malhada da Caiçara, e lá, chegou uma senhora conhecida por Maria Déia, afirmando ser a mãe de Maria (a futura Maria Bonita), e foi de encontro a Lampião, dizendo-lhe que sua filha Maria desejava muito conhecê-lo. Lampião se sentindo orgulhoso, disse-lhe que para ela o conhecer não havia dificuldades, pois ele estava sempre por ali. E voltando-se para Dona Maria Déia, perguntou-lhe onde ela morava.  Ela o respondeu que a filha era casada e residia em Santa Brígida.

 
Lampião e Maria Bonita

Lampião interessado para conhecê-la pediu que a chamasse, pois estaria até a manhã do dia seguinte, e não comunicasse mais a ninguém da sua presença naquele lugar.

Dona Maria Déia querendo que a filha o conhecesse, já que era um dos desejos dela, mandou um dos filhos chamá-la em sua residência.  E ao chegar, mãe e filha dirigiram-se à presença do desejado homem. E depois de se apresentarem, os dois ficaram palestrando.

Maria desejou acompanhá-lo, mas Lampião tentou convencê-la, explicando-lhe que não tinha futuro, pois ele era um homem que vivia da desgraceira, e não era engraçado levá-la para uma vida que não tinha tranquilidade. E lá, o sofrimento era constante; passava fome, sol, poeira..., e ele mesmo vivia naquela vida, mas não gostava.

Disse-lhe ainda que muitas vezes eles passavam dias sem se banharem, e  não era justo uma mulher tão linda quanto ela, levar a vida sem se banhar. Ainda a aconselhou que ficasse com o seu marido, já que haviam sido abençoados por Deus, para viverem a vida até que a morte os separassem. A vida de cangaceiro não era mar de rosas, nem para ele e nem para ninguém. Muitas vezes se sentia desprezado por Deus e por todos; e no cangaço era somente tiroteio e mais nada.  Ele ainda alegou que não era um homem da sociedade. Mas ela insistiu tanto, que findou Lampião a carregando na garupa do seu cavalo, para as caatingas, sendo ela a primeira cangaceira brasileira.

Minhas Inquietações

O que disse Volta Seca ao jornalista sobre a entrada de Maria Bonita para o cangaço, foi bem detalhado. Mas uma resposta me deixou confuso:

O jornalista do Jornal "Pasquim" fez-lhe uma pergunta:

- Ela atirava também?.

E ele o respondeu:

- Atirava! Eu queria está com ela e não queria está com dez homens da marca dos que eu conheço por aqui. Estava mais satisfeito.

A resposta de Volta Seca contraria o que disse Balão em novembro de 1973 à Revista Realidade.  Veja: “Maria Bonita usava uma pistola Mauser de 11 tiros, mas também não atirava nada”.

Guilherme Alves - O cangaceiro Balão

Balão deixou a sua resposta com duplo sentido. Quem era que não atirava nada, Maria Bonita ou a pistola mauser?

Na minha opinião, eu acho difícil Maria Bonita ter assassinado alguém no período em que ela participou do movimento social dos cangaceiros. É óbvio que o seu olhar era sério, duro, mas apenas o olhar, e dentro dela batia um coração amável e generoso. Afinal, Maria Bonita entrou no cangaço não para se vingar de ninguém, e sim, para ser a mulher do homem que ela achava que era a sua verdadeira alma gêmea.

Em tudo que eu tenho lido sobre o cangaço, ainda não encontrei algo escrito por algum autor de livros, textos ou outra coisa parecida, afirmando que Maria Bonita era perversa.

Mesmo eu discordando algumas respostas de Balão, na entrevista que ele cedeu à Revista Realidade, e deixando a resposta com duplo sentido, eu estou mais para acreditar nele, quando disse que Maria Bonita não atirava nada.

Embora não tenha se casado oficialmente com   Lampião, mas Maria Bonita é considerada a sua primeira esposa, onde viveram juntos durante oito anos.
 

Fontes de Pesquisas:

Jornal “O Pasquim”, Nº. 221 - Setembro/Outubro de 1973
Revista Realidade - 1973.

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sábado, 9 de novembro de 2013

JOSÉ RIBEIRO FILHO - O CANGACEIRO ZÉ SERENO

Por: José Mendes Pereira
 

Este artigo foi publicado no http://blogdomendesemendes.blogspot.com e no http://blogdodrLima.blogspot.com, Cruz Ce, mas a publicação neste blog, é só para efeito de arquivá-lo, ja que foi escrito por mim.

José Ribeiro Filho - o cangaceiro "Zé Sereno", nasceu em 22 de Agosto de 1913, na Fazenda dos Engrácias, no município de Chorrochó, no Estado da Bahia. Era filho de José Ribeiro e de dona Lídia Maria da Trindade.  Sua mãe era irmã dos cangaceiros Antônio e Cirilo de Engrácias.

O cangaceiro Zé Sereno - visitando escola em São Paulo

Dona Lídia também era  irmã do cangaceiro Faustino, "Mão de Onça", sendo este pai do terrível cangaceiro Zé Baiano, o ferrador do bando de Lampião.

 O cangaceiro Zé Baiano

Zé Baiano andava com um ferro de ferrar animais com as iniciais "JB", as primeiras letras do seu nome. Para suas maldades alheias onde ferrava mulheres e homens, de preferência no rosto. Zé Baiano era primo carnal do cangaceiro Zé Sereno, isto é, pai  e mãe eram irmãos dos pais de Zé Sereno.   Zé Baiano e Zé Sereno eram primos legítimos do cangaceiro Mané Moreno.

 A cangaceira Sila, esposa de Zé Sereno 

Zé Sereno e Sila saíram ilesos do massacre, isto é, não foram atingidos pelas balas. O ex-cangaceiro Zé Sereno só veio a falecer em 16 de fevereiro de 1981, no Hospital Municipal de São Paulo. Sua mulher Sila  faleceu no dia 15 de Outubro de 2005, também na capital Paulista.

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