sábado, 31 de janeiro de 2015

MORTE DE SADDAM HUSSEIN

Por José Mendes Pereira
Saddam Hussein quando era Presidente do Iraque

"Tantas alegrias vividas, tantos apertos de mãos, tantos abraços recebidos de pessoas importantes, tantos elogios, tantos convites para participar de festas de celebridades, tantos amores apaixonados vividos, tantas festas em família, tantos carrões dos mais modernos e sofisticados modelos, tantos barcos e navios no seu comando, tantos aviões a sua disposição, tanto dinheiro e ouro completavam a sua felicidade, tantas riquezas juntas e espalhadas, tantos ódios expostos e ocultos..., agora, não vale mais do que um cadáver adormecido no túmulo de um homem que um dia foi tão amado pelos seus admiradores e seguidores,  e além do mais, respeitado no mundo inteiro. Saddam Hussein com o seu sorriso sarcástico entre os dentes, pensava que era o verdadeiro dono do mundo. O homem arrogante que ainda não caiu, um dia cairá".

José Mendes Pereira

Biografia que segue foi extraída deste site:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Morte_de_Saddam_Hussein
  
A execução de Saddam Hussein ocorreu em 27 de Março de 2006 (primeiro dia do Eid-al-Adha). Saddam Hussein foi condenado à morte por enforcamento, depois de ter sido considerado culpado e condenado por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Especial Iraquiano, pelo assassinato de 148 xiitas iraquianos na cidade de Dujail em 1982, em retaliação a uma tentativa de assassinato contra ele.

Saddam Hussein foi presidente do Iraque de 16 de Julho de 1979 até 9 de Abril de 2003, quando foi deposto durante a invasão de 2003 por uma coalizão de aliados liderada pelos EUA. Após a captura de Saddam em ad-Dawr, perto de sua cidade natal Tikrit, ele foi preso em Camp Cropper. Em 5 de Novembro de 2006, foi condenado à morte por enforcamento.


Em 30 de dezembro de 2006, foi levado ao cárcere para ser executado. O governo iraquiano lançou um vídeo oficial de sua execução, mostrando-lhe sendo levado para a forca, e terminando depois que a sua cabeça estava no laço do carrasco.

Saddam foi executado na presença de um clérigo, um médico e um juiz, e um grande número de testemunhas, todos de origem iraquiana.

Em um vídeo filmado com um celular no momento da execução, ouve-se o ex-líder iraquiano enfrentando dialeticamente seus carrascos. Saddam Hussein se recusou que cobrissem sua a cabeça com um capuz antes do enforcamento e leu frases da profissão de lei islâmica: "Não há outro Deus senão Alá e Maomé é seu profeta".

Após a execução, em simultâneo, uma série de atentados sacudiram Bagdá matando pelo menos 70 pessoas depois que o Partido Baath pediu vingança aos iraquianos.

Várias controvérsias internacionais públicas surgiram quando uma gravação não autorizada de telefone móvel do enforcamento mostrou-o caindo pelo alçapão do patíbulo. A alegada atmosfera pouco profissional e indigna da execução provocou críticas em todo o mundo tanto de nações que se opõem como as que apoiam a pena capital. Em 31 de Dezembro de 2006, o corpo de Saddam Hussein foi devolvido ao seu local de nascimento de Al-Awja, perto de Tikrit, e foi sepultado perto do túmulo dos outros membros da família. O corpo de Saddam nunca foi mostrado.

Biografia extraída do site:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Morte_de_Saddam_Hussein

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

PESQUISANDO A GENTE APRENDE MAIS

Por José Mendes Pereira

Para que seja criada uma cidade é preciso de vários ingredientes, e todos estes são úteis ao nascimento desta, como por exemplo: primeiro do que tudo, casas para os moradores, uma capelinha, uma escola, um mercado, uma delegacia para resolver os problemas que surgem entre a vizinhança, uma casa de cinema (nos dias de hoje não é mais necessário, devido a informática que tomou conta do mundo), praças, para que os moradores se encontrem ao anoitecer, um clube para ser feito um forró pé de serra nos finais de semana, e geralmente, as cidades são criadas próximo a um rio ou até mesmo praias...

Fazendo as minhas pesquisas na Internet encontrei este material, o qual achei muito interessante para levá-lo ao conhecimento dos nossos leitores.


Edifícios, praças, monumentos, avenidas, ruas, becos, travessas e passagens, todos estes elementos contam parte da História de uma cidade, e toda cidade, pequena ou grande, sempre teve o seu teatro ou cinema, os quais, antes do advento dos templos de consumo, por largas décadas, foram o ponto de encontro dos seus locais para usufruírem de momentos de lazer.

