domingo, 30 de junho de 2013

JOÃO MALEÁVEL FAZ O SEU PRIMEIRO VESTIBULAR


O João Maleável estava preparadíssimo para concorrer uma vaga no curso de letras, e já se considerava um dos acadêmicos daquela universidade. 

Há meses que ele não ia mais ao bar do Aderaldo, lá na Pedro II, para tomar uma pinguinha em companhia dos amigos; e nem tão pouco à Praça da Catedral, para dar um dedinho de conversa com o livreiro da banca de revistas. 

Pelo menos no momento só os livros eram a sua diversão. Já havia devorado o José de Alencar, a Raquel de Queiroz, o Jorge Amado, o Machado de Assis; leu um pouco a Cora Coralina e outros romances dos grandes escritores da literatura brasileira. 
            
Em relação aos conteúdos estudados estava com todos encaixados ao crânio. Em Português: Compreensão de textos, crases, interpretação, orações subordinadas, as coordenadas, semânticas, morfossintáticas, e discursivas, significação literal e contextual. Nossa! Nisso ele era o bicho!  E Matemática?  Foi a disciplina que mais treinou em casa, fazendo cálculos e mais cálculos. E História? Sabia tudo! Sim senhor!  “-E que venha Geografia!” - Dizia ele. E Inglês? Nenhuma dúvida! Verbos no presente, no passado, no condicional, no gerúndio, no particípio...

Eram sete horas da manhã quando os portões da Universidade foram liberados, para que os vestibulandos fossem se acomodando em seus lugares. O futuro dono da sabedoria ocupou a cadeira 61, e tinha certeza que iria fazer uma boa prova. 
            
Minutos depois deram início ao concurso em um silêncio total. Ninguém mais podia conversar ou se deslocar de sua cadeira para outro lugar.
             
Lá em um dos recantos da sala estava o João Maleável, todo orgulhoso e com o crânio cheio de sabedoria para dar e vender. O tempo passava rápido, e ele no momento resolvia a parte gramatical e estava bem concentrado. 
             
A Cristina, uma amiga de colégio, também concorria uma vaga, e permanecia sentada atrás dele, ocupando a cadeira 62. Vez por outra ela cravava a ponta fina do lápis no seu vazio pedindo respostas.

- Calma! – Exclamava ele prendendo a língua para que o fiscal não o observasse. 
             
Finalmente terminou a parte principal, e agora sim, podia enfrentar a redação. Já havia respondido o que não lhe preocupava tanto. E partiu ele com garras para devorar a redação, pois não tinha medo de redigir, era o seu melhor hobby.
             
Mas quando ele abriu a página e viu o tema, entrou em choque. Não era o que ele tanto esperava. Sim senhor!  Redigir um pingo d’água!
            
- E agora, o que eu faço?  - Resmungava ele. Será que os elaboradores desta prova estavam doidos, malucos? Quem já se viu isso, meu Deus! Redigir-se um pingo d’água!? Tanto que eu estudei e colocaram uma besteira desta! Minha Nossa Senhora!
              
O fiscal da sala ouvindo aquele ai, ai, ai, do João Maleável não lhe poupou a pele. E de pressa alterou-se um pouco e o chamou à atenção dizendo-lhe:

- O senhor aí, o que está acontecendo?

- Nada, senhor!  Nada! - Respondeu ele timidamente.

E continuou observando a prova novamente. Pôs-se a imaginar um pingo d’água. No momento só lhe veio a lembrança de que a água é formada por dois elementos: Hidrogênio e oxigênio, e representada por H2O. E o pingo d’água é incolor, minúsculo, algumas vezes em forma de balão. Em outros momentos, arredondado, sem cheiro, e se cair sobre o chão desaparecerá em fração de segundo nos grãos de areia. Tentou recomeçar novamente, mas não lhe apareceu nenhuma inspiração. Insistiu outra vez, mas a mente estava totalmente travada. Colocou um pouco de saliva sobre o chão e ficou  observando, esperando que as bolhas desaparecessem para ele idealizar um pingo d água.  

O fiscal parecia que estava o marcando.

