sábado, 24 de janeiro de 2015

Lampião não morreu em Angico?

Por José Mendes Pereira

Eu acho que esta história de dizer que Lampião não morreu na madrugada de 28 de julho de 1938, lá na grota de Angico, no Estado de Sergipe, é uma verdadeira aberração. Agora são três pesquisadores contrariando a literatura lampiônica.  

O escritor Alcino Alves

O escritor Alcino Alves Costa, em seu texto “Os 70 anos da morte de Lampião – Publicado em 18/06/2008, diz o seguinte: “Jaques Cerqueira, subeditor do Viver do Jornal Diário de Pernambuco, é o autor de um artigo intitulado “A outra morte de Lampião”, que saiu no jornal Página Certa, de Mossoró, no Rio Grande do Norte, afirmando com convicção de que Lampião não morreu em Angico, e sim em Setembro de 1981”. 

Continua o escritor: “Lampião e Zé Saturnino – 16 anos de luta”, de autoria de José Alves Sobrinho, que era sobrinho em segundo grau de José Saturnino, o inimigo número 1 de Lampião, este respeitável senhor atesta com convicção que, Lampião não morreu em Angico, e sim aos 83 anos de idade, na fazenda Ouro Preto, em Tocantinópolis, Goiás”. 

Continua o escritor: “José Alves ainda afirma: O Capitão Virgulino tinha o olho esquerdo com pálpebra arriada, e não o olho direito fechado como o da cabeça decepada pela polícia e mostrada no Museu”. 

Vejam a comparação sem graça! - Lampião verdeiro e Lampião de Buritis, segundo o escritor José Geraldo Aguiar que escreveu o livro afirmando que Lampião não morreu em 1938.

O José Alves Sobrinho, o fotógrafo José Geraldo Aguiar e o Jaques Cerqueira, eu não os conheço, com certeza são talentosos. Mas em minha humilde opinião os depoentes que cederam informações a estes senhores, fundiram respostas fantasiadas. Quem é que não quer ser famoso? Alguém que na época parecia com Lampião, se dizia ser realmente o rei do cangaço. 

O Sinhô Pereira afirmou a uma repórter que Lampião estava morto. Pois se ele estivesse vivo, com certeza teria o procurado. 

Primeiro e único cangaceiro a ser comandante de Lampião, o Sinhô Pereira

Essa história é idêntica a que se passou em Mossoró nos anos 70. Em um dia de finados, um senhor muito parecido com Lampião, estava no cemitério, dizendo ser Lampião. E tinha vindo visitar a cova do cangaceiro Jararaca.

Ora, se Lampião estivesse vivo e a cova fosse do cangaceiro Corisco ou Luiz Pedro, até que dava para se acreditar, por eles terem sido muito amigos. Mas o Jararaca que só passou um ano e meio como soldado de Lampião, isso não passou de uma brincadeira do sósia de Lampião.

Por tanto respeitando o senhor José Alves Sobrinho, o José Geraldo Aguiar e o Jaques Cerqueira, que me desculpem, jamais os senhores e nem ninguém, me alienarão com uma história dessa.                        

Lampião morreu mesmo na grota de Angico. Se ele tivesse escapado da chacina de Angico, com certeza teria voltado às suas origens, e teria dito para todos:

 "-Eu, Lampião ou capitão Virgulino, estou vivo, gordo e sadio!". 

Ninguém me convencerá que Lampião não morreu em Angico. Mesmo que os escritores: Alcino Alves Costa, Frederico Pernambucano de Melo, Antonio Amaury, capitão Bonessi, Rostand Medeiros, Ivanildo Alves Silveira, Romero Cardoso, Paulo Gastão, Aderbal Nogueira, Juliana Pereira Ischiara, Kydelmir Dantas, João de Sousa Lima, e outros tantos, que vivem nas caatingas, comendo do pão que o diabo amassou, na finalidade de registrarem fatos verídicos, eu não acreditarei. Se eles um dia forem favoráveis (coisa que eu acho difícil), a não acontecida morte do rei na grota de Angico, não me renderei. Lampião foi morto na Grota de Angico em 1938.

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