Anos 1930 - Edifício à esquerda, Cine Teatro Almeida Castro. - Praça da Independência. - Mossoró-RN. - http://blogdetelescope.blogspot.com.br

E, em Mossoró-RN, do seu cenário histórico, constou o seu Cine Paradiso – o Cine Teatro Almeida Castro que como um livro encravado na esquina da Rua Bezerra Mendes com a Avenida Augusto Severo, em frente à Praça da Independência, zona central da cidade, registrou incontáveis momentos do cotidiano de várias cenas dos anos 1900 das terras de Souza Machado.

A imagem mostra, à sua direita, parte do edifício na primeira metade do Século XX.  Sobre dados do patrono do cine - teatro, consulte Rua Dr. Almeida Castro.

Esta casa de espetáculos foi fundada, em 1908, por Francisco Ricarte de Freitas, (18??-03/12/1946), natural da Ribeira de São João do Apody, e, desde jovem, radicado em Mossoró. Popularmente, era conhecido por Chico Ricarte, o dono do primeiro cinema em Mossoró! O pioneiro do ramo na cidade. As informações apresentadas neste tópico têm por base as crônicas de Raimundo Nonato, (1907-1993), e Lauro da Escóssia, (1905-1988), nas obras referenciadas. 
Anos 1950 - O Grande Hotel, Praça da Independência, Mossoró-RN
Chico Ricarte, assim como a maioria de sua geração, não detinha grande instrução escolar, mas foi possuidor de excepcional visão comercial voltada para área do entretenimento. O seu complexo comercial era composto por três seguimentos distintos e interligados: 1) casa de hospedagem – o famoso Grande Hotel – que era a razão social do empreendimento; 2) o cine-teatro; 3) um bar-restaurante com mesas de jogo (sinuca).  O gerenciamento destes setores estava assim dividido: Chico Ricarte comandava o hotel, José Carvalho administrava a parte de projeção dos filmes e manutenção dos equipamentos, e, Epaminondas Carvalho –Seu Nonda – comandava o bar e os bilhares, assistido pelo garçom Carlito – Carlos Firmo de Souza. O Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, edição de 1929, volume 3º, fonte: Biblioteca Nacional, consta a razão social de Freitas & Epaminondas como proprietários de casa bilhar, assim como o registro do cine - teatro, na cidade de Mossoró.

Segundo Raimundo Nonato, que também documentou a História do Teatro em Mossoró, "Chico Ricarte era um homem rebarbativo, impetuoso, ríspido, para quem a palavra serenidade havia passado distante, e, com ele, jamais havia tomado assento. Era áspero e temperamental, vivia cuspindo violência." Contudo, este perfil rude gostava de arte, e premiou à cidade com muitos espetáculos, alguns de companhias estrangeiras.  Inúmeras vezes, com estas apresentações, acabava obtendo prejuízos, primeiro, porque nem sempre o público se sensibilizava com o tipo da apresentação, claro, mais por desconhecimento e não ter a ideia do como apreciar tal espetáculo ou simplesmente porque os artistas contratados não apareciam ou pior, partiam da cidade e não pagavam a conta do hotel. Mas, assim mesmo, Chico Ricarte não desistia, já começava a pensar em quem trazer para a próxima temporada.

Anos 1970 - Grande Hotel. 
O cine - teatro, o principal centro de lazer familiar da cidade, estava instalado numa área semiaberta do prédio do Grande Hotel, local que recepcionava a nata da sociedade nos grandes eventos. Este espaço, também foi palco de histórias, fatos pitorescos e confusões do cotidiano  local. Durante as projeções, ocorria um intervalo de 15 minutos para permitir a plateia fazer um pequeno lanche, tomar um café, um refresco ou apenas tomar um ar fresco na área livre. As quituteiras de bolos e suspiros (merengues) eram Dona Milu, Chica do Canto e Maria Francisca que assim complementavam a renda com as suas habilidades culinárias. No decorrer das décadas de 1920 e 1930, surgiu a grande novidade, os filmes seriados, um verdadeiro caça níquel. Eram exibidos durante a semana, e a plateia vinda até dos bairros mais distantes, superlotava a sala de projeção. E o velho Chico Ricarte, ao lado da sala, em pé, com as mãos nos bolsos, sorrindo com os lucros obtidos. Os seriados de sucesso foram O Az de Ouro, O Homem da Meia-Noite, O Homem Leão,   Rin-tin-tim, Buck Jones, Tim McCoy, etc. ... e a plateia, ao sair da sessão, ia lembrando-se da legenda final: “Voltem na próxima semana. Dois novos episódios”. Naquela época, os filmes eram mudos, em preto & branco,  e sempre acompanhados ao som do piano ou do violino.

Segundo Câmara Cascudo, o filme era anunciado com foguetões; cada estampido significava uma parte da comédia ou do drama. Contudo, Raimundo Nonato da Silva, (1907-1993), nos apresenta uma explicação mais elucidativa sobre a questão destes fogos. A causa real do foguetório era que as fitas dos seriados vinham de Aracati-CE, cujo proprietário do cinema daquela localidade às sublocava, ilegalmente, a Chico Ricarte, caracterizando um leve cambalacho na indústria cinematográfica.  