- Novamente senhor, eu tenho que lhe chamar atenção! O que o senhor está vendo aí no chão?  

- Nada, senhor!...Nada!... Talvez seja a sua mãe..., Quis ele dizer algo baixinho, mas desistiu. 

- O que o senhor quis me dizer?  

- Nada! Eu estou olhando senhor, para ver se eu vejo a minha mãezinha aqui no chão... Quem sabe,... Talvez ela possa me ajudar nessa redação!

– Respondeu ele maleavando.

Os vestibulandos se desmancharam em risos.

A Cristina cutucou-lhe dizendo:

- Sossega leão! Fique calmo! Não o responda! Ele pode te prejudicar. Cuidado! 

De repente lhe veio à intenção de embrulhar a prova e ir até onde ele estava e esfregá-la no nariz. Mas depois desistiu. O fiscal não tinha culpa, os únicos culpados tinham sido os elaboradores que criaram uma redação tão imbecil. Infelizmente, desta vez o João Maleável estava frito.

A sirena anunciou o final das provas, e ele não tinha mais como fazer nada. E antes que alguém lhe tomasse a prova, escreveu: -“Foi neste pingo d’água que o João Maleável se afogou”. 
  
"A frase Redigir um pingo d’água!" é uma criação de autor desconhecido
            
A palavra maleavando gramaticalmente não existe.

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sábado, 29 de junho de 2013

Dr. Vingt-un Rosado e Sebastião de Sinhô

Dr. Vingt-un Rosado

Dr. Vingt-un Rosado era membro da família numerada de Mossoró, (Rosado), e era o mais novo dos 21 filhos do patriarca Jerônimo Rosado Ribeiro, sendo ele filho da segunda esposa  dona Maria Amélia Henrique Maia.

Jerônimo Rosado - Patriarca da família numerada de Mossoró

Durante muitos anos foi diretor da Escola Superior de Agronomia de Mossoró, hoje UFERSA, e como era um homem generoso, amante de Mossoró, Dr. Vingt-un gostava de criar vagas na escola para empregar os seus conterrâneos.

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E necessitando de um vigilante criou mais uma vaga para ajudar a uma pessoa qualquer, desde que tivesse o curso ginasial.

Sabendo que o diretor estava necessitando de um vigilante Sebastião de Sinhô, como era chamado, que era construtor prático, mesmo não tendo nenhuma noção de vigilância, tentou ocupar aquela vaga.

- Eu tenho uma vaga para um vigilante, mas somente para quem já fez ginásio. – Dizia Dr. Vingt-un Rosado ao candidato àquela vaga.

Sebastião que era um homem meio engraçado e mesmo sabendo que não tinha concluído o ginásio, tentou ludibriar o Dr. Vingt-un Rosado dizendo-lhe:

- Dr. Vingt-un, eu não só fiz um ginásio, como fiz dois aqui em Mossoró.

- Dois ginásios?! – Admirou-se Dr. Vingt-un Rosado. E como é que se faz ginásio duas vezes? Pelo que eu entendo, ginásio só se faz uma vez.

- Eu fiz o Ginásio Municipal Senador Duarte Filho, sendo este no  Conjunto Walfredo Gurgel, aqui em Mossoró, e o outro que eu fiz foi Ginásio Municipal Professor Manoel Assis, lá no bairro Boa Vista.

- Como? – Quis saber Dr. Vingt-un.

- Eu não estudei ginásio Dr. Eu construí duas escolas ginasiais. O anúncio que está no mural não explica o tipo de ginásio que o sujeito tenha feito.

Diante do grave erro do anúncio Sebastião foi empregado por alguns meses, quando resolveu voltar para o ramo de construtor.


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Ladrão de caprinos

Por: José Mendes Pereira

Manoel Cristiano da Silva nascera na região do agreste, no Estado do Rio Grande do Norte. Aos dez anos de idade em companhia dos pais veio morar em Mossoró, fazendo residência no sítio Barrinha, e lá, cresceu, pôs-se rapaz, casou-se, trabalhando sempre na Fazenda do velho Chico Duarte. Com as suas economias conseguiu ser proprietário de uma minúscula propriedade, onde criava meia dúzia de vacas, mais um rebanhinho de bodes.


