quinta-feira, 30 de abril de 2015

O REI LAMPIÃO E O CORONEL JOAQUIM RESENDE

Por José Mendes Pereira 
 À esquerda, coronel Joaquim Resende - à direita, Melchiades da Rocha

Conta o escritor Alcindo Alves Costa em seu livro: “Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico”, que o rio São Francisco foi um grande agasalhador do povo sertanejo. E lá, o povoamento foi se formando nos alarmados declives de sua margem. 

Já no ano de 1611, um minúsculo povoado nascera lá, onde os sofridos sertanejos construíram as suas barracas, na intenção de sobreviveram através da pesca, uma vez que as dificuldades alimentares eram presentes. Como o rio era favorável à pesca, mesmo faltando-lhes outros alimentos necessários à sobrevivência, todos preferiam viver ali mesmo, no intuito de não morrerem de fome em outras regiões. E nessa época, o lugarejo pertencia ao município de Mata Grande, conhecido em todas as regiões adjacentes por Jaciobá. Os tempos foram se passando, e a cada ano eram construídas mais casinholas, fazendo com que o lugarejo fosse se expandindo gradativamente. E no ano de 1881, no dia 18 de junho, através da lei nº. 756, finalmente o lugarejo foi emancipado, tomando posse como primeiro intendente, ou seja, prefeito, um senhor chamado Serafim Soares Pinto. E assim que passou a ser cidade, começou a se desenvolver mais ainda, tornando-se um importante município nas terras alagoanas. Mas posteriormente, este valoroso município passou a ser chamado definitivamente de Pão de Açúcar. 

E já no século XX, o município passou a ser comandado pelo coronel Joaquim Resende, um senhor de grande força política que chegou a ser odiado por alguns e admirado por outros. Era um homem rancoroso ao extremo, uma vez que não temia a ninguém. Mas apesar de ter seus adversários, mesmo assim, era um homem muito respeitado por todos que moravam lá, e pelos povoados adjacentes. O coronel Joaquim Rezende tinha as suas intrigas, tendo como inimiga, a família Maia, uma das mais tradicionais que também não se rendia ao patenteado.
           
No ano de 1935, dois rancorosos e poderosos, pela primeira vez se encontraram, ambos patenteados. Por um lado, o poderoso e zeloso da sua patente militar, o coronel Joaquim Resende. E pelo outro, o afamado e considerado o governador dos sertões, o amante das armas, o capitão Lampião. No encontro marcado para os afamados, a única finalidade era discutirem os desejos de ambos, como donos da lei.           
Como Lampião queria na força e na raça ser governador do sertão, e Joaquim Resende achando que o rei não podia lhe dar ordem, o assecla se sentindo desprestigiado, organizou uma maneira de atormentar a administração de Joaquim Resende. E sempre que colocava os pés naquela região sertaneja, fazia invasões, com depredações e ainda praticava mortes. 

Sendo disposto e exigente com a sua soberania, o coronel Joaquim Resende dizia abertamente, que os arrufos de qualquer ser humano não lhe metiam medo. E nem tão pouco de cangaceiro, assim como Lampião.
                                                            
Como o rei ficou chateado com o que dissera o oficial contra a sua pessoa, resolveu fazer uma perseguição a alguns dos seus amigos. E assim que principiou o ataque aos amigos do coronel, este não querendo deixá-los sozinhos, isto é, entregue às vontades do perigoso Lampião, passou a apoiar as decisões que os seus aliados tomavam contra o assecla.
                                               
Com a decisão tomada por Joaquim Resende, tanto os amigos do patenteado, como os do outro, o  rei Lampião, ficaram bastante preocupados, afirmando que se o oficial não medisse as palavras que soltava ferindo o rei, a vingança não tardaria acontecer. E a partir dessa desavença entre os poderosos, os protetores das duas autoridades deram início a uma forma de a quieta, a quieta, na finalidade de acabarem com a briga entre as suçuaranas humanas. O medo que eles tinham era se Joaquim Resende continuasse usando certos termos desrespeitando a majestade, uma vez que este não o perdoaria, e com certeza a sua vingança seria devastadora. 

