Por José Mendes Pereira
Pastoril era uma dança que acontecia em todas as cidades do
Brasil, formado por um pequeno palco, com espaço para abrigar de seis a oito moças,
conhecidas por pastoras ou pastorinhas, as quais dançavam com cavalheiros que pagavam o espetáculo.
Geralmente, o palco era montado sobre a calçada ou em frente a casa do encarregado (dono), feito com tábuas e bem protegido com cordas enfeitadas, e nele, estava o apresentador,
mais as pastorinhas, que apareciam ao público com roupas curtas e enfeitadas com brilhos,
deixando-as bem à vontade e sensuais, e algumas delas, via-se um pouco das suas
nádegas.
sipealpenedo.wordpress.com
As realizações dos shows eram bem animadas, através de um bom sanfoneiro, um triângulo e um pandeiro. E ali, os jovens ou
mesmo senhores de idades avançadas, formavam grupos de três ou quatro amigos, no intuito de concorrerem com outros grupos de homens, os aconchegos das pastorinhas sobre o palco, e serem admirados pelos os olhares dos que apreciavam de fora o espetáculo. E o grupo de cavalheiros que oferecesse mais dinheiro para dançar uma música tocada pelo
sanfoneiro, iria dançar com as pastorinhas.
Confirmado o valor que os dançadores pagariam por uma rodada sobre o palco, com as pastorinhas, o sanfoneiro puxava o fole do acordeom, e os homens balançavam os seus esqueletos sobre o enfeitado palco. O balanço poderia ser com uma só dançarina. Mas no decorrer da música que estava sendo tocada, eles podiam trocar de pastorinhas entre si, ou ainda usar as que ficavam paradas, por falta de dançadores.
Confirmado o valor que os dançadores pagariam por uma rodada sobre o palco, com as pastorinhas, o sanfoneiro puxava o fole do acordeom, e os homens balançavam os seus esqueletos sobre o enfeitado palco. O balanço poderia ser com uma só dançarina. Mas no decorrer da música que estava sendo tocada, eles podiam trocar de pastorinhas entre si, ou ainda usar as que ficavam paradas, por falta de dançadores.
Em anos remotos, era comum os pastoris pelos bairros de
Mossoró, como: Alto de São Manoel, Bom Jardim, Pereiros, Alto da Conceição,
Santo Antonio, Bairro do Alto do Xerém, etc. E quem mais se destacou em Mossoró como proprietário de pastoril, foi um senhor conhecido por Juarez do Xerém, que desde muito jovem criara o seu grupo de
pastorinhas, para animar as noitadas do seu bairro Alto do Xerém.
Já em São Miguel, no Rio Grande do Norte, segundo o historiógrafo e pesquisador do cangaço, o Rostand Medeiros, quem mais se destacou no pastoril foi a Dona Sofia,
grande incentivadora do pastoril de São Miguel, quando levava outros grupos para animarem mais ainda os participantes e os que apreciavam este divertimento.
Dona Sofia - foto do acervo Rostand Medeiros - http://tokdehistoria.wordpress.com/
Mas com o passar dos anos, os pastoris foram desaparecendo dos bairros de Mossoró, devido a grande mudança que aconteceu com a juventude, quando muitas moças enfrentaram os seus carrascos pais, e adquiriram liberdade, e passaram a dançar em clubes, em casas noturnas, etc.
Nos dias de hoje, este divertimento não mais se ver pelos bairros de Mossoró, e nem em cidade nenhuma do Brasil. Infelizmente o pastoril foi desativado de uma vez por toda, apenas memorizado nas mentes de quem participou ou presenciou este divertido mundo que era pastoril.
Será que o pastoril voltará algum dia a animar os bairros de Mossoró, ou de outras cidades brasileiras, apresentando novas pastoras? Certamente que não. O pastoril teve a sua fase e viveu por muito e muitos anos. Mas a evolução e a explosão da juventude, fizeram com que este espetáculo passasse a ser apenas adormecido. Já foi ou já era.
Mas quem sabe, algum dia, alguém possa acordá-lo do seu profundo sono, e levá-lo a viver novamente em todas as cidades do Brasil.
Minhas simples histórias
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