Manoel Cristiano era tido como homem de grande confiança. Nada desabonava o seu caráter de homem honesto, até o dia em que foi pego com roubos nas mãos. Mas o nosso conterrâneo não era tão honesto como se pensava.

Logo que terminava as suas obrigações de chiqueiro e curral se mandava para o campo, e com ele, duas latas vazias de querosene enfiadas num pau, conduzida sobre os ombros, um afiado facão, uma faca peixeira, machado, mas alimentos, afirmando ele que iria tirar capuchu.


Mas o homem honesto, como tinha fama, matava as cabras da vizinhança nos tabuleiros, enchia as latas de carne de cabra, e sobre elas, arrumava as capas de capuchu. Geralmente, ao retornar, passava pelas casas dos próprios proprietários das cabras que ele matava, e lá, mandava que todos comessem capuchu à vontade, pelo menos enquanto não chegasse à carne que estava embaixo das capas de mel.


Certo dia, Manoel Cristiano foi flagrado esfolando uma cabra nos tabuleiros. Denunciado à polícia foi convocado pelo então tenente Clodoaldo, este, na época era o delegado de polícia de Mossoró.

Tenente Clodoaldo - http://jotamaria-primeiradp.blogspot.com.br/2012/12/tenente-clodoaldo-de-castro-19571969.html

Assim que o tenente Clodoaldo levou o assunto sobre o seu feito, que ele estava comendo os bodes da vizinhança, ele se defendeu perguntando-lhe o seguinte:

- Tenente Clodoaldo, o que me diz a autoridade? Tenho plena certeza que esta é uma grande calúnia contra mim. Digo ao senhor, que eu nunca comi um bode de quem quer que seja. Agora cabras, eu comi muitas por esses tabuleiros da Barrinha.


Manoel Cristiano recebeu pelo seu feito três anos de cadeia. Cumprido o seu castigo, foi solto. E a partir daí, deu início ao furto de bodes, onde deixou vários proprietários em condições de fecharem os seus chiqueiros de caprinos. Dizia ele a todos que era vingança, já que nunca havia comido um bode de ninguém. Mas cabras havia comido muitas.  

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sexta-feira, 28 de junho de 2013

SÓ PARA RECORDAR - NEGRINHA DO PAJEÚ

Por: José Mendes Pereira

Quem nasceu nos anos sessenta e setenta, do século passado, com certeza lembra muito bem do Óleo de cozinha que era patenteado por "Pajeú", e na lata tinha uma negrinha.


Este nome "Pajeú" irritou muitos pais de famílias, principalmente quando as suas filhas eram negras, e até causou alguns desentendimentos com outras famílias, que apelidavam suas filhas de "Nêga do Pajeú".

Nas escolas não adiantava uma moreninha querer ser a tal, logo era chamada de "Nêga do Pajeú". Se a lei contra o racismo tivesse surgido naquelas décadas, todas as moreninhas teriam se livrado do apelido "Nêga do Pajeú".

Certa vez um senhor que sofria com o desrespeito que as pessoas tinham com sua filha, por irritá-la com o apelido de "Nêga do Pajeú", entendendo que não havia mais jeito dela se livrar deste pseudônimo, resolveu incentivá-la, não mais dar valor ao apelido, dizendo-lhe:

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- Filha, quando uma ou duas pessoas nos nomeiam com palavras desagradáveis, haverá jeito da gente se livrar disto. Mas quando todos ou quase todos nos chamam disto ou daquilo, o melhor mesmo é não dá ouvido. Eu olhando para você, notei filha, que você muito se parece com a "Nêga do Pajeú".

- Papai!!!

A partir daquele dia ela não ligou mais, e passou a ser chamada pelo seu nome verdadeiro.

UM POUCO SOBRE OTÁVIO BONFIM E O ÓLEO PAJEÚ - Wikipédia

Otávio Bonfim é um bairro da cidade brasileira de Fortaleza, no Ceará, localizado ao oeste do centro histórico da cidade. 
Oficialmente chama-se Farias Brito.