Na verdade, quem não quisesse ser desmoralizado ou derrotado, não adiantava criar problemas com Lampião, pois além de ser destemido, era altamente perigoso e vingativo. E quando não conseguia dominar os seus inimigos e perseguidores, iniciava uma destruição em massa, sem reservar ninguém e nem a quem, tentando vencê-los na força, com combates e na coragem. Mas era do conhecimento de todos, que o rei Lampião sempre dizia: 

“-Tenho respeito por juízes e coronéis. E só brigo com estes patenteados, quando eles querem, pois se depender de mim, eu não brigo”.                                                                   

Mas como em todas as brigas tem sempre uma pessoa que faz o papel de sossega leão, um senhor chamado Zuza Tavares, foi um dos incumbidos pelos amigos para resolver a questão entre os dois indomáveis leões. 

Os amigos de ambas as partes marcaram uma reunião, e decidiram que o importante para os dois se entenderem, seria organizar um encontro entre as duas feras humanas. 

E quando seria este encontro? Logo no início do ano de 1936. E o local do encontro?  Na Fazenda Floresta, lá nas terras sergipanas, no Maitá, já que o rei e sua respeitada saga estavam de redes armadas e cachimbos acesos naquele lugar. E quem ficaria encarregado de providenciar o transporte até a fazenda? O grande honrado para adquirir o transporte foi um senhor chamado Messias de Caduda. E qual seria a locomoção que o famoso rei iria até a casa do coronel Joaquim Resende? Lógico que seria em uma bela e zelada canoa, já que no lugar não tinha iates, barcos ou outra coisa parecida. E de quem seria esta canoa? A de um senhor de nome João de Barros. Apesar de ser pescador, era um homem de grande confiança. Este foi o confiado para levar o rei ao encontro do coronel. E sem muita demora, foi feito o contrato do aluguel da canoa para este fim.                                               

João de Barros se sentindo importante, por ter sido escolhido para transportar a majestade, deu início a uma grande limpeza no honrado transporte, tirando o excesso de salmouras de peixes entre as tábuas. Afinal, nele iria entrar um dos homens mais importantes do nordeste. Depois o higienizou com um cheiroso detergente. E em seguida partiu para o local combinado. Canoa pronta, sua majestade dentro dela. E sem mais tardar, João de Barros remou o belo transporte em direção a Pão de Açúcar, até a Fazenda Floresta.    

Mas, desconfiado, sagaz e cuidadoso com a sua vida e as dos seus comandados, o rei Lampião achando que poderia existir alguma armadilha na fazenda Floresta, antes de chegarem ao local combinado, mandou que o João de Barros encostasse a canoa à beira do rio. Este obedeceu a sua ordem. O assecla incumbiu que o Messias descesse e fosse até a fazenda Floresta, e lá fizesse uma rigorosa vistoria, olhando todos os cômodos da casa, revistasse tudo, tim, tim por tim, tim. Assim que terminasse a revista por dentro da mansão, fosse vistoriar as suas laterais, e não deixasse nada por revistar. E ainda o rei o advertiu que não queria nenhuma novidade inesperada, pois se isso acontecesse contra ele e os seus asseclas, Messias já sabia muito bem que ganharia uma penalidade horrorosa. Ou o rei o mataria com um tiro, ou o enfiaria o seu longo punhal na sua clavícula.
                                                              
Messias ao entrar na casa, deu início à revista.  E enquanto fazia a revista, olhou para um dos lados e viu um senhor que pelo seu jeito de se vestir, pareceu-lhe ser  uma autoridade. E era mesmo. Sem dúvida, o coronel Joaquim Resende, o grande e respeitado oficial. O Messias que ainda não o conhecia, depois de algumas conversas, pediu que o perdoasse por ter entrado ali sem a sua generosa autorização, e alegou que era ordem do capitão Lampião para revistar o ambiente.   

O coronel Joaquim Resende não tendo nada a opor, disse-lhe que Lampião tinha razão, pois ele estava mais do que certo. È claro que o coronel não iria tirar a razão de Lampião, em mandar alguém para uma averiguação, pois a majestade precisava de proteção, tanto para ele como para os seus comandados.  E sem querer usar os seus poderes, apesar de ser uma autoridade, disse ao coiteiro que naquele momento aquela mansão estava entregue a ele. Autorizando-lhe que percorresse todos os cômodos e dependências, inclusive revistasse as laterais da residência.  Terminada a revista, o Messias retornou ao local onde estava a majestade e os seus valiosos asseclas.                            

