sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Campanha de 1968 em Mossoró

Por José Mendes Pereira

Em 1968, Mossoró teve o prazer de sediar a maior e mais falada campanha eleitoral de todos os tempos, e a eleição foi realizada no dia 15 de novembro de 1968

De um lado, como candidato a Prefeito, o agrônomo, professor, e um dos maiores escritores do Rio Grande do Norte, Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, que levantava a bandeira do partido Arena.

 Jerônimo Rosado Maia

Jerônimo Vingt-un Rosado Maia é o vigésimo primeiro filho de Jerônimo Rosado Maia, e  o nome Vingt-un, significa o numeral ordinal (vigésimo primeiro), na língua  francesa. 

Para nós, brasileiros, o numeral ordinal é escrito "Vigésimo Primeiro". Como o vinte e um, no jogo do bicho representa "o touro", a campanha do Dr. Vingt-un Rosado Maia foi denominada de: É o touro. 

Dr. Vingt-un teve como vice-prefeito, Joaquim da Silveira Borges filho, sendo este natural de Sobral, no Estado do Ceará, nascido a 6 de agosto de 1968 e faleceu em Fortaleza-CE.

 Joaquim da Silveira Borges filho

Já pelo outro lado, levantando a bandeira do "Movimento Democrático Brasileiro - MDB" foi registrada a candidatura do ex-prefeito de Mossoró, Antonio Rodrigues de Carvalho, nascido no sítio Capim Grosso, no atual município de Upanema, em 13 de junho de 1927, dia em que o bando de Lampião invadiu Mossoró.



Como Antonio Rodrigues de Carvalho era lá do sítio Capim Grosso, a sua campanha foi nomeada de: "É o capim, meu filho!". E o seu candidato a vice-prefeito, era o empresário, radialista e diretor artístico da Rádio Difusora, José Genildo de Miranda.

Nilson Brasil e Genildo Miranda 

A campanha de Antonio Rodrigues de Carvalho foi apoiada pelo ex-governador do Rio Grande do Norte, o maior orador, maior líder político e famoso cigano feiticeiro, o jornalista Aluísio Alves, nascido na cidade de Angicos-RN.

 Ex-governador do Rio Grande do Norte Aluísio Alves

Durante décadas Mossoró fora administrada pela famosa família Rosado, e sabendo que para tomar o poder desta, tinha que suar muito, Aluísio Alves dedicou-se por completo; trabalhava muito pelas outras cidades do Rio Grande do Norte,  mas não se esquecia um pouco de Mossoró, e nos finais de semana, sem intervalos, Aluísio Alves e a sua comitiva, à noite, estavam com redes armadas e cachimbos acesos, pelas ruas de Mossoró, puxando uma grande passeata. E antes que terminasse o prazo dos comícios, Aluísio Alves, incansável, passou três dias com três noites, dentro de Mossoró, fazendo a  chamada "vigília".

Assim que terminou a apuração das urnas, o capim comeu o touro, com uma maioria de 98 votos, eleição que nem todo mossoroense acreditava que um homem vindo lá de Angicos,  tomaria o poder dos Rosados. Com isso, Aluísio Alves que já era famoso, passou a ser o maior político do Rio Grande do Norte de todos os temos.

Em 1968 eu ainda era interno da Casa de Menores Mário Negócio, e me lembro que, assim que terminou a apuração das urnas, a vice diretora da instituição de menores, incumbiu-me para levar o resultado da eleição à sua mãe (dona Nanu, lá na Benício Filho, na Ilha de Santa Luzia, pois a mesma estava sem veículo de comunicação), que o Antonio Rodrigues de Carvalho tinha sido eleito a prefeito de Mossoró. 

Eu ia pedalando uma bicicleta, e ao entrar na ponte, vinha um senhor muito embriagado, ocupando todo espaço da ponte. E eu imaginei que ele já comemorava a vitória de Antonio Rodrigues de Carvalho. E  antes que eu passasse por ele, gritei: "É o capim, meu filho!". O homem, com um dos pés, empurrou-me com toda força do seu pé, jogando-me sobre a calçada da ponte. Eu me estendi sobre ela, com todo corpo. Mas ele saiu dizendo os maiores palavrões comigo. Naquele momento, quase não me levantei da calçada com tantas dores. O homem era um adversário do MDB. 

Que sorte! O bom foi que ele seguiu seu destino, descendo para o centro da cidade, e não voltou para me agredir fisicamente.

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

ZY-20 -Cine Caiçara

Por José Mendes Pereira

No início da década de setenta, do século qie se passou, foi criado um programa de palco no Cine Caiçara de Mossoró, localizado à Rua Alfredo Fernandes, e que este era apresentado aos domingos, a partir das 9;00 horas, estendendo-se até às 11;00 horas do dia, e que  dava oportunidades aos novos artistas de Mossoró, para revelarem as suas vocações pela música.

Dom Gentil Diniz Barreto bispo de Mossoró, Alcides Belo ex-prefeito de Mossoró e o radialista José Maria Madrid - aparece de bigode - todos já falecidos. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Este programa de auditório era apresentado pelo radialista José Maria Madrid, um dos melhores e competentes locutores do rádio mossoroense, e nele, foram revelados vários talentos, como por exemplo: uma das vozes mais lindas que por ele passou, Cleide Regina, dona de um vozeirão, uma menina de pouco mais de 10 anos, que cantava uma música do artista Roberto Carlos, Jesus Cristo, a qual estava em sucesso, e quem a ouvia cantando, sentia os seus cabelos arrepiando-se. 

 
Infelizmente o programa feito no Cine Caiçara, com o título ZY-20, durou pouco tempo, apesar da boa compra de ingressos, mas só a arrecadação da bilheteria não tinha como prosseguir o espetáculo, e os idealizadores não conseguiram empresários que patrocinassem os shows.

 Nilson Brasil e José Genildo de Miranda

José Genildo de Miranda, que era um dos sócios da sociedade de cinema de Mossoró, além de locutor da Rádio Difusora, era também diretor artístico, tentou muito para que o programa seguisse mais adiante, mas não apareceram empresários  que ajudassem nos pagamentos aos músicos que lá tocavam.

Não se sabe o porquê, de tudo que se cria como diversão em Mossoró, geralmente dura pouco, mas entendemos que, a nossa Mossoró ainda não tem empresários que tenham interesses pela cultura.

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