Para que toda esta transação permanecesse no mais absoluto sigilo, o velho Ricarte não podia fazer anúncios, colocar cartazes ou divulgar qualquer programação deste material. Tudo era mantido na mais rigorosa surdina de forma a evitar que o proprietário legal das fitas, lá em Fortaleza, viesse a tomar conhecimento de tais mutretas. O transporte deste material de Aracati-CE a Mossoró-RN era feito a cavalo! Em geral, a viagem era demorada e retardava o início da sessão deixando a assistência inquieta. Chico Ricarte, espertamente, para apaziguar e amenizar a impaciência da plateia, mandava Zé Coió ficar esperando pelo portador, no Beco do Cemitério que ficava não muito distante do cinema, com um foguetão preparado para soltar assim que o portador se aproximasse da rua. Ora, este era o sinal de que a guerra estava ganha; alívio para o Chico e sua plateia, e, desassossego para as pobres almas ...

O velho cinema foi cenário de incontáveis fatos inusitados, um dentre tantos, foi o caso da proibição que Chico Ricarte impôs às madames sem marido. Elas não poderiam entrar naquele cinema...  é claro e dedutível que o velho Ricarte devia receber muitas pressões sociais em relação a quem devia ou não frequentar o Almeida Castro. Porém, as mariposas recorreram judicialmente, mandaram João Gondim, advogado provisionado, requerer um Habeas Corpus, e, Chico Ricarte foi obrigado a abrir a cancela ...

Anos 1980 - Últimas imagens do velho hotel.
Outro caso sui generis foi descrito por Lauro da Escóssia, o famoso Habeas Corpus para as Marias. A ocorrência do fato deu-se em 1923, e a causa foi a questão do uso dos chapéus femininos durante as sessões cinematográficas, pois, a moda parisiense de elegantes chapéus de plumas havia cruzado o Atlântico e chegado a Mossoró. E, em todos os lugares, de missas, festas, velórios, circos e cinemas, a população feminina estava lá, desfilando os seus elegantes adereços. Quem mais abusava daquele complemento era o trio de Marias, - Maria Vicência, Maria Quero Água e Maria Fernandes, frequentadoras assíduas das sessões do cine - teatro, às quais chegavam portando os seus grandes chapéus, e é indiscutível claro que tal ornamento impedia a visão do espectador que estivesse nas fileiras traseiras, gerando muitas queixas dos prejudicados. Certo dia, Chico Ricarte, que já estava com os ouvidos quentes de tanto protesto, barrou as três Marias à entrada do cinema, e deu-lhes o aviso prévio: “De amanhã em diante se vocês quiserem vir ao cinema, venham sem chapéu. Está havendo reclamação dos fregueses”. As três Marias, rodopiaram sobre os calcanhares e não mais voltaram ao cine -teatro.

Contudo, tal fato gerou outros desdobramentos. O advogado João Ignácio de Oliveira Gondim impetrou Habeas Corpus em favor das senhoras, alegando que as mesmas foram “cerceadas em sua liberdade e do direito de frequentarem uma casa diversional simplesmente porque acompanham a moda”. O juiz da Comarca, Dr. Antonio de Oliveira denegou o pedido, mas o advogado João Gondim recorreu ao Tribunal de Justiça. A Alta Corte confirmou a sentença. Portanto, desta vez, o rábula perdeu e as pretensões das três Marias foram por água abaixo: ficaram impedidas de assistirem aos filmes usando chapéus. Mas, Chico Ricarte resolveu amenizar a situação e convocou uma reunião com às três e colocou uma condição para elas retornarem ao Almeida Castro: “Vocês podem voltar, mas sem chapéus, ou então, cortem as penas de pavão que enfeitam eles”.  Como era o melhor cinema da cidade, elas preferiram assistir às boas películas sem seus chapéus a cortar as preciosas penas de pavão. 


Roberto Carlos, 1965, hóspede do Grande - Hotel, em Mossoró-RN.
Em 11 de novembro de 1925, a entidade Arcádia Lítero-Cívica de Mossoró, presidida pelo Monsenhor Almeida Barreto promoveu um festival de poesia no Almeida Castro, tendo como convidado especial o poeta Olegário Mariano, (1889-1958), que apresentou à plateia, seus belos poemas, com sua arte declamatória. 

Em 22/11/1933, deu-se a inauguração do cinema falado no Almeida Castro com a projeção do filme Ama-me esta Noite, de 1932, uma comédia musical dirigida por Rouben Mamoulina, com Maurice Chevalier e Jeanette MacDonald. Mas, com o advento de novos cinemas na cidade, durante a década de 1940, principalmente como o Cine Pax em 1948, o velho Almeida Castro aposentou-se, permanecendo até a década de 1970, apenas as atividades de hotelaria.