Mas o capitão Lampião podia ficar tranquilo, pois coronel Joaquim Resende e os seus comandados não eram covardes para prepararem uma armadilha contra ele. O que ali iria acontecer era simplesmente um acordo entre os dois arrogantes, e jamais seria feita uma traição. O rei quando dava uma palavra, cumpria. E por que Joaquim Resende não poderia cumprir a sua? Assim que o coiteiro retornou à presença do rei, ainda meio preocupado com a segurança, e  não acreditando, Lampião exigiu que o coronel fosse até a beira do rio São Francisco onde ele se encontrava.                                             

Não temendo o chamado, mas o respeitando, Joaquim Resende dirigiu-se para o local sem se sentir inferiorizado e sem nenhum problema. Na hora do encontro, todos foram abraçados pelo assecla, principalmente o patenteado. Em seguida, tomaram rumo ao palacete do oficial. Lá, foi necessário que o Zuza Tavares se retirasse do local, pois Lampião precisava conversar com o coronel, um assunto a dois.  A reunião muito se demorou, e só terminou lá pela madrugada. E com certeza, o assunto foi de grande interesse entre os poderosos.                                               

Diz o escritor Alcino Alves Costa que quando terminou o encontro, os amigos de ambas as partes se sentiram realizados, uma vez que as queixas de Lampião contra o pessoal do coronel Joaquim Resende, principalmente uma que ele tinha com um fazendeiro de nome Juca Feitosa, as rixas antigas foram dispensadas e jogadas no assombroso rio São Francisco.  E as amizades, reconquistadas.


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sábado, 25 de abril de 2015

UMA ARMA PERIGOSÍSSIMA

Por José Mendes Pereira

Nós, seres humanos, acreditamos que quem mata no mundo são as armas que usam balas, mas estamos enganadíssimos, pois nos dias de hoje, a arma mais perigosa do mundo, e que está em todas as partes do universo, do globo terrestre, nada mais é do que um pequenino aparelho. Uns, são valorosos, outros, de valores regulares, e mais outros que não causamos nenhuma briga quando alguém nos rouba das nossas mãos. É ele, o celular! Sim senhor! Este que nós o conduzimos no bolso, na mão, no carro, no trabalho, na escola, nas feiras livres, nos restaurantes e churrascarias, nos  shopping centers, no dia-a-dia, e até mesmo dentro de sacolas e bolsas a tira colos. 


Fofoqueiro de primeira categoria. Não deixa passar nada. Ver tudo em sua frente, e até mesmo o que está aos nossos lados. Sorri, chora, protege, manga, humilha, organiza estupros e assaltos. Prepara ciladas. Mente, fala a verdade, e muitas vezes para garantir o que disse, fotografa de perto e de longe. Segue o indivíduo, e vai indicando para outro fofoqueiro, qual é a direção que o indivíduo está caminhando. É mais espião do que mesmo o FBI americano, e do que James Bond, o 007. 

jadiziaoamauri.wordpress.com

Segue mulheres e homens que traem os seus cônjuges, e dentro do carro, alerta ao motorista por onde deverá segui. Sabe todos os números dos seus passeiros. Fala com gente pobre, rica e com todos os presidentes do mundo, e até mesmo com o papa. É amigo de muitos, mas também tem seus inimigos. No momento, é a maior arma do mundo. Alguns falam que celular é a imagem do cão. Com ele, você nunca viu o cão, mas se quiser vê-lo, esteja sem ele. Sem ele, o mundo todo parará.

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sexta-feira, 24 de abril de 2015

NO TEMPO DO TINTEIRO E DA PENA

Por José Mendes Pereira

Até a década de 60, do século XX, a criação de canetas modernas ainda não havia chegado no Brasil, isto é, uma maneira mais simples para estudantes, principalmente aqueles que residiam nas pequenas cidade, vilarejos e campos. Até as carteiras escolares dessa época, tinham nelas, orifícios onde se colocavam os tinteiros que eram cilíndricos, espécie de um pequenino jarro, fabricado de vidro, porcelana, prata, latão ou outro material semelhante, e que servia como recipiente de tinta para a pessoa que estava escrevendo. O usuário mergulhava o bico da pena no tinteiro, quando sentia que a tinta estivesse acabando na ponta da pena. Esta invenção foi criada no ano de 1884.

www.geralforum.com

Se algum dos alunos sentisse que a tinta do seu tinteiro havia se acabado, solicitava que a professora fizesse o abastecimento de mais tintas, para que ele continuasse a sua obrigação escolar. Existiam vários modelos de carteiras, mas a que era mais usada nas escolas era carteira individual, isto é, apenas para acomodar um aluno.

  www.patriamineira.com.br

Atualmente a pena é mais utilizada por artistas, devido ao seu formato especial, que permite usufruírem facilmente do chamado "efeito fino-grosso" do traço. Esse efeito costuma ser usado para dar volume aos desenhos, mas poderá ser feito também com simples pincéis.

