segunda-feira, 26 de maio de 2014

O Restaurante "Umuarama"

Por José Mendes Pereira

No final da década de 60 do século XX,  estendendo até o  início da década de 70, um dos restaurantes que mais brilhou em Mossoró foi o "Restaurante Umuarama", de propriedade do senhor Cristóvão Frota, um dos empresários de Mossoró. O Restaurante "Umuarama" funcionava no centro da cidade, em uma das esquinas da Rua Coronel Vicente Saboia,  com o cruzamento da Rua Alfredo Fernandes.

 Casamento de Noguchi Rosado/Neide - Amélia, Cristóvão Frota, a garotinha Roberta Cláudia, Padre Huberto Brueing - 17/12/1970 - http://www.azougue.org/conteudo/dobumba34.htm

Lá era onde estava a "nata" mossoroense, e o sujeito poderia encontrar bebendo, almoçando, uma boa parte dos ricaços da cidade como: Jorge Pinto, proprietário do Cine Pax, José Morais, da Casa Morais, Vilmar Pereira - representante da VASP, Renato Costa - proprietário da Rádio Difusora de Mossoró, Paulo Gutemberg de Noronha Costa - proprietário dos cinemas: Caiçara, Jandaia e Miramar de Areia Branca, José Genildo de Miranda - diretor artístico da Rádio Difusora, Hugo Pinto - proprietário da Casa Pinto, Antonio Simão - proprietário da Super Loja Mossoró, Paulo Costa - proprietário da "Loja Comodoro" e outros tantos, além dos políticos e autoridades mossoroenses que frequentavam o restaurante.  

Restaurante Umuarama - 1966 - http://www.azougue.org/conteudo/dobumba34.htm

Este restaurante durou por muitos anos, só deixando de funcionar no final dos anos 70, quando o proprietário Cristóvão Frota resolveu mudar de ramo, e juntamente com o seu filho, o engenheiro Cristóvão Frota Júnior,  criaram a empresa "Sequip" e passaram a prestar serviços à Petrobras.

O Restaurante "Umuarama" foi um dos maiores restaurantes de Mossoró, e muito colaborou com o desenvolvimento da cidade, dando empregos para garçons, garçonetes, e outros mais...

Quem viveu  estas décadas em Mossoró sabe muito bem aonde o "Restaurante Umuarama" funcionava, e que o movimento de pessoas importantes no ambiente era diariamente, entendendo-se até altas horas da noite.

Minhas simples histórias

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O professor João Maleável prepara-se para passar férias na Escócia

Por José Mendes Pereira

Que férias hein João Maleável?! Tanta gente louca para passar umas férias pelo menos fora do seu Estado e não pode. E você agora está arrumando as malas para ir conhecer um outro país, hein! A Escócia!  

Por último ele estava arrumando as suas malas para viajar. Sim Senhor! Adquiriu um passeio dos bons, através do Padre José do Vale. (Esse Padre ajudou muito a jovens que pretendiam fazer cursos em outras universidades fora do Brasil.

www.panoramio.com

Ele era vigário da Igreja do São João Batista e que infelizmente o ano de dois mil e oito, a morte interrompeu os seus planos e trabalhos aqui na terra. Ele fazia parte de um órgão não governamental, e que fez muito pelos jovens de Mossoró, levando-os às universidades de outros países).  

Padre José do Vale, José do Patrocínio Neto - 1970 
 http://www.azougue.org/conteudo/dobumba34.htm

Vamos voltar ao João Maleável?

Antes de ser professor tinha trabalhado cinco anos na igreja do São João Batista, prestando serviços na função de carpinteiro, e por último, ganhara um presentão desses.

E tudo já estava prontinho, passagem reservada, passaporte, dinheiro na conta e outros. No momento em que reservou a passagem, exigiu logo: "Quero poltrona ao lado da janela, para eu ver o globo terrestre lá de cima".


A Magali sua esposa, ficaria em casa com as crianças, enquanto o João Maleável se divertia na Escócia.
  
Há anos que um dos seus grandes amigos o Antônio Jerônimo residia por lá, e tinha ido ainda jovem em companhia do pai, que fora transferido da empresa em que trabalhava para prestar serviços na Escócia, a uma multinacional, e com ele embarcou toda família.

E logo o nosso professor enviou carta ao grande amigo, comunicando-lhe que pretendia passar as suas férias na Escócia, e se possível ele arranjasse uma boa casa, alugasse-a que acertaria depois, pois já estava com o passaporte em mãos e passagem comprada. “- Envie-me fotos de toda residência. - Exigiu ele através da carta”.


Não demorou. A resposta chegou às suas mãos acompanhada de fotos e de toda residência, sala, cozinha, quarto, área de serviços, mais os outros cômodos, a fachada da frente, as plantas frutíferas...

Assim que ele olhou as fotos, notou que não tinha chegado as do banheiro sanitário, e às pressas enviou um telegrama para o amigo, comunicando-lhe que tinha interesses de saber aonde ficava localizado o WC da casa alugada, já que a carta não detalhava o local do banheiro.  


No Brasil é claro, todos nós sabemos que WC significa banheiro sanitário, ou simplesmente banheiro. Mas na Escócia significa capela. 

Dias depois, chegou a resposta escrita à mão. 

Caro amigo João Maleável:

O WC  fica distante da cidade seis quilômetros, e todos daqui só o frequentam aos domingos, feriados e dias santos. A população caminha em mutirão para lá, e a estrada que nos leva até ele, fica aparentando formigueiros e causando admirações com os movimentos dos carros e das pessoas, uns indo e outros voltando.

Na entrada cada pessoa recebe um papel, mas depois de usá-lo é obrigatória a devolução para servir em outros eventos. No momento do evento, uma jovem mocinha, entra, e em sua mãe, conduz um baldinho, e nele, surge uma fumaça cheirosa, a qual fica esfumaçando o local.  As crianças tiram fotos de todas as posições. Os jovens  animam o evento, e os idosos são bem acolhidos no meio da juventude, os quais se responsabilizam pelas palavras amém!, para enfatizarem a ação. 

Sem mais nada para o momento.

Antonio Jerônimo.

Assim que ele leu a carta, desistiu por total, e respondeu às pressas ao grande amigo.
  

Amigo Antônio Jerônimo:

Tenho o prazer de lhe agradecer pela a consideração e a atenção, as quais você me prestou por ter feito esforços em querer me acolher perto da sua casa, mas por outro lado, depois dessa sua informação, tenho o desprazer de lhe dizer que a Escócia jamais me verá, e como você sabe muito bem, aqui, não só em Mossoró, mas em todo o Brasil, nós ainda não viciamos os nossos intestinos a passarem muitos e muitos dias maltratados. Continuamos com aquela velha moda de sempre, ocultamo-nos na hora das nossas necessidades fisiológicas, e as fazemos mais ou menos num espaço de vinte e quatro horas, e entre quatro paredes. Pois bem, se a sua Escócia está na era do modernismo e do desenvolvimento, provavelmente já chegou ao século vinte e dois, e nós daqui de Mossoró e do Brasil, ainda estamos vivendo o século vinte e um. Por isso continuamos atrasadíssimos, e até hoje nós não conseguimos adquirir o hábito de fazermos as nossas necessidades fisiológicas diante de todo mundo, e também não aceitamos que sejam feitas fotos na hora do ato.

Confiando em sua boa compreensão, sem mais, antecipando os meus sinceros agradecimentos.

Sinceramente, João Maleável.

Water Closet - em inglês significa banheiro. Mas como o brasileiro tem mania de  usar estrangeirismo  nas suas escritas, apenas usa WC para significar banheiro.

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