Este complexo de cine - teatro e hotel foi um dos pontos históricos importantes da cidade, por ele passaram pessoas de destaque e renome, fossem políticos como Getúlio Vargas, (1882-1954), Juscelino Kubitschek, (1902-1976), intelectuais ou artistas passando por Vicente Celestino, (1894-1968), que se apresentou naquele teatro em novembro de 1953, a Roberto Carlos, (73).

2011. O Grande Hotel deu lugar ao Mercadão das Malhas

Além de haver sido palco de tantos fatos significativos da história da cidade, foi também, em 13/06/1927, no histórico Resistance Day, uma das trincheiras de defesa, quando do ataque de Lampião, (1897-1938), e seu bando à cidade de Mossoró. Em síntese, muitas razões existiram para que as autoridades públicas locais houvessem dedicado mais atenção à preservação deste patrimônio histórico, e não permitido que as marretas do falso progresso o tivesse eliminado.

Atualmente, como não é só exclusividade de Mossoró, o patrimônio histórico arquitetônico está totalmente destruído, não mais existe a edificação do hotel, em seu lugar, uma edificação qualquer e sem estética o substituiu. A última imagem ilustrativa do texto mostra o resultado final daquela esquina, que foi testemunha de muitos capítulos da história mossoroense.  

Citarmos as fontes é respeitar quem pesquisou e dar credibilidade ao que escrevemos. Telescope.
Fontes: Brito, R. S.-2., Ruas e Patronos de Mossoró (Dicionário), 2003; Legislativo e Executivo de Mossoró, 1985;  Cascudo, Câmara. Notas e Documentos para História de Mossoró, 2001; Escóssia, Lauro da. Crononologias Mossoroenses, 2010 e Memórias de um Jornalista de Província, 2005;  Silva, Raimundo Nonato da. Gerações do Meu Tempo, 1975. As imagens são originárias de sites de domínio público, como Wikipédia, Azougue, etc.

Postado há 4th November 2014 por Telescope

http://blogdetelescope.blogspot.com.br/2014/11/o-grande-hotel-e-o-cine-teatro-almeida.html

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sábado, 24 de janeiro de 2015

Lampião não morreu em Angico?

Por José Mendes Pereira

Eu acho que esta história de dizer que Lampião não morreu na madrugada de 28 de julho de 1938, lá na grota de Angico, no Estado de Sergipe, é uma verdadeira aberração. Agora são três pesquisadores contrariando a literatura lampiônica.  

O escritor Alcino Alves

O escritor Alcino Alves Costa, em seu texto “Os 70 anos da morte de Lampião – Publicado em 18/06/2008, diz o seguinte: “Jaques Cerqueira, subeditor do Viver do Jornal Diário de Pernambuco, é o autor de um artigo intitulado “A outra morte de Lampião”, que saiu no jornal Página Certa, de Mossoró, no Rio Grande do Norte, afirmando com convicção de que Lampião não morreu em Angico, e sim em Setembro de 1981”. 

Continua o escritor: “Lampião e Zé Saturnino – 16 anos de luta”, de autoria de José Alves Sobrinho, que era sobrinho em segundo grau de José Saturnino, o inimigo número 1 de Lampião, este respeitável senhor atesta com convicção que, Lampião não morreu em Angico, e sim aos 83 anos de idade, na fazenda Ouro Preto, em Tocantinópolis, Goiás”. 

Continua o escritor: “José Alves ainda afirma: O Capitão Virgulino tinha o olho esquerdo com pálpebra arriada, e não o olho direito fechado como o da cabeça decepada pela polícia e mostrada no Museu”. 

Vejam a comparação sem graça! - Lampião verdeiro e Lampião de Buritis, segundo o escritor José Geraldo Aguiar que escreveu o livro afirmando que Lampião não morreu em 1938.

O José Alves Sobrinho, o fotógrafo José Geraldo Aguiar e o Jaques Cerqueira, eu não os conheço, com certeza são talentosos. Mas em minha humilde opinião os depoentes que cederam informações a estes senhores, fundiram respostas fantasiadas. Quem é que não quer ser famoso? Alguém que na época parecia com Lampião, se dizia ser realmente o rei do cangaço. 

O Sinhô Pereira afirmou a uma repórter que Lampião estava morto. Pois se ele estivesse vivo, com certeza teria o procurado. 

Primeiro e único cangaceiro a ser comandante de Lampião, o Sinhô Pereira

Essa história é idêntica a que se passou em Mossoró nos anos 70. Em um dia de finados, um senhor muito parecido com Lampião, estava no cemitério, dizendo ser Lampião. E tinha vindo visitar a cova do cangaceiro Jararaca.

