sexta-feira, 25 de abril de 2014

CORISCO – O DESTEMIDO ALAGOANO

Por: José Mendes Pereira

Amigo leitor: 
Este blog publica memórias, mas como este artigo foi organizado por mim, fiz a postagem apenas como arquivo. Ele também foi postado no blog Tok de História do historiógrafo  e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros.

No dia 25 de maio, deste, completou 71 anos que o famoso cangaceiro Corisco foi assassinado pelas armas do tenente Zé Rufino, o maior caçador de cangaceiros de todos os tempos. O assassinato aconteceu em Brotas de Macaúbas, no Estado da Bahia. No momento, sua companheira Dadá foi atingida com um tiro na perna, sendo obrigada a fazer uma cirurgia, e não sendo aproveitada, foi amputada. Foi presa, mas posteriormente foi liberada para novamente participar da sociedade livre.

Cristino Gomes da Silva Cleto era seu nome verdadeiro. Nascido no dia 10 de agosto de 1907, em Matinha de Água Branca, no  Estado de Alagoas. Era filho do sofrido casal Manoel Anacleto e Firmina Maria (segundo comprovação no atestado de óbito do acervo Ivanildo Alves da Silveira).

No ano de 1924,  foi convocado pelo Exército Brasileiro para cumprir o serviço militar, mas talvez não satisfeito com as exigências das forças armadas, desistiu   em seguida.

No ano de 1926, Corisco resolveu participar da pior vida do mundo,  incorporou-se à “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia”,  do famoso Virgulino Ferreira da Silva, vulgarmente chamado “Lampião”.
Corisco foi um dos cangaceiros mais admirados pelas mulheres,  pela sua beleza, dono de um belo físico  e cabelos longos. Entre os comparsas ele era admirado  pela sua  força física.  No cangaço fora alcunhado por Corisco, pela sua ligeireza, Diabo Loiro, Alemão…

Assim que Lampião levou Maria de Déia, a futura Maria Bonita para o cangaço, com a liberação do chefe, Corisco raptou uma moça de 13 anos, descendente dos índios Pancarerés, a Sérgia Ribeiro da Silva, conhecida por Dadá. Como a companheira não sabia  ler e escrever, Corisco a ensinou, e também os manejos de  armas de fogo.

Em relação às vestes dos cangaceiros, Dadá foi a maior  estilista do bando; costurava e enfeitava as vestes de todos os cangaceiros. Corisco foi o seu companheiro até o dia de sua morte.

Mesmo vivendo de correrias dentro das caatingas, o casal teve sete filhos, mas apenas três deles sobreviveram, e um deles é o Sílvio Bulhões, muito conhecido por todos os escritores e pesquisadores do cangaço.

Como em toda sociedade sempre há desavenças por uma razão qualquer, infelizmente Lampião e Corisco  se desentenderam, causando a separação do bando, e com isso Corisco foi obrigado a formar o seu próprio grupo de cangaceiros, mas continuou conservando a amizade com o chefe Lampião.

Na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota de Angicos, no Estado de Sergipe, a polícia alagoana desbaratou o bando de cangaceiros;  matou e degolou onze asseclas, que infelizmente não conseguiram furar o cerco, e entre eles morreram: o rei  Lampião e a sua rainha Maria Bonita.

O cangaceiro Corisco não se encontrava no acampamento no momento do massacre, e ao tomar conhecimento, vingou-se ao seu modo.

Cinco dias depois do combate na Grota de Angicos, Corisco  matou o  coiteiro Domingos Ventura, e mais cinco pessoas de sua família, incentivado por Joca Bernardo, dizendo que o coiteiro Domingos Ventura era o responsável pela denúncia de Lampião.

Em seguida, separou  as cabeças dos corpos, e mandou-as para o Tenente João Bezerra da Silva. E comelas foi o recado: “-Faça uma fritada. Se o problema é cabeça, aí vai em quantidade”.

Como havia sido mortos os pais dos cangaceiros, isto é, seus protetores,  com uns trinta dias depois do massacre de Angico, a maioria dos facínoras já havia se rendido. Na ativa apenas permaneciam os grupos de Moreno e Corisco.

Corisco foi morto e enterrado em Jeremoabo, no Estado da Bahia, e com ele foi sepultada a “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia.”

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