quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O vingativo Lampião

Por: José Mendes Pereira

José Mendes Pereira

Este artigo foi publicado no http://blogdomendesemendes.blogspot.com no dia 28 de Abril de 2012, e no blog http://cariricangaco.blogspot.com, no dia 16 de Março de 2012 A publicação neste blog é só para arquivo.


Em 1927 Lampião resolveu invadir Alagoas, alegando que era protestando contra Zé Lucena, por ter assassinado o seu pai, e Zé Saturnino que segundo ele era o causador das declinações da família Ferreira, privando o direito deles serem felizes onde moravam, obrigando-os a fugir de Pernambuco e os empurrando para as terras alagoanas.

Em Pernambuco ele e os seus familiares deixaram para trás tudo que haviam adquirido com muito esforço: propriedade, agricultura, criações e principalmente, sonhos e muitos sonhos que pretendiam realizar.

Já residindo em Alagoas passaram por dois grandes desgostos: O primeiro foi quando viram a mãe cair em depressão. Ela se sentindo desgostosa com o desrespeito do Zé Saturnino, por ter afetado o caráter de José Ferreira da Silva, seu coração não aguentando as maldades, faleceu em 1920.

 José Saturnino, inimigo nº. 1 de Lampião 
               
O segundo e mais doloroso foi quando viram o pai envolvido em um horroroso lençol de sangue, todo crivado de balas pelas armas do tenente Zé Lucena.

Os desrespeitos que surgiram contra a sua família  deixaram Lampião e seus irmãos sem rumo e sem decisões para enfrentarem as maldades dos perseguidores.

Dizia o rei que o principal culpado das suas desventuras era o Zé Saturnino, por não ter assumido a sua desonestidade, quando o assecla viu peles dos seus animais na casa de um dos moradores da Fazenda Pedreiras. Se o fazendeiro tivesse assumido o feito, não teria sido necessário ele e seus irmãos viverem embrenhados às matas, escondendo-se dos policiais.

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O rei ainda se lastimava que todos os seus antes amigos viviam passeando pelas redondezas do lugar,  livres de perseguições, e diariamente aconchegados às mocinhas do povoado, frequentando festas e bailes. E enquanto os outros gozavam da liberdade, eles eram privados de participarem dos divertimentos que o povoado oferecia. Infelizmente teriam que passar a vida inteira se amparando às árvores, castigados pelas chuvas, sol, poeiras, dormindo no chão, misturados com caranguejas, lacraias, cobras e no meio de combates, tentando se livrarem dos estilhaços de balas. E na maioria das vezes, fome, fome e muita fome, vivendo um horroroso sofrimento. 

Lampião assumia o seu feito dizendo que antes da morte do seu pai, já havia praticado crimes. E em um desses, findou a vida de um sujeito que lhe roubara uma das suas cabras. Mas que todos que o julgavam como um bandido cruel, entendessem o porquê da sua prática criminosa. Fizera para defender o que lhe pertencia, e em prol de sua própria honra. Se ele não defendesse o que era seu, com o passar dos tempos, todos iriam querer pisá-lo como se ele nada valesse na vida.

Lampião alegava ainda que se o Zé Saturnino não tivesse manipulado tenente Zé Lucena para assassinar o seu pai, quem sabe, talvez ele não tivesse se tornado um bandoleiro, e sim, um fazendeiro, um engenheiro, um rábula qualquer ou outra coisa parecida. Ou ainda teria se casado e construído uma linda e maravilhosa família. 

Tenente Zé Lucena - o assassino do pai de Lampião
          
E agora, depois das grandes decepções que passaram, principalmente a morte do pai, como os irmãos Ferreira se vingariam das maldades que fizeram contra eles?
  
Lampião e seus manos, decepcionados, fizeram um juramento: o seu luto, até a morte iria ser o rifle, a cartucheira e os tiroteios. E a partir dali, decidiram que a solução seria magoar todo povo que morava em Alagoas, vingando-se a seu modo. Já que tinham perdido o respeito, uma desordem a mais não influenciava nada.

E a partir de 11 de janeiro de 1927, partiram para bagunçarem o Estado de Alagoas, onde destruíam tudo que viam pela frente. E geralmente rios de sangue ficavam escorrendo por onde os vingadores passavam.

José Mendes Pereira           

Fonte de pesquisas:

"Lampião Além da Versão – Mentiras e Mistérios de Angico"

Alcino Alves Costa.

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José Mendes Pereira

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