Ora, se Lampião estivesse vivo e a cova fosse do cangaceiro Corisco ou Luiz Pedro, até que dava para se acreditar, por eles terem sido muito amigos. Mas o Jararaca que só passou um ano e meio como soldado de Lampião, isso não passou de uma brincadeira do sósia de Lampião.

Por tanto respeitando o senhor José Alves Sobrinho, o José Geraldo Aguiar e o Jaques Cerqueira, que me desculpem, jamais os senhores e nem ninguém, me alienarão com uma história dessa.                        

Lampião morreu mesmo na grota de Angico. Se ele tivesse escapado da chacina de Angico, com certeza teria voltado às suas origens, e teria dito para todos:

 "-Eu, Lampião ou capitão Virgulino, estou vivo, gordo e sadio!". 

Ninguém me convencerá que Lampião não morreu em Angico. Mesmo que os escritores: Alcino Alves Costa, Frederico Pernambucano de Melo, Antonio Amaury, capitão Bonessi, Rostand Medeiros, Ivanildo Alves Silveira, Romero Cardoso, Paulo Gastão, Aderbal Nogueira, Juliana Pereira Ischiara, Kydelmir Dantas, João de Sousa Lima, e outros tantos, que vivem nas caatingas, comendo do pão que o diabo amassou, na finalidade de registrarem fatos verídicos, eu não acreditarei. Se eles um dia forem favoráveis (coisa que eu acho difícil), a não acontecida morte do rei na grota de Angico, não me renderei. Lampião foi morto na Grota de Angico em 1938.

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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

UM ESTRESSADO RELIGIOSO NO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE MOSSORÓ - E. E. JERÔNIMO ROSADO

Por José Mendes Pereira
telescope.blog.uol.com.br

É muito difícil aparecer uma pessoa que possa garantir que nunca foi decepcionada na vida por alguém, ou por onde passou. Geralmente, os que tentam nos decepcionar, são pessoas que caíram ou estão prestes a caírem na fossa, por estarem passando por coisas ruins, ou difíceis na vida. E para elas, o melhor será tentar descontar em cima de outra pessoa, que não tenha nada a ver com os  seus problemas,  seus sofrimentos, suas rixas contra alguém por uma razão qualquer, ou mesmo pela própria maldade. Quando a pessoa é vítima de decepções, claro que suporta por um ato de respeito, confiante em Deus, ou então, aquela decepção não atingiu os seus neurônios, fazendo com que aquilo passe rápido, sem que seja preciso praticar uma agressão verbalmente, ou até mesmo fisicamente. Mas o bom mesmo é não guardar rancor, deixa pra lá que Deus resolverá.

Nos anos 60 eu ainda era aluno interno da Casa de Menores Mário Negócio, e havia concluído o primário. No ano seguinte, eu tentei ingressar no ginásio, isto é no primeiro grau de ensino (nos dias de hoje), período em que Mossoró ainda não dispunha de escolas suficientes de 1º e 2º graus para todos os estudantes.


Ano de publicação deste livro: 1967 - Todos os alunos desta década eram donos de um livro deste

E para que o aluno tivesse direito a uma vaga ao ginásio era necessário fazer o chamado "Exame de Admissão", como se fosse um ensaio para um futuro vestibular. Confiante que era e continua sendo uma enorme escola, e de bom conceito também, devido ao grande número de vagas que ela oferecia aos estudantes concorrentes, fiz o meu "Exame de admissão" no Instituto de Educação de Mossoró.

... escola estadual jerônimo rosado (fotos históricas) ... - www.defato.com

Apesar do nome e renome que esta instituição de ensino tinha, tem, e sempre terá, porque vale a pena estudar nela, não fui feliz no dia em que foi dado o resultado aos concorrentes do "Exame de Admissão", porque fui decepcionado por um dos manda-chuva de lá, repreendendo-me fortemente e xingado por ele, enquanto me tangia para fora do auditório da instituição, como se eu fosse um animal que havia invadido aquela repartição escolar.

O religioso acusava-me de baderna dentro do auditório. Baderna esta que não estava sendo praticada por mim, e sim por um aluno que sentara ao meu lado, e que na verdade, eu nem o conhecia;  e de momento a momento, enquanto o religioso lia os nomes dos alunos aprovados no "Exame de Admissão", o estudante levava até à boca um objeto, e zoava fortemente, como se fosse um irritante apito qualquer.

Lá do palco, no auditório, o ignorante religioso  gritava para que o aluno deixasse aquela baderna. E como não foi atendido, ele desceu do palco e dirigiu-se ao local em que estava sentado o aluno que badernava com o irritante objeto. Mas em vez dele enxergar o aluno que tentava lhe tirar a paciência, acho que ao descer do palco, perdeu o alvo, e ele veio em minha direção, como se o responsável por seu ódio fosse eu.