Surgiu de uma povoação ao lado da antiga Estrada para o Soure (atual Caucaia). Na época do Ciclo do Charque existiu: 
a Capela de São Sebastião, que mais tarde deu o nome ao mercado erguido neste bairro, o Mercado São Sebastião; um abatedouro de gado, que ficou conhecido como Matadouro.

No local da capela, a antiga Estrada do Gado (atual Rua Dr. Justiano de Serpa), os frades Franciscanos oriundos da Alemanha, construíram a Igreja de Nossa Senhora das Dores.

Com a expansão da Estrada de Ferro de Baturité em 1922 foi construído uma estação de trem com o nome: Quilometro 3, depois Matadouro e finalmente Otávio Bomfim.

A Igreja de Nossa Senhora das Dores, inaugurada em 1932, foi uma parte do investimento dos frades Franciscanos, que além desta construíram ainda o Convento de São Francisco e o Cine Familiar. O Convento de São Francisco chegou a ser invadido por um dia durante a Segunda Guerra Mundial, pois os frades eram alemães. Neste período propriedades de famílias alemãs (família Lundgren), famílias italianas (família de Francesco) e famílias japonesas (família Fugita) ligadas a este local sofreram represálias da população de Fortaleza.

O Cine Familiar funcionou até a década de 60 como opção de lazer para os moradores das adjacências.

Local com atração econômica, chegou a sediar a Siqueira Gurgel S/A. Fábrica que fabricava produtos que marcaram história no Ceará: Sabonete Sigel, o óleo Pajeú, a gordura de coco Cariri e o famoso sabão Pavão. Um dos personagens fictícios destes produtos foi a Neguinha do Pajeú. Nos dias de hoje fica um supermercado.

Devido a suas tradições agrícolas funcionou até a década de 70 jardins que produziam flores. Onde nos dias de atuais situa-se um supermercado.
No mesmo bairro existe a comunidade do Morro do Ouro. Uma comunidade de pessoas menos abastadas.

Em 2010, a estação de trem do Otávio Bonfim foi desativada devido ao novo traçado do Metrofor.

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JOSÉ MARIA MADRID - RADIALISTA DE MOSSORÓ

Por: José Mendes Pereira
 
Dom Gentil Diniz Barreto -  bispo de Mossoró, Alcides Belo ex-prefeito de Mossoró e o radialista José Maria Madrid - aparece de bigode - todos já falecidos. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Foi um dos melhores e mais competentes radialistas de Mossoró. Tinha uma voz assustadora, mas na verdade, só a sua voz. José Maria Madrid era uma verdadeira criança. Educadíssimo, amigo dos amigos.

Conheci o Zé Maria Madrid nos anos 70, quando ele veio trabalhar na Rádio Difusora de Mossoró. Enquanto ele era empregado na Rádio Difusora, eu trabalhava na Editora Comercial S/A, numa sociedade: Cine Caiçara, Cine Jandaia e Cine Miramar de Areia Branca, mais a Rádio Difusora e a Editora Comercial S/A, cujos sócios eram:
  
Renato Costa é o nº. (1). O nº. (2) é Bibil Gurgel - proprietário do Banco S. Gurgel em Mossoró - ambos já falecidos -Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Os verdadeiros proprietários desta sociedade era José Renato Costa, Dr. Paulo Gutemberg de Noronha Costa, irmão do primeiro, Milton Nogueira do Monte e José Genildo de Miranda; quatro homens que muito souberam respeitar os seus empregados.

Carlos Augusto Rosado - esposo da governadora do Rn e José Genildo de Miranda, já falecido.
Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Nenhum de nós que teve a oportunidade de trabalhar com estes homens, tem a audácia de falar mau de um deles ou de todos, e se falar, é porque gosta mesmo de denegrir a imagem de qualquer ser humano.

Dr. Paulo Gutemberg era um homenzarrão, de andar apressado, de olhos azuis, alto, de cor clara, aparentando o fundador de Brasília, o ex-presidente do Brasil Juscelino Kubitischek. Era advogado e chegou a ser promotor de justiça.

