terça-feira, 5 de novembro de 2013

O lobisomem

Por: José Mendes Pereira
José Mendes Pereira

O estrago que o bicho fazia na pequena fazenda do seu Geraldo era de dar dó. E todos os proprietários já haviam se preparado para exterminar o bicho. Ninguém sabia que bicho era, mas os fazendeiros suponhavam que era um grande e malvado lobisomem. 

Dona Guiomar não acreditava em lobisomem, muito menos em coisas sobrenaturais.

- Esta historinha de lobisomem não entra na minha cachola de jeito nenhum. - Dizia ela enquanto puxava um terço.

Seu Geraldo, esposo da dona Guiomar concordava com ela.

- Nunca vi e nem hei de ver esse tal de lobisomem, O homem cria cada história! Meu Deus! Se existisse lobisomem, Deus teria o feito, para não ocupar um homem ou uma mulher e se transformar nesse idiota. Acredite quem quiser, mas eu, este Geraldo, jamais acreditará que um ser humano possa se transformar em outro animal.

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O mais interessante, era que o bicho, o suposto lobisomem, só estragava as suas criações. Nenhum fazendeiro que por ali morava, nunca amanhecera animais mortos em seu chiqueiro.

Mas como seu Geraldo já estava perdendo muitas ovelhas, bodes..., resolveu contratar o Jerônimo,  um homem conhecido pela sua fama de malvado, justiceiro, e não temia a ninguém. Bastava comunicar-lhe sobre algo. Apoderava-se da sua zelada e estimada 12, e se mandava para a empreitada. Jamais o Jerônimo voltou sem solução. Contrato feito, caso resolvido.

Nessa noite, o Jerônimo ocupou uma das laterais do chiqueiro, no intuito de descobrir quem matava as criações do seu Geraldo. Escondido, vez por outra verificava o relógio.  Assim que o relógio assinalou 12 horas, mesmo pelo pouco claro lunar, o Jerônimo observava um vulto de alguém que caminhava em direção ao chiqueiro. E ao chegar, entrou, e deu início a uma espécie de judiação aos animais. Os bichos berravam assustados, ou talvez sentindo dores, provocadas pelas pancadas que o suposto lobisomem lhes aplicava.

Depois de alguns minutos, o bicho saiu e pôs-se a correr pelos terreiros da pequena fazenda, dando terríveis berros, arrufos e outros mais.

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Mesmo armado com a sua 12, optou não atirar, queria ver se reconhecia que animal era aquele. E logo percebeu que se tratava de um ser humano, e estava claro que era um lobisomem mesmo.

Como tinha sido contratado para matar, caso fosse um lobisomem, mirou e atirou mesmo no meio da testa. Aproximando para ver quem era, descobriu quem subtraía os animais do seu Geraldo.

Trabalho concluído, gritou pelo contratante. E assim que o seu Geraldo chegou, clareando o corpo com uma lanterna, viu que o lobisomem era a sua própria filha de 20 anos de idade. Mas não houve solução. Ela já estava morta.

Minhas simples histórias

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  Autor:  
José Mendes Pereira 

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