Se você deseja adquirir picos de pena para colecionar, ou até mesmo para relembrar o seu tempo de escola, quando ainda era pena e tinteiro, entre na Internet que você encontrará vários modelos de penas.

tutorialhouse.deviantart.com

Lembro-me bem do tempo da pena e do tinteiro, porque nessa década, eu era aluno da professora Ediesse Rodrigues, na "Escola Isolada de Barrinha", na Fazenda Barrinha, de propriedade da viúva Francisca Rodrigues Duarte, conhecida em toda região por dona Chiquinha Duarte. 

worldpel.com
Mas lembrando ao leitor que a caneta esferográfica foi criada em 27 de Dezembro de 1950, pelo inventor húngaro e naturalizado argentino Lárszio Biró. Achando que tinha criado uma excelente invenção, chamou o seu invento de “BIC”. Mas para muitos brasileiros, só conheceram a caneta Bic já no final dos anos 50, e olha lá, muitos conheceram esta invenção, somente nos anos 60. A invenção foi tão admirada, que as vendas ultrapassaram as expectativas do inventor.

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quinta-feira, 23 de abril de 2015

MOSSORÓ AOS POUCOS VAI FECHANDO AS SUAS FÁBRICAS


Outro dia eu disse a alguém que, Mossoró quando não pode construir, ela destrói. Mas a pessoa não gostou da minha sinceridade, e findou me dizendo que: "o que é velho tem mesmo que ser destruído". Eu falava em relação aos prédios que deveriam ainda existir, como por exemplo: Pavilhão Vitória, no centro da cidade, e que foi destruído sem precisão. O certo é que todos os prédios que foram derrubados em Mossoró, contavam uma história, um passado sobre os nossos antepassados.

Pavilhão Vitória - Mossoró - www.azougue.org
Pavilhão Vitória - Mossoró - www.azougue.org - Ano: 1950
Fonte: blogdogemaia.com 

Mossoró já teve várias fábricas de diversos produtos, mas infelizmente tudo isso desapareceu da noite para o dia, sem que ninguém do poder público, tivesse interesse de preservar a história de Mossoró, a amada terra dos índios Monxorós.

Leia o que escreveu o jornalista e historiador Geraldo Maia do Nascimento, sobre as fábricas de óleo de caroço de algodão e oiticica, que já existiram em Mossoró:


Fogo morto

Todos os dias, a caminho do trabalho, sigo pela Av. Alberto Maranhão, no trecho que corta o bairro Alto da Conceição. E ao passar nas imediações do velho mercado público, sempre olho para uma chaminé defunta, de fogo morto, que desafia bravamente os anos com sua opulência, como uma torre medieval. De sua boca não brota mais fumaça, símbolo de desenvolvimento e progresso, pois essa chaminé é tudo que ainda resta de uma indústria falida, de paredes destruídas, cujas lembranças a poeira do tempo cobriu.

Por curiosidade, passamos a pesquisar sobre a fábrica que ali existiu. Mas, infelizmente, muito pouco conseguimos saber sobre ela. Apenas que era de beneficiamento de óleo de caroço de algodão e que pertencia a Antônio Freire Néo. Seu Antônio Néo, como era mais conhecido, tinha sócios nessa firma, que eram José Fernandes de Souza, o Deca Fernandes, e o Leotônio Ferreira Néo. Isso foi tudo que conseguimos saber sobre a fábrica.

Essa velha torre, guardiã do passado, nos faz voltar ao tempo, numa época em que Mossoró viveu o seu apogeu comercial e industrial. Era uma época em que o meio de transporte mais comum eram os comboios de animais, tangidos por tropeiros, que aqui chegavam carregados de algodão e outros produtos para serem beneficiados em Mossoró. Era o auge da agroindústria algodoeira, fábricas de óleo de caroço de algodão, óleo de oiticica, beneficiamento de cera de carnaúba, algodão e agave.  O beneficiamento desses produtos, associado à extração de sal, é que deu a Mossoró uma feição de centro industrial.