O religioso não mediu o tamanho e nem pesou as palavras que dizia contra a minha pessoa. Eu tentava explicar (sem acusar o outro) que não era eu o responsável pelas desordens, e sem ele querer ouvir nada, saiu me tangendo para fora do auditório. Eu entendi que naquele momento eu nada valia, e que eu era apenas um verdadeiro lixo que a natureza tinha acabado de me produzir, já que antes, jamais passara por qualquer decepção na vida.

www.blogdogemaia.com

Expulso do auditório do Instituto de Educação de Mossoró não tive mais coragem de retornar lá, nem para saber se eu havia passado ou não no "Exame de Admissão". Como eu não quis mais retornar lá na instituição, fui fazer outro "Exame de Admissão" na "Escola Técnica de Comércio União Caixeiral", que apesar que era uma escola técnica, ela mantinha ginásio também. E só retornei  ao Instituto de Educação, 4 anos depois, quando eu concluí o ginásio (1º grau no Ginásio Municipal de Mossoró), na finalidade de cursar o científico lá.

Senti muito pela decepção que passei diante daquela gente toda (alguns deles eram meus conhecidos), alunos e mais alguns funcionários que presenciaram o batido que recebi do religioso, religioso este que se fazia de ovelha de Deus, mas na verdade, não sabia respeitar um filho de Deus. 

Mas o tempo passa e passa tão rápido que faz com que a gente esqueça algumas falhas praticadas por pessoas poderosas, e gostam de usar certas coisas contra pobre. Se eu fosse rico, com certeza estava protegido pelo religioso. Mas como sou pobre, fui um saco bom para levar pancadas verbalmente de um desastroso indivíduo, que se dizia ser responsável para ensinar o caminho certo de chegar até à casa do Senhor Deus.


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O CANGACEIRO BALÃO ENFEITOU AS SUAS RESPOSTAS MAIS DO QUE DEVIA

Por José Mendes Pereira
O cangaceiro Balão

Em 1973, o cangaceiro Balão cedeu entrevista à Revista Realidade, e para mim, não sei se estou certo, Balão foi o cangaceiro que mais fantasiou as suas respostas. É claro que cada um deles queria levar a sardinha para o seu prato, mas não era necessária tanta fantasia.

“- Estávamos acampados perto do Rio São Francisco. Lampião acordou às 5 horas da manhã e mandou um dos homens reunir o grupo para fazer o ofício de Nossa Senhora. Enquanto lia a missa em voz alta, todos nós ficamos ajoelhados ao lado das barracas, respondendo amém e batendo no peito na hora do Senhor Deus".

Continua: "- Terminado o ofício Lampião mandou Amoroso buscar água para o café. Mas quando ele se abaixou no córrego veio o primeiro tiro. Havia uma metralhadora atrás de duas pedras, a 20 metros da barraca de Lampião. Pedro de Cândido, um dos nossos, havia nos traído, e acho que tinha dado ao sargento Zé Procópio até a posição das camas."

"- Numa rajada de metralhadora serrou a ponta da minha barraca..."

E continua o cangaceiro Balão: "- Meu companheiro Mergulhão, levantou-se de um salto, mas caiu partido ao meio por nova rajada. Eu permaneci deitado, e com jeito coloquei o bornal de balas no ombro direito, o sobressalente no esquerdo, calcei uma alpargata. A do pé esquerdo não quis entrar, e eu a prendi também no ombro. Quando levantei, vi um soldado batendo com o fuzil na cabeça de Mergulhão. De repente ele estava com o cano de sua arma encostada na minha perna e eu apontava meu mosquetão contra sua barriga. Atiramos. Caímos os dois e fomos formar uma cruz junto ao corpo de Mergulhão. Levantei-me devagar. O soldado estava morto e minha perna não fora quebrada.

"- Então vi Lampião caído de costas, com uma bala na testa..."

Continua  Balão: "- Moeda, Tempo Duro (este não aparece na lista oficial dos abatidos, e nem tão pouco na lista de Alcino Alves Costa); Quinta-feira, todos estavam mortos. Contei os corpos dos amigos. Nove homens e duas mulheres. Maria Bonita, ferida, escondeu-se debaixo de algumas pedras. Mas foi encontrada e degolada viva. Não havia tempo para chorar. As balas batiam nas pedras soltando faíscas e lascas. Ouviam-se os gritos por toda parte. Um inferno. Luiz Pedro ainda gritou: - Vamos pegar o dinheiro e o ouro na barraca de Lampião. Não conseguiu. Caiu atingido por uma rajada".

Mané Véio

Em minha opinião, esta afirmação do cangaceiro Balão contraria o que disse Mané Veio, pois nas declarações que deu aos repórteres, o policial levou um bom tempo para assassinar Luiz Pedro.

