domingo, 27 de outubro de 2013

José Nolasco - Seu Zé

Por: José Mendes Pereira
José Nolasco de Souza - Seu Zé

Segundo o poeta Francisco Nolasco das Chagas no seu livro "José Nolasco - comerciante que fez escola" - publicado pela Fundação Guimarães Duque, Abril de 2006, José Nolasco de Souza ou seu Zé, como era mais conhecido em Mossoró,  era natural do Estado do Ceará. Filho de Francisco Anastácio das Chagas e de Maria Nolasco de Souza (carinhosamente Dona Sinhá).

José Nolasco de Souza - seu Zé chegou a Mossoró no ano de 1969, e era casado com Maria Carmelita de Souza, e deste matrimônio nasceram os seguintes filhos:

- Maria José Oliveira de Souza, casada com João Dehon Nogueira da Silva, sendo eles pais de: João Felipe, Frederico e Pedro Victor; José Ângelo de Souza (in memoriam); Elza Oliveira de Souza, casada com Domingos Sávio Ferreira da Silva, pais de Maria Clara, Alice e Clarisse; Maria Elzinéia de Souza, casada com Antônio Almeida de Medeiros, pais de Nicoly, Suelly e Almeida Jr.; Francisco Nolasco das Chagas, casado com Irani Almeida Farias, pais de Ícaro Almeida Nolasco e Glória Maria Nolasco Almeida; e Antonio Elder Nolasco, casado com Alexsandra Marques Rocha, pais de Érica e Tereza Ellen. 

Seu Zé era irmão de: Lauro Anastácio das Chagas, Antonio Paulino de Souza, Miguel Nolasco de Souza, Edgar Nolasco das Chagas (In Memoriam), João Nolasco das Chagas (In Memoriam), Francisco Nolasco das Chagas (In Memoriam) e Pedro Nolasco Sobrinho (In Memoriam).

Durante muitos anos seu Zé foi comerciante de cereais na Avenida Presidente Dutra, esquina com a antiga fábrica de móveis "Lindomar", mas mesmo tendo falecido, os filhos Francisco e Elder continuam no mesmo ramo do pai, no mesmo local, com o mesmo atendimento que tinha seu Zé.

Francisco Nolasco
Francisco Nolasco das Chagas - filho do seu Zé

Seu Zé era um senhor que muito soube considerar as pessoas que lhe rodeavam, e o mesmo atendimento que era para as pessoas importantes, para os pobres não era diferente. Todos eram iguais dentro do seu comércio. 

Sempre que eu passava em sua mercearia ele me perguntava pelo meu irmão Antonio Mendes Sobrinho (sobrinho, como nós o chamamos), que antes, gostava de tomar umas e outras.

- Zé Mendes, cadê o Subra? - Fazia ele.

- Está trabalhando.

- Ele ainda bebe?

- Basta, seu Zé! E como bebe!

Ele ria com o seu jeito engraçado, dizendo-me:

- O Subra tem que deixar aquela bebida. Se não ele vai perder aquela mulher.

Durante o tempo em que viveu no grande Alto de São Manoel, seu Zé só construiu amizades. Geralmente a sua mercearia era frequentada pelos amigos, sem distinção. Ali era (e continua sendo) um comércio para todos. 

Que Deus esteja sempre ao seu lado por onde estiver. O senhor ensinou aos seus filhos o que é ser amigo dos que ali passam e até demoram para prosear. O senhor construiu um lugar seguro para seus filhos, netos e bisnetos que hão de vir.

POUCAS E BOAS DO JOSÉ NOLASCO

Seu Zé está no caixa, em seu mercadinho, quando de repente chega um trambiqueiro com uma nota de cinco reais falsa. A danada era muito malfeita, pelo que ele foi logo percebendo e dizendo na cara do sujeito:

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- Valha-me da gracinha! Oh, nota bonitinha! Foi você mesmo quem a fez? Mostre àquele rapaz ali - e apontou pra seu filho, que estava arrumando as prateleiras. 

Nisso, o cara saiu de fininho. Então, seu Zé concluiu, serenamente:

- A velhice é uma merda! Todo mundo quer lesar o cara velho.

PEDINTE ESPERTO 

Um desses sujeitos, peritos na habilidade de pedir, quis sensibilizar seu Zé mostrando-lhe as mãos cheias de calos, dizendo ser trabalhador honesto, etc. e tal. Seu Zé saltou dizendo:

 
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- Meu rapaz, não vou lhe mostrar minhas mãos, senão você vai dizer que sou um assaltante de banco, porque eu só pego em dinheiro.

CHOVENDO FEIJÃO

Quase todos os dias, recebíamos a visita de um sujeito muito chato, que dificilmente comprava e só chegava tirando a nossa paciência. Perguntava preços e dizia que em nossos fornecedores o preço era menor. E como não poderia ser?

 
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Certo dia ele entrou fazendo graça e perguntando a seu Zé o preço do feijão macassar (feijão de corda). E, ao ouvir a resposta, ironizou dizendo estar muito caro, pois estava chovendo todo dia. Mas seu Zé deu-lhe a réplica na medida exata:

- Até agora eu não vi cair nenhum caroço do céu!

CARRO EMPRESTADO

Seu Zé tinha um carrinho velho, porém servidorzinho, igual ao jumento que Luiz Gonzaga tinha. Era uma Belina 77, que ele possuiu durante uns quinze anos.

 
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Um amigo pediu-lhe a Belina emprestada para ir à praia de Tibau. Na volta, como havia bebido um pouquinho além da conta, acabou atropelando duas moças numa moto, na entrada do conjunto Santa Delmira. Nessas alturas, a algazarra era grande, pois vários passageiros bêbados, aproveitaram a carona na Belina. O carro chegou feito um maracujá: para-choque arrancado, capô amassado, faróis e sinaleiras quebrados. Quando seu Zé viu o seu carrinho se aproximando, gritou:

- Espere! Espere! Subiram em algum coqueiro?

Ao que o amigo respondeu:

- Seu Zé, não se preocupe. A gente atropelou uma moça,ela quebrou uma perna, mas eu dei o telefone  do senhor e o endereço. Qualquer coisa a gente responde, tá certo?

Pra não ficar calado, seu Zé disse:

- Isso é uma merda danada! 

Fnte de pesquisa:
José Nolasco
publicado pela Fundação Guimarães Duque
Abril de 2006
Autor: Francisco Nolasco das Chagas

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Autor:
José Mendes Pereira 
 
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