Várias indústrias existiram ao longo da Av. Alberto Maranhão, como a de seu Néo. A firma S/A Mercantil Tertuliano Fernandes, fabricante do Óleo Pleno Refinado, produto extraído de caroço de algodão, ocupava uma vasta área na rua Frei Miguelinho, limitando-se com a Alberto Maranhão e a rua Rui Barbosa. Mais adiante, ainda na Alberto Maranhão, onde hoje funciona um escritório da Telemar, existia a Companhia Industrial e Comercial de Óleo S/A. Essa empresa funcionou até 1972. Outra empresa existente na mesma rua, do mesmo ramo de exploração, era a Brasil Oiticica, que ficava em frente ao chamado Largo do Jumbo, pertencente a um grupo estrangeiro. Essa empresa, posteriormente, passou a ser a Alfredo Fernandes Sementes Oleagenosas, cujas ruínas existiram até pouco tempo, inclusive a chaminé, que só recentemente foi demolida para dar lugar a um moderno edifício. Essas indústrias citadas ajudaram a marcar o pioneirismo do desenvolvimento industrial, impulsionando o mercado comercial de Mossoró e região.

Hoje pouco resta dessas fábricas que tão útil foram para Mossoró. Só a velha chaminé da fábrica de óleo de seu Néo, que teima em permanecer em pé, como se aguardasse que alguém, algum dia, viesse escrever a sua história, pois como diriam os sábios, “verba volant, scripta manent”, ou seja, as palavras voam, os escritos permanecem.

http://www2.uol.com.br/omossoroense/241203/nhistoria.htm

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quarta-feira, 22 de abril de 2015

PEDRO NÉL PEREIRA

Por José Mendes Pereira
Pedro Nél Pereira e seus netos, Pedro Neto, Ingrid Rocha  e Dayanna Magda

Meu velho pai. Pai que não nos maltratou, sempre estava pronto para resolver os nossos problemas e de quem dele precisava. Nunca aprendeu dizer o não a ninguém. Nunca abriu a boca para dizer palavras horríveis, sempre agradecia a Deus o bom e o ruim. Não queria que nenhum de nós filhos criasse inimizade com ninguém.

O que ele queria era que nós vivêssemos em paz com todos, mesmo que alguém nos feríssemos, era para perdoarmos. Dizia ele que quem resolve coisas que nos venham machucar, é Deus e mais ninguém.

Saudades do meu velho pai. Se conversava com um filho não chamava de você, era o senhor. E o tratamento com filha era: "A senhora ou a senhorita", igualmente com a minha mãe. Ele a tratava de senhora ou dona Antônia.

Valeu meu pai! O senhor se foi para eternidade, mas tenho certeza que adquiriu um bom lugarzinho lá.

 https://www.youtube.com/watch?v=uShZO8RZ4GQ

Diz o poeta que morreu não é o fim. E se não é "O FIM", o senhor continua vivendo, mas a vida eterna.

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"EM 60 NEGRO VAI VIRAR MACACO" NO BOM SENTIDO

Por José Mendes Pereira

"Vale lembrar ao leitor que o que eu escrevi não se trata de crítica, preconceito ou coisa semelhante com os negros, apenas para registrar o que foi comentado nos anos de 1959 e 1960".

Nós, seres humanos, pensamos que não acreditamos em tudo que os outros dizem, mas na verdade, somos cativos a certos tipos de assuntos que surgem entre nós mesmos, e aos poucos, vamos espalhando por todos os lugares que passamos e frequentamos. O importante é que o assunto não fique só entre nós, e que ele esteja em todos os lugares, em uma comunidade, cidade...

No final do  ano 1959 para 1960, do século passado, a população criou um dizer que: "em 60 nêgo vai virar macaco", e mesmo a população sabendo que isto jamais poderia acontecer, muitos negros acreditavam na possibilidade de ser um futuro macaco, coisa criada pelos nossos próprios juízos. Quem acredita que esta transformação possa ser verdade?

religiaoeveneno.org

É apenas falta de assunto no meio dos humanos, e criam fatos incríveis que poderão acontecer, como: fim do mundo; cometa destruirá a terra nos próximos anos; a existência de uma teia de aranha cobrindo o nosso planeta.  Este último acontecimento, garantem alguns estudiosos, que a teia de aranha é a internet, e os demais sinais já são conhecidos de todos. 