O cangaceiro Luiz Pedro

Continua: "- Uma vez me perdi do bando e fiquei um ano nas caatingas de Bebedouro, Jeremoabo, Cipó de Leite, sem ver uma alma viva. No começo eu estava com ANJO ROQUE e sua mulher".

O cangaceiro Ângelo Roque, o Labareda

Continua o depoente: "- Corri até ele, peguei seu mosquetão e com Zé Sereno conseguimos furar o cerco. Tive a impressão de que a metralhadora enguiçou no momento exato. Para mim foi Deus".


Minhas inquietações:

1 - Será mesmo que depois da missa ele voltou  se deitar?

2 - Como foi que ele viu que a bala que atingiu o rei foi mesmo no meio da testa, quando ele diz que Lampião estava de costas?

3 - Como foi que no meio de um cerrado tiroteio ele teve coragem de ir pegar o mosquetão de Luiz Pedro que já estava morto?

4 - Como foi que ainda deu tempo para ele contar os mortos, pois no meio de um tiroteio, qualquer ser humano não espera por nada, muito menos para contar quem lá morreu?

5 - Como foi que ainda deu tempo para ele calçar as alpargatas?

6 - Por que Balão caiu quando ele e o policial ambos atiraram, se ele não sofreu nenhum impacto para ser derrubado?

7 - Balão disse que após o massacre ao grupo de cangaceiros passou um ano nas caatingas sem ver um pé de pessoa, comendo carne de bode. Onde ele arranjava fósforos para fazer fogo e cozinhar a carne? 

O amigo Balão fantasiou algumas respostas. Muitas verdades, é claro, mas outras, fantasiadas. Gostaria muito que as suas respostas fossem verdades. Mas pelo que ele disse, não há como eu acreditar em todas.

MINHAS SIMPLES HISTÓRIAS

Este artigo foi também publicado no blog Cariri Cangaço, com o título:
 Um pouco mais Angico, só para não perder o ritmo.... Por: Mendes e Mendes

http:/cariricangaco.blogspot.com


Clique neste link para você ler com mais detalhes a entrevista que o cangaceiro Balão cedeu à "Revista Realidade" 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2011/06/cangaceiro-balaosensacional-entrevista.html

Se você não o leu, clique no link abaixo: 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2012/04/o-cangaceiro-balao-enfeitou-as-suas.html

domingo, 18 de janeiro de 2015

Quem mandou matar a cangaceira Rosinha de Mariano?

Por José Mendes Pereira
 

O amigo Maurício Alves em sua página no facebook fez as seguintes perguntas: "Bom dia caros amigos: Essa mulher na foto é a cangaceira Rosinha? Alguém sabe se ela foi realmente morta a mando de Lampião?".

Que bom que estas perguntas fossem respondidas por algum escritor ou pesquisador das caatingas do nordeste brasileiro. Mas como ainda ninguém as respondeu, respondo ao amigo Maurício Alves de acordo com o que eu li no livro do Alcino Alves Costa. Não  estou querendo ser o sábio no que diz respeito a cangaço. Apenas no intuito de aprender mais sobre a Rosinha.

 Alcino Alves Costa

Segundo o escritor Alcino Alves Costa no seu livro "Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico", Rosinha de Mariano foi assassinada por ordem de Lampião.

 O cangaceiro Mariano - companheiro da Rosinha

Quando o seu companheiro Mariano foi assassinado, ela pediu que Lampião a deixasse ir fazer uma visita aos seus familiares. Lampião não queria aceitar a sua visita aos familiares, mas como ela era a viúva do seu grande amigo das antigas, o qual ele teve muito respeito e consideração quando vivo, autorizou que ela fosse visitar os seus parentes, mas numa condição: voltar ao coito o mais rápido possível. Mas a felicidade no meio dos parentes fez com que a Rosinha esquecesse de voltar ao coito, para obedecer as ordens do poderoso chefão.

 
O rei Lampião

Lampião temendo que ela fosse presa pelos policiais, e entregasse aos mesmos o local onde eles estavam com barracas armadas, ordenou a sua morte. E isto foi feito por alguns cangaceiros. Afinal, ordem de rei é de rei! 

 Acima segue uma foto com Áurea, companheira de Manoel Moreno, e Rosinha de Mariano, grávida. Foto do fazendeiro Júlio de Freitas Machado.

Se você ainda não tem o livro: "Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico", escrito por Alcino Alves Costa, entre em contato com Rangel Alves da Costa através deste e-mail. 
rangel_adv1@hotmail.com


Não demore solicitar este exemplar. Se isto acontecer poderá ser tarde. O autor do livro, Alcino Alves Costa faleceu em 2012, e talvez o Rangel Alves da Costa que é seu filho, não tenha intensões de reeditá-lo. Este livro é um dos melhores já escrito até hoje sobre o cangaço.