José Renato, filho de Renato Costa e sobrinho de Paulo Gutemberg - suicidou-se - Nilo Santos e Paulo Gutemberg - ambos faleceram de enfarto. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Renato Costa, Dr. Paulo Gutemberg e Genildo Miranda tinham um respeito enorme pela pessoa de Milton Nogueira do Monte, igualmente nós, operários. A paciência que tinha seu Milton, a maneira que ele falava com qualquer ser humano, por mais ignorante que fosse o sujeito, ele evitaria ter qualquer desentendimento com Seu Milton Monte. 

Zé Maria Madrid como era chamado pelos seus amigos, tinha uma facilidade para decorar os textos que seriam lidos na Rádio, no horário do jornal, ao meio dia. Bastava ele ler uma vez, já sabia tudo sobre o assunto, e nem precisava mais das laudas para ler as notícias.

Zé Maria gostava da diversão nos bares, e tive oportunidade várias vezes de participar da sua mesa, lá no bar da Dona Neci, na Rua Frei Miguelinho, com o cruzamento da Rua Tiradentes, vizinho a antiga SAMBRA, esta sendo uma algodoeira, onde hoje funciona um Chopp.

A SAMBRA funcionava neste prédio. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Nesse tempo eu ainda era solteiro, e como havia saído da instituição escolar, a qual eu vivi oito anos, mas já estava vivendo de favores, por já ter passado dos dezoito anos, fui morar no Sindicato da Lavoura de Mossoró.
Geralmente nós nos encontrávamos no bar citado. Eu já era freguês de meses, e Zé Maria Madrid, antes de começar o seu trabalho do meio dia, sempre estava no bar para ingerir algumas pingas, e vez por outra nosso patrão, Dr. Paulo Gutemberg nos visitava, fazendo parte do nosso almoço.

Paulo Gutemberg está ao centro - Foto do acervo da Florina Escóssia

Nesse dia era um sábado. Como Dr. Paulo Gutemberg era muito farrista, não gostava de deixar quieto o que as meretrizes do seu tempo guardavam debaixo das saias, ele vivia mais no vermelho do que no verde.

Zé Maria e eu já estávamos no bar aguardando o almoço. Minutos depois, Dr. Paulo Gutemberg chegou e fez parte da nossa mesa com almoço, cervejas, bebidas mais fortes etc. 

Lá pras tantas, devido ter passado a sexta-feira em altas farras, Dr. Paulo Gutemberg já estava pra lá de bêbado, e enquanto Zé Maria e eu fomos acertar a conta das nossas despesas no balcão, Dr. Paulo Gutemberg saiu de mansinho e vou embora. 

Naquele momento tivemos que dividir a despesa entre nós dois, já que ele havia desaparecido do pedaço.

www.xtimeline.com -

Mas na segunda-feira assim que ele chegou à Editora Comercial, foi até à linotipo, máquina a qual eu trabalhava, e me pediu o valor que ele deveria compartilhar. Repassei o total que nós havíamos pagado, e ele me entregou uma parte do valor pago no bar da dona Neci. Recebido, divide-a com o Zé Maria Madrid.

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Imbeci não sô eu, amigo! imbeci é Dr. Van! - (Vingt-um Rosado)

Por: José Mendes Pereira

Em uma campanha eleitoral à administração Municipal de Mossoró os dois partidos políticos mais poderosos da cidade: um dirigido pelo homem que sempre teve interesse para ver Mossoró crescendo, Dr. Vingt Rosado, que foi prefeito desta cidade e Deputado Federal por vários anos.

Deputado Vingt Rosado, a sua direita Antonio Rodrigues de Carvalho

O outro pelo maior político do Rio Grande do Norte de todos os tempos, Aluízio Alves que fora Vereador, Deputado Federal, senador, ministro e governador do Rio Grande do Norte.

 Aluízio Alves

Os dirigentes sabendo que se não registrassem o maior número de candidatos para disputar uma vaga na Câmara Municipal, no intuito de angariarem votos, eles correriam o risco de serem derrotados. Temendo isso, aceitaram todos os tipos de candidatos, inclusive pessoas totalmente analfabetas, que não tinham a menor ideia o que é ser vereador.