Nesse período que diziam que negro iria virar macaco, foi criado um verdadeiro terror, porque quem era realmente negro, estava bastante preocupado com uma possível transformação no seu corpo, passando de ser humano para macaco, e iria gostar muito de bananas. 

Felizmente o ano 60 chegou bem alegre, e dentro de 365 dias e 6 horas, alegre ele foi embora, e quem era negro, permaneceu sendo negro, sem nenhuma semelhança de macaco, ou que gostasse bastante de banana. 

De homem passar para macaco será muito difícil, mas devemos lembrar que a terra ainda não está pronta, continua em transformação todos os dias, explosões de vulcões, o mar agitado invadindo cidades e vilarejos, tremores de terra, chão arreando para preencher vácuos sob o solo; e enquanto isso acontecer, que possivelmente levará milhões de anos, o homem estará sempre assustado com esses acontecimentos, que faz parte da natureza. 


Mas perguntamos: Por que Deus não esperou que a terra ficasse totalmente pronta para depois criar o homem, a sua semelhança, já que da forma que ela está, a vida fica difícil para o seu semelhante viver em paz? 

Só o grande Deus tem condições de nos responder o porquê de ter se apressado tanto na criação do ser humano, que é realmente a sua verdadeira semelhança. 

E assim, continuamos acreditando em coisas que muitas delas são impossíveis, o caso do negro virar macaco, uma teia de aranha cobrirá a terra, e que esta última, afirmam que a teia é hoje a INTERNET. E se pensarmos bem, é mesmo.

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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Pedro Nél Pereira - Uma longa vida de trabalho e honestidade - Quatro anos de saudades!

Por José Mendes Pereira

Pedro Nél Pereira nasceu no dia 17 de Abril de 1922, na Fazenda Duarte, município de Mossoró. Se sair de Mossoró em um automóvel, gastará no máximo 10 minutos. 

Pedro Nél Pereira

Era filho de Manoel Francisco Pereira (Seu Néo) e de Herculana Maria da Conceição (Madrinha Herculana, como chamava a vizinhança, e netos e bisnetos a chamavam de Mãenanana, Mananana ou ainda Mamãenana).

 
Pedro Nél Pereira

Pedro Néo Pereira nasceu e se criou na Fazenda Duarte, propriedade de Francisco Duarte (Chico Duarte), tendo sido educado por dona Chiquinha Duarte, esposa do fazendeiro. Após o seu casamento continuou sendo morador do fazendeiro, só saindo de lá quando conseguiu comprar uma pequena propriedade, nos dias de hoje pertence aos herdeiros. 

 
Dona Chiquinha Duarte, sua professora, esposa do fazendeiro Chico Duarte


São poucos mossoroenses que não conheceram Pedro Nél Pereira; costumeiramente ele organizava no mês de Outubro a festa de São Francisco, e após o leilão, o fole gemia nas noites enluaradas do Sítio São Francisco, de sua propriedade.

 
Pedro Nél Pereira

Nos anos 40 prestava serviços ao exército brasileiro, em Natal, quando foi convocado para participar da guerra da Alemanha, juntamente com tantos outros mossoroenses. Mas para sorte de todos, quando estavam no navio para partirem, receberam a notícia que a guerra havia acabado.

 
Pedro Nél Pereira no exército brasileiro

Pedro Nél Pereira foi agricultor, membro efetivo de dois Conselhos Comunitários de Mossoró, membro efetivo do Sindicado dos Trabalhadores na Lavoura de Mossoró, durante 40 anos. 

 
Pedro Nél é o segundo da fila.

Foi fundador da Capela de São Francisco de Assis, no Sítio São Francisco e suplente vereador de Mossoró. Pedro Nél Pereira recebera por merecimento patente 2º tenente do exército.

Era pai de 16 filhos: Nilton Mendes Pereira, Francisco Mendes Pereira (já falecido), Eneci Mendes Pereira, Antonio Mendes Pereira, Maria das Graças Pereira, José Mendes Pereira, Luzia Mendes Pereira, Anzelita Mendes Pereira, Antonio Mendes Sobrinho, Raimundo Mendes Pereira (falecido), Elizabete Mendes Pereira (falecida), Maria do Carmo Mendes Pereira (falecida), Laete Mendes Pereira, Eliete Mendes Pereira (falecida), Antonia Vera Lúcia Mendes Pereira e Lúcia do Carmo Mendes Pereira.