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sábado, 17 de janeiro de 2015

A DIFERENÇA DO TIMBÓ INDÍGENA PARA O TIMBÓ DO HOMEM BRANCO

Por José Mendes Pereira
http://pt.wikipedia.org/wiki/Timb%C3%B3

EMPREGO DO TIMBÓ PELOS INDÍGENAS DAS AMÉRICAS

Os princípios ativos das plantas conhecidas como timbó são a rotenona, os saponáceos, os glucosídios cardíacos, os alcalóides, os taninos, os compostos cianogênicos e o ictiotereol. Embora o timbó atordoava e chegava a matar os peixes, eles podiam ser ingeridos sem problemas para os índios, mas a água contaminada podia causar diarreias e irritações nos olhos.

O timbó dos índios era feito através do atordoamento aos peixes com esta planta
http://www.olx.pt/q/prensa/c-214

Folhas e flores de puikama e raiz de sika eram amassados no pilão pelos Kaxinawá do Acre e Peru. Bolas com cerca de 1 quilo eram feitas e colocadas em cestos ou bolsas impermeabilizadas com borracha.

Os Kaxinawá pertencem à família linguística Pano que habita a floresta tropical no leste peruano, do pé dos Andes até a fronteira com o Brasil - miropimenta.blogspot.com 

Em pequenos igarapés a pesca era praticada por mulheres e crianças utilizando a puikama. Em lagos a pesca era feita pelos homens usando a sika.

COLOCANDO TIMBÓ NA ÁGUA

Os Marubo do Amazonas faziam buracos no chão e neles esmagavam um tipo de planta por eles cultivada, misturando-a com barro. Faziam bolas, jogando-as em igarapés para atordoar os peixes. Os índios do Rio Uaupés do Brasil e Colômbia utilizavam a polpa do piqui para atordoar os peixes e alegavam que era mais potente do que o timbó.

www.iande.art.br - índios (grupo ignorado) da região do Uaupés na década de 50

Os mesmos índios do Rio Uaupés desenvolveram técnica engenhosa para pescar com o timbó. Cevavam com cupins, pupunha, frutos, farinha, massa de beiju e outros alimentos, o local onde fariam a pesca. Depois de alguns dias, fechavam o local com o pari, uma esteira de varas verticais e finas da palmeira paxiúba, deixando uma pequena abertura, para que os peixes tivessem acesso ao local da ceva.

 www.pescamadora.com.br

Continuavam a alimentar os peixes até a noite anterior ao dia da pesca, quando fechavam a abertura e colocavam timbó na água. No dia seguinte iam ao local e apanhavam os peixes pequenos, mortos, com o puçá, uma pequena rede afunilada, com peneira ou com as mãos.

pib.socioambiental.org

Peixes maiores, estonteados eram abatidos com flechadas ou azagaia. Os peixes grandes, pouco afetados pelo timbó, tentavam pular o pari, mas caiam em uma rede colocada ao longo do mesmo.

Lógico que naquele tempo o índio ainda não tinha tanta ideia para conseguir prender o peixe, e era necessário alimentá-lo para que ele ficasse preso às suas armadilhas.

COMO ERA FEITO O TIMBÓ DO 
HOMEM BRANCO

No nosso tempo, a pesca através de timbó era mais simples, pois não precisava alimentar peixes, e nem usar tinguis para que eles ficassem atordoados, e posteriormente presos pelas nossas mãos.

Só para ilustração. A cerca do timbó é feita só de pedras amontoadas -  www.caiaquebrasil.net

Quando o rio baixava as suas águas no final do inverno, mais ou menos na altura do umbigo de um homem, em um lugar mais estreito do rio, nós fazíamos uma cerca de pedras amontoadas, tampando todos os buracos com pedras menores, deixando que apenas a água passasse, e feito isso, nós fazíamos uma cerca de ramos sobre a cerca de pedras. Em seguida, colocávamos  em toda largura do rio, esteiras de palhas da carnaubeira, sendo que estas ficavam em forma de espreguiçadeira, e eram elas as responsáveis pelas capturas dos peixes, que ao tentar pular para o outro lado do rio (separado pela cerca de pedra), não conseguiam alcançar, e findavam caindo dentro das esteiras.

Quando o período era muito favorável à produção de peixes, tinha dia que era necessário retirarmos algumas esteiras, pois do contrário cairiam peixes em abundância, e os moradores não davam conta no escamar.

Este era o verdadeiro timbó construído por nós que morávamos à beira de rios, e nos dias de hoje, essa maneira de capturar peixes, já não existe mais.

Lembrando que não são todas as espécies de peixes que caem no timbó improvisado pelo homem branco. Costumeiramente, apenas a curimatã e a saúna tentam pular para o outro lado do rio, e vez por outra, traía se abestalha e finda caindo na esteira. Mas muitas vezes ela consegue escapar, por ser um peixe que pula muito alto, termina acertando o pulo, e consegue voltar para dentro da água. 

Minhas Simples Histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro.

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