Um dos candidatos que nunca havia passado nem por perto da Câmara Municipal, mas  se candidatou  para concorrer uma vaga a vereador, e este foi programado para falar em um dos comícios que iria acontecer na Praça Bento Praxedes  (Praça do Codó), e no momento expor seus projetos e suas ideias se eleito fosse.

- Mossoroense, conterrâno meu, istô aqui para ispricá a vocêis qual é o meu projeto quando eu for eleito para viriadô da noça quirida Moçoró.

Não gostando das suas palavras analfabéticas do meio da multidão um engraçado gritou:

- Valeu imbecil!!

O futuro vereador que não tinha a mínima ideia o que significa imbecil, agradeceu-lhe dizendo:

- Munto obrigado, meu amigo! Munto obrigado! Eu quiria munto ser imbeci. Mas o maior imbeci do Rio Grande do Norte é o Dr. Vingt Rosado. Este grande pulituco do Rio Grande do Norte..., ninguém é mais imbeci do que ele.

Vingt Rosado foi um dos que fez Mossoró se desenvolver assustadoramente. Devemos deixar as paixões políticas e valorizarmos na hora certa quem merece.

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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Falar com mendigo, nem sempre ele quer esmola

Por: José Mendes Pereira

Todos os dias o mendigo estava na parada do semáforo, no  cruzamento da Presidente Dutra com a Rua Francisco Mota, angariando uma moedinha, ou até mesmo uma cédula com maior valor monetário.


Algum passava e com um olhar orgulhoso, não lhe dava o mínimo valor. Outro chegava e antes que o sinal liberasse, abria o vidro da porta do seu carro e repassava para ele uma moedinha. Satisfeito, agradecia-lhe dizendo: "-Deus é quem vai lhe pagar". 

Certa vez, já bem próximo ao natal do Senhor Jesus Cristo, o mendigo lá estava, bem vestido, sapatos novos, barba feita, cabelos cortados, unhas limpas e aparadas e cheio de esperanças. Dirigiu-se ao primeiro condutor daquele carro, e com educação pôs-se a bater no vidro da porta.

O condutor que já sabia da sua mania de sempre, indicou com o dedo que não tinha moedas para lhe dar naquele momento. O mendigo insistiu. Até que o condutor já quase irritado, resolveu abrir o vidro da porta para melhor explicar-lhe:

- Com o meu dedo, eu já expliquei que não tenho moeda para lhe dar, rapaz!

O mendigo com paciência e educadamente disse-lhe:

- Eu pedi para o senhor abrir o vidro do seu carro não para lhe pedir esmola. Hoje o que eu quero do senhor e de todos condutores de automóveis, é que me prestem um pouquinho de atenção: Eu quero desejar ao senhor e a todos condutores de automóveis, seus familiares, amigos e a todos aqueles que fazem parte das suas amizades:  "UM FELIZ NATAL, UM FELIZ ANO NOVO".

O pai que nos deu a vida e nos dá o pão nosso de cada dia também é o pai do mendigo.

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Direito que Anathália Cristina Queiroga não teve, o direito de usufruí-lo - Matéria publicada em 2012

Por: José Mendes Pereira

Anathália Cristina Queiroga iria concluir o curso de Direito este ano de 2012

O que é que pensa uma pessoa prestes a se formar em Direito e  exterminar a sua própria vida? Nós, pecadores não sabemos. Dizem que a pior vida do mundo é melhor do que morrer. Mas será que é mesmo?  Eu acho que sim. Ou apenas imaginamos que a pior vida do mundo é melhor do que morrer? Quando isto acontece uma coisa não natural está acontecendo com a vítima.

Anathália Cristina Queiroga (22 anos), tinha tudo para ser feliz. Natural de Pau dos Ferros. Iria receber o seu canudo de papel (Advogada), este ano de 2012; filha única e nascida também, no meio de um único irmão, o Jefferson Queiroga, de 27 anos, Engenheiro, formado recentemente em Natal, pela  Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Anathália tinha um namorado que muito a amava, e além do mais, carinhoso e cuidadoso com os seus pais, amigo de todos que lhe rodeavam.

Na sexta-feira (25 de Maio), deste ano de 2012, em Pau dos Ferros, à tarde, Anathália Cristina Queiroga fez bolo, comprou refrigerantes, ornamentou a casa, dizendo a 


Edilza, sua mãe, que iria lhe fazer uma surpresa. Cuidou de se arrumar para ficar mais linda ainda; fez unhas, cuidou dos longos cabelos, e elegantemente se vestiu. Agora, sim, Anathália se era bela, mais bela ficou. 

Edilza esperava que a Anathália Queiroga iria lhe fazer uma homenagem, como de mãe, de mãe que muito soube criá-la com carinho... Mas se enganara. Anathália estava com outros planos, planos que ninguém soube explicar o porquê.

Mais ou menos às 8;15, (25) da sexta-feira, Anathália Cristina ligou para o namorado, dizendo-lhe que naquele momento iria se despedir do mundo, pois não queria mais viver.

O namorado apavorou-se, dizendo-lhe que não fizesse aquilo, o esperasse, pois estava chegando em casa e muito  a amava, não o deixasse sozinho, e que muito precisava da sua companhia.


Mas Anathália Cristina estava decidida. O mundo que talvez para ela não representasse mais nada, tinha chegado o fim.

O namorado sabia que se encontrava um pouco distante da residência e seria muito difícil encontrá-la ainda com vida. Ligou para Edilza, mãe da Anathália, que também se encontrava distante de casa, apressasse os passos, Anathália Cristina Queiroga, pelo o que havia ouvido dela, através da ligação, tinha planejado um suicídio.

Se o namorado estava apavorado, muito mais estava Edilza. Chegaram em casa ao mesmo tempo, mas quando arrombaram a porta da cozinha, Edilza e o namorado viram a linda Anathália dependurada por uns fracos punhos de rede. Anathália Queiroga que antes Deus estava em sua companhia, aqui na terra, agora Anathália está no céu em companhia de Deus.

Adeus, Anathália!  Você se foi para junto de Deus, mas aqui na terra, nós que somos seus familiares e  continuamos vivos, jamais esqueceremos os bons momentos que passamos juntinhos de você.

Jeferson Queiroga - Engenheiro

Não tive a honra de ser teu padrinho, como sou do Jefferson, teu irmão, mas eu, meus filhos e esposa, sempre a recebemos com carinho, e que a primeira casa que você e seus pais passavam quando vinham de Pau dos Ferros para Mossoró, com certeza era a nossa.

Diz a canção feita pelo poeta Roberto Carlos, que: “morrer não é o fim”. E se não é o fim, você, com certeza, está bem juntinho de Deus.

Clique para assisti-lo


Recebi a triste notícia no sábado, (26), bem cedinho, e ainda dormia, quando Rita, minha esposa me chamou, chorando e sem poder me explicar o que havia acontecido com você. Isto para mim foi tão triste, em saber que você resolveu dar fim a sua estimada vida.

Adeus, Anathália Queiroga! Um dia, todos nós, parentes e amigos,  estaremos juntinhos de você. Poderá demorar, mas não teremos outro caminho. A estrada poderá ser outra, mas o caminho será o mesmo que você seguiu para se encontrar com Deus.
    
No momento do sepultamento, Cemitério Novo de Pau dos Ferros, bem próximo à cidade de Encanto-RN uma jovem, sua amiga e da família, relatou o caso de outra amiga que há poucos meses morrera, lá na UnP de Natal. As três colegas formavam uma trempe que onde uma estava, com certeza, ao seu redor, as outras duas ali se encontravam.

Adeus, Anathália Cristina Queiroga! Adeus! Até o dia em que Deus nos chamarmos para participarmos da sua casa.
   
Se você está com pensamentos negativos não lhe custa nada imprimir coisas boas na sua mente. Ajoelhe-se diante de Deus, ele te encaminhará  para viver feliz. Não faça jamais o que fez a minha linda e estimada prima, Anathália Cristina Queiroga.

José Mendes Pereira
Mossoró-RN - Brasil

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Autor:
José Mendes Pereira

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