Pedro Nél Pereira faleceu no dia 10 de Maio de 2011, em Mossoró, aos 89 anos; não deixou nenhuma intriga durante  o período em que viveu. Foi compadre de  trinta e um casais, incluindo os padrinhos dos seus filhos. Durante a sua vida soube considerar todos os seres humanos. Jamais fez intrigas, apenas lutava para manter amizades sinceras sem menosprezar ninguém.

Hoje, 17 de Abril de 2015, está completando quatro anos que ele partiu para a eternidade. Pedro Nél Pereira era pai do administrador dos blogs abaixo:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
- http://mendespereira.blogspot.com
- http://sednemmendes.blogspot.com
- http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

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domingo, 12 de abril de 2015

UM CADÁVER PEDE PARA PERMANECER REPOUSANDO NO CEMITÉRIO SÃO SEBASTIÃO EM MOSSORÓ

Por José Mendes Pereira

Rodolfo Fernandes de Oliveira que no dia 13 de junho de 1927 era prefeito de Mossoró, foi o idealizador da resistência contra o bando de Lampião, que tentou invadir a cidade. Infelizmente existe um grande desprezo ao nosso herói. Até mesmo o túmulo do ex-prefeito, lá no cemitério São Sebastião, está necessitando de uma limpeza urgente.

Professor Francisco Borges - Jardim de Piranhas

A Prefeitura Municipal de Mossoró deve mandar gravar o seu nome, data de nascimento e falecimento, cujos, não se encontram para pesquisas. Limpar pedras, placas e colunas que sustentam a cobertura que protege o seu busto. 

Um homem que organizou um batalhão de resistentes civis contra o bando de Lampião, hoje é simplesmente um cadáver que repousa em seu túmulo desmoronado. Infelizmente, Rodolfo Fernandes de Oliveira faleceu duas vezes em Mossoró. A primeira: “MORTE NATURAL”. A segunda: “DESPREZO”, por não ser lembrado na cidade em que prestou os seus serviços e combateu o perigoso bandido Lampião. 

Bando de Lampião em Limoeiro do Norte

No meu entender, a Prefeitura tem obrigação: manter no cemitério os túmulos limpos e bem cuidados, principalmente aqueles que os familiares desprezaram por uma razão qualquer. Até porque os túmulos bem conservados ficarão mais bonitos para quem os visita. 

Túmulo de Rodolfo Fernandes - Acervo do pesquisador Ângelo Osmiro

Se Rodolfo Fernandes de Oliveira tivesse nascido no berçário “ROSADO”, seu nome estaria gravado em tudo que era de lugar, até mesmo nas palmeiras. Mas como não nasceu seu nome desapareceu do túmulo.

Não sou contra a família Rosado, pois se não fosse ela, Mossoró não teria dado um enorme pulo para o desenvolvimento. Mas é necessário que zele pelo ex-prefeito que protegeu Mossoró dos absurdos de Lampião.

Se nós analisarmos cuidadosamente Rodolfo Fernandes de Oliveira morreu para sempre, no dia 16 de outubro de 1927, quatro meses depois da invasão de Lampião a Mossoró, restando apenas o seu túmulo desprezado e mal cuidado.


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sexta-feira, 3 de abril de 2015

ELAS PARECEM? OU NÃO?

Por José Mendes Pereira

Esta é a minha filha mais nova Maria Prycylla Paiva Pereira. Eu a acho parecida com Lilyanne Pereira, sobrinha da cangaceira Lídia Pereira, que era companheira do cangaceiro Zé Baiano, que este a matou a pauladas, na presença de Lampião e de Maria Bonita. 

O cangaceiro Zé Baiano

Lídia implorou muito para que Lampião e Maria Bonita não deixassem Zé Baiano a matar. Mas o regime era este. 

 
Foto da casa da cangaceira Lídia Pereira - Foto de Susi Ribeiro Campos

Cangaceira traidora era para ser morta (segundo as normas do cangaço), ou pelo seu companheiro, ou a mando do traido, ou ainda ordenado pelo grande chefe do cangaço, o capitão e rei Lampião.

Lilyanne Pereira

Esta é a sobrinha da cangaceira Lídia Pereira. Seu nome é: Lilyanne Pereira. 

 
Maria Prycylla minha filha

Maria Prycylla minha filha
Maria Prycylla minha filha

Minhas